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30 anos do ataque terrorista à Embaixada de Israel em Buenos Aires ainda sem punição

Às 14h45 de 17 de março de 1992, uma poderosa bomba destruiu o prédio da Embaixada de Israel em Buenos Aires, tirando a vida de 29 pessoas e feriu mais de 250, entre elas três funcionários da embaixada israelense, seis funcionários da embaixada local e dezenas de argentinos inocentes, incluindo idosos de uma casa de repouso próxima e crianças em idade escolar em um ônibus que passava.

Em um momento, a embaixada e a igreja próxima foram literalmente apagadas do mapa. O Hezbollah, que se autodenomina “partido de Deus”, reivindicou a responsabilidade pelo ataque.

A Suprema Corte argentina ordenou uma investigação pericial sobre o ataque que foi realizado pelo chefe da unidade de eliminação de bombas e explosivos da polícia nacional.

Em maio de 1999, após uma investigação formal, a Suprema Corte argentina acusou o Hezbollah do ataque e emitiu um mandado de prisão para Imad Mughnieh, comandante da ala militar-terrorista do Hezbollah. Uma investigação realizada por Israel, cujas descobertas foram tornadas públicas em 2003, mostrou que os mais altos níveis do regime iraniano estavam cientes da intenção do Hezbollah de realizar o ataque e, de fato, autorizaram o Hezbollah a realizá-lo.

Em outubro de 2015, a Suprema Corte da Argentina emitiu mandados de prisão internacionais para dois agentes do Hezbollah – Hussein Muhammad Ibrahim Suliman e Jose Selan al-Ridah por seu envolvimento no atentado.

Em novembro de 2017, o Senado da Argentina aprovou por unanimidade uma lei exigindo um dia comemorativo anual em 17 de março em condenação ao ataque à embaixada e em homenagem às suas vítimas. A legislação também pedia ao Ministério da Educação para “aumentar a conscientização sobre as consequências do terrorismo internacional e a favor da paz e da não-violência”.

Em 2019, no 25º aniversário do ataque ao atentado da AMIA, o governo argentino designou o Hezbollah como organização terrorista e congelou os ativos financeiros do grupo.

Até o momento, ninguém foi levado à justiça por esses ataques.

Como parte das comemorações a Embaixada de Israel em Buenos Aires, realizará um calendário de ações e reuniões para comemorar o ocorrido em 17 de março de 1992 e prestar homenagem às vítimas.

Na Quinta-feira, às 14h50, terá lugar o Acto Central organizado pela Embaixada, que terá lugar na praça seca da Rua Arroyo, onde se encontrava a delegação diplomática. Será prestada homenagem às vítimas e sobreviventes do atentado, e representantes dos governos da Argentina e de Israel farão discursos alusivos à data. O evento culminará com uma apresentação musical em espanhol e hebraico.

Os membros de uma delegação do governo israelense serão recebidos pelo Presidente da Nação, Alberto Fernández.

No âmbito do 30º aniversário do atentado e sob o conceito “O terrorismo deixa vestígios”, a Embaixada de Israel vai promover uma campanha de recordação em todo o país.

O mundo do futebol também fará parte da memória deste importante aniversário. Na antevisão dos 14 jogos correspondentes à data 6 da Taça da Liga Profissional de Futebol, os jogadores das 28 equipas exibirão uma faixa comemorativa e será realizado um minuto de silêncio em homenagem às vítimas e sobreviventes do atentado.

A Embaixada de Israel produziu uma peça audiovisual especialmente projetada para ser utilizada como material didático nas escolas secundárias da República Argentina, de acordo com o disposto na Lei 27.417, que estabelece a incorporação dessa tragédia histórica nos conteúdos curriculares de todas as instituições de ensino de o país. O objetivo do vídeo é conscientizar os adolescentes sobre o ocorrido em 17 de março de 1992, gerando uma mensagem que os desafia como cidadãos e os envolve a partir da possibilidade de se verem representados. O vídeo tem como objetivo convidar as novas gerações a debater e repensar seu papel de sujeitos de direito com voz própria.

Marcia Salomão

Publicitária, com formação em publicidade, propaganda, marketing e relações públicas, Atua nas áreas de produção editorial e assessoria de imprensa.