Israel não assinou declaração contra a China a favor dos Uigures. E agiu corretamente.
Já se lê não aqui, mas acolá, sobre o “absurdo” de Israel não se posicionar contra a China na ONU em relação ao tratamento que o governo chinês dá ou não dá (pois não se sabe a verdade do que ocorre na China), aos seus muçulmanos sunitas de etnia uigur, que na verdade são originalmente turcomenos (do Turcomenistão).
Há acusações até mesmo de campos de concentração para uigures, uma minoria chinesa com 12,8 milhões de pessoas vivendo basicamente no oeste do território chinês. Não é caso de defender aqui o governo chinês. Mas se Israel aceitar a narrativa de que há campos de concentração para muçulmanos na China, passa um atestado de idiota, pois esta acusação vem, mais ou menos paralela a acusação de que Israel colocou os palestinos em campos de concentração: mentira deste lado do papel, provavelmente mentira lá do outro lado também.
E por quais cargas d’água Israel deveria estar contra a China, com a qual tem um monte de ótimos acordos comerciais e de infraestrutura para defender muçulmanos, se nenhum dos 58 países muçulmanos está nem aí para o que se passa com os uigures, pelo menos, publicamente. Ou será que algum leitor leu sobre um “ai” de qualquer ministro das relações exteriores de país muçulmano em benefício dos uigures?
O bem estar de muçulmanos em qualquer outro país, que não Israel, como cidadãos israelenses, não é responsabilidade de Israel e não se pode permitir que uma narrativa perversa condene a não assinatura desta feita na ONU.
Em que pese ainda que cerca de 10.000 muçulmanos sunitas uigures foram para a Síria se engajar no ISIS, no Estado Islâmico, sendo cassados lá por batalhões das duas principais tropas de elite do exército chinês, e provavelmente todos eliminados.