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Conheça a história do Massacre de judeus em Granada

30 dez de 1066:acontece em Granada um massacre mortal contra os judeus. Conheça essa história.

No ano de 1066, em 30 de dezembro(9 Tevet 4827), ocorreu um massacre mortal de judeus que viria a ser conhecido como o Massacre de Granada.

Antecedentes

No século 8, os muçulmanos berberes (mouros) conquistaram rapidamente quase toda a Península Ibérica. Sob o domínio muçulmano, a Espanha floresceu e judeus e cristãos receberam proteção sob o status de dhimmi. Embora isso ainda não proporcionasse a eles direitos iguais aos dos muçulmanos, durante esta “Idade de Ouro” da Espanha, os judeus alcançaram grande proeminência na sociedade, nos negócios e no governo.

As condições na Espanha melhoraram tanto sob o domínio muçulmano que judeus de toda a Europa foram morar na Espanha durante o renascimento judaico. Lá eles floresceram nos negócios e nos campos da astronomia, filosofia, matemática, ciências, medicina e estudos religiosos. O mesmo período também testemunhou o ressurgimento da poesia e da literatura hebraica de uma linguagem tradicional e litúrgica para uma linguagem viva, capaz de ser usada para descrever a vida cotidiana.

Mapa histórico de Granada no século 15 por Piri Reis. Wikimedia Commons

No início do século 11, a autoridade centralizada com base em Córdoba faliu após a invasão berbere e a expulsão dos omíadas. As condições de vida ficaram bastante difíceis para a comunidade judaica de Granada, onde os judeus foram proibidos de ocupar cargos públicos e surtos de violência eram bastante comuns.

O vizir judeu

Um judeu conhecido como Joeseph ibn Naghrela era vizir, ou conselheiro, do rei berbere de Granada, Badis al-Muzaffar . Joseph também era chefe da comunidade judaica local, com uma longa história de liderança na área. Ele era o filho mais velho do rabino e poeta judeu, Sh’muel ha-Nagid , que também havia servido como vizir real.

“Cronistas árabes relatam que [o vizir] não acreditava na fé de seus pais nem em qualquer outra fé”, e que ele “controlava” o rei e “o cercava de espiões”. O mais amargo de seus inimigos foi Abu Ishaq de Elvira, que escreveu um poema maliciosamente antissemita que ajudou a desencadear o pogrom.

Alguns autores relatam que na verdade Joseph ganhou a ira da população por causa de campanhas difamatórias e por ser um vizir judeu poderoso  e ter a posição de executar políticas impopulares.

O Massacre

Em 30 de dezembro de 1066, uma multidão enfurecida invadiu o palácio real de Granada, onde José se refugiou após as acusações de cercar o rei com espiões. A turba sequestrou Joseph e o crucificou brutalmente. No caos que se seguiu, muitos judeus da cidade também foram mortos.

 Os relatos do massacre de Granada afirmam que mais de 1.500 famílias judias, totalizando 4.000 pessoas, foram assassinadas em apenas um dia.

As condições dos judeus que viviam na Península Ibérica (Espanha e Portugal) começou a piorar novamente. Como resultado, muitas pessoas começaram a fugir da Península Ibérica para as nações vizinhas.

A batalha de séculos entre cristãos e muçulmanos, (conhecida como a Reconquista), dividiu as regiões vizinhas na Península Ibérica até que os cristãos finalmente assumiram o controle total de toda a península em 1492.

Marcia Salomão

Publicitária, com formação em publicidade, propaganda, marketing e relações públicas, Atua nas áreas de produção editorial e assessoria de imprensa.