40 Anos da Operação Moisés: Orgulho e Dor na Comunidade Etíope-Israelense
Em 2025, Israel marca o 40º aniversário da Operação Moisés, uma missão secreta que resgatou cerca de 8.000 judeus etíopes da fome e da guerra civil, através do Sudão, entre novembro de 1984 e janeiro de 1985. Apesar do heroísmo da operação, a comunidade etíope-israelense ainda enfrenta desafios significativos, incluindo discriminação e desigualdade socioeconômica.
Comemoração oficial
Milhares de descendentes de etíopes e imigrantes originais estiveram na cerimônia oficial pela data, realizada neste dia 26/jun no Monte Herzl, em Jerusalém. O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu e o presidente de Israel, Isaac Herzog discurasaram. “Gerações de judeus etíopes rezaram e juraram retornar a Sião, a Jerusalém”, disse Herzog. “Eles não esqueceram nem perderam a esperança durante milhares de anos de exílio, sofrimento, anseio e ânsia. E quando a oportunidade surgiu, deixaram suas casas, seus bens, às vezes até mesmo partes de suas famílias, e partiram em uma jornada difícil e perigosa que teve um custo doloroso e pesado.”
“A palavra-chave para milhares de judeus que deixaram suas cidades e vilas era uma palavra que dizia tudo: Jerusalém”, disse Netanyahu em seu discurso. “Esta é uma vitória de fé, esperança e força de vontade. Esta é a vitória do amor por Jerusalém.”
Amos, morador de Netanya presente na cerimônia, tinha 18 anos na época da operação. “Minha família viajou pelo deserto a pé com um grupo grande”, lembrou ele. “Encontramos ladrões no caminho que nos espancaram e levaram nossos pertences. Sofremos abusos terríveis ao longo do caminho, e os desafios foram severos.”
O evento anual é realizado, desde 2007 no Memorial Central da Imigração Etíope, uma instalação que relembra o caráter tribal na Etiópia, e as pessoas indo embora, algumas caindo pelo caminho (na foto, da Wikimedia).
A Operação Moisés: Um Resgate Histórico
A Operação Moisés foi uma evacuação secreta de judeus etíopes, também conhecidos como Beta Israel, que caminharam até o Sudão durante uma guerra civil que causou uma fome em 1984. A operação envolveu o transporte aéreo de aproximadamente 8.000 judeus etíopes do Sudão para Israel, com voos organizados por várias agências e governos. Estima-se que cerca de 4.000 pessoas morreram durante a jornada ou nos campos de refugiados devido à fome, doenças ou violência.
Conquistas e Desafios Contínuos
Desde então, a comunidade etíope-israelense alcançou progressos notáveis. Na educação, por exemplo, a taxa de elegibilidade para o certificado de conclusão do ensino médio entre estudantes de origem etíope atingiu 93,4% no ano letivo de 2023/2024, igualando-se à média geral dos estudantes de língua hebraica. Além disso, o número de estudantes de origem etíope em instituições de ensino superior aumentou 29,7% entre 2016/2017 e 2023/2024.
No entanto, desafios persistem. A comunidade ainda enfrenta taxas mais altas de desemprego e renda média inferior em comparação com a população judaica em geral. Além disso, questões de discriminação continuam a afetar a integração plena dos etíopes-israelenses na sociedade.
Reflexões no 40º Aniversário
As comemorações do 40º aniversário da Operação Moisés servem como um momento de reflexão sobre os avanços e os obstáculos enfrentados pela comunidade etíope-israelense. É uma oportunidade para reconhecer as contribuições significativas dessa comunidade para a sociedade israelense e para redobrar os esforços na promoção da igualdade e inclusão.
A história da Operação Moisés é um testemunho do compromisso de Israel em resgatar e integrar judeus de todo o mundo. No entanto, ela também destaca a importância contínua de abordar as disparidades e garantir que todos os cidadãos tenham oportunidades equitativas para prosperar.