100 anos da morte de Max Nordau,o co-fundador da Organização Sionista Mundial
Max Nordau nasceu em 29 de julho de 1849, Simon Maximilian Südfeld em Pest , Hungria , filho de Gabriel Sudfeld, um rabino ortodoxo de origem sefardita .Médico, escritor e nacionalista judeu que foi fundamental no estabelecimento reconhecimento da Palestina como uma pátria judaica potencial a ser conquistada pela colonização.
Formação
Simon (Simcha) rompeu com sua formação ortodoxa quando mudou-se para Berlim aos 20 anos, trocou seu nome para Max Nordau (“prado norte”), casou-se com uma mulher protestante e se identificou acima de tudo como alemão.
Suas atividades literárias foram iniciadas aos quatorze anos. Trabalhou no jornalismo até 1874, quando completou seu curso de medicina, e mais tarde foi correspondente itinerante do Frankforter Zeitung, Vossische Zeitung, Pesther Lloyd e Wiener Medizieni scher Wochenschrift.
O médico foi também um produtivo escritor de livros de viagem, peças, poemas e ensaios, ele alcançou seu maior sucesso em 1883 com Die Conventionellen Lügen der Kulturmenschheit (As Mentiras Convencionais de Nossa Civilização), um ataque mordaz à inadequação das instituições do século XIX para atender às necessidades humanas; ele criticou duramente a religião organizada.
Principal obra
Sua principal obra, Degeneração, foi publicada em 1892 e criticava a arte moderna, a urbanização e outros fenômenos sociais por seus efeitos negativos sobre a humanidade que refletiam um sentimento crescente no final do século XIX de que a sociedade estava em declínio. Ironicamente, os argumentos de Nordau seriam posteriormente corrompidos pelos nazistas e usados para justificar sua condenação da arte e da música “degeneradas”.
Sionismo
Em reação à perseguição de 1894 ao capitão de artilharia franco-judeu Alfred Dreyfus, Nordau e Theodore Herzl (que ele conheceu em 1892) fundaram o sionismo moderno. Em agosto de 1897, eles e outros lideraram o Primeiro Congresso Sionista em Basel, Suíça, no qual Nordau fez o discurso de abertura e os participantes estabeleceram a Organização Sionista (mais tarde chamada de Organização Sionista Mundial) para buscar o estabelecimento de um estado judeu.
Nordau estava convencido de que a criação de um Estado judeu era a única solução. No Sexto Congresso Sionista, Nordau defendeu a “Proposta de Uganda” de Herzl argumentando que eles ofereciam uma solução temporária para os sofrimentos do povo judeu.
Judaísmo muscular
Falando na sessão de abertura do Primeiro Congresso Sionista, Nordau destacou a angústia dos judeus da Europa Oriental e argumentou que mesmo em nações onde os judeus foram emancipados, eles ainda não eram aceitos. Em suas palavras, “a maioria dos judeus é uma raça de mendigos amaldiçoados”. Em 1903, ele publicou um artigo intitulado Muskeljudentum (“Judeus dos Músculos”), no qual defendia a força física e o condicionamento físico como valores centrais do sionismo.
O legado
Após a morte de Theodor Herzl em 1904, Nordau presidiu os 7º-10º Congressos Sionistas, mas recusou-se a assumir a liderança da Organização Sionista Mundial ou servir como membro oficial do conselho de liderança. Nas duas décadas seguintes, ele lutou pela imigração judaica na Palestina ocupada pelos britânicos.
Ele morreu após uma longa doença, aos 73 anos,em Paris, França, em 23 de janeiro de 1923. Em 1926, seus restos mortais foram transferidos para Tel Aviv.
No Brasil
Seus livros foram publicados no Brasil, no século 19 e um dos maiores sucessos editoriais de 1884 no Rio de Janeiro foi “As mentiras convencionais de nossa civilização” onde apontava a falsidade religiosa, a falsidade monárquica, a falsidade econômica e os preconceitos da aristocracia. Teve várias edições ao longo dos anos. Ao todo, teve publicados 23 livros, em sua maior parte novelas de ficção.
Entre 1892 e 1897 teve suas colunas “Cartas da Alemanha” publicas no jornal Gazeta de Notícias, da capital brasileira, o Rio de Janeiro.
Mesmo 50 anos depois de sua morte ainda era autor citado em editoriais e colunas de jornais no Rio de Janeiro. Por curiosidade, na rua Aperana, no Leblon, existe um Edifício Max Nordau e no Pará em 1924 foi fundada uma Biblioteca Max Nordau, anexa ao Centro Israelita. O Colégio Hebreu Brasileiro Max Nordau foi fundado em junho de 1950 e fundiu-se ao Eliezer Steinbarg em 2001.