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Conheça os equipamentos militares israelenses em uso por ucranianos e russos

Israel não enviou nenhum armamento para Guerra da Ucrânia, mas armas, munições, mísseis antitanque e drones israelenses estão lá. É uma surpresa? Então será ainda maior ao longo do texto.

Foram postadas nas mídias sociais imagens de um drone de reconhecimento russo abatido pelos ucranianos. A plaqueta com a marca da IAI (Industria Aeronáutica de Israel) estava absolutamente visível em close. Ué? Israel forneceu drones para os russos? Sim. A licença de produção do drone de reconhecimento IAI Searcher foi vendida para Rússia em 2015. Mas trata-se de um drone militar de primeira geração projetado no final dos anos 1980, se tornando operacional em 1992, quando o mundo ainda nem sabia que existiam drones. É lixo tecnológico, mas produzido pelos russos com no nome de Forpost.

A mídia militar especializada estima existirem várias dezenas destes drones em emprego pelas tropas russas. E é utilizado por 14 países. A Índia possui 100 unidades. Mesmo antigo é uma aeronave capaz. É grande, com 5,85 metros de comprimento pesando 68 kg, capaz de transportar 120 kg. É movido a hélice, tem velocidade máxima de 201 km/h e pode percorrer 350 km ou permanecer orbitando por 20 horas a 110 km/h numa altitude de 6.000 metros. Foi amplamente utilizado pela Rússia na Guerra da Síria.

Todas as forças especiais do exército da Ucrânia e também os batalhões exclusivamente femininos utilizam o fuzil israelense IMI TAR-21 Tavor, produzido por licença pela empresa RPC Fort localizada na cidade de Vinitsia, empresa estatal de fabricação de armas e munições. A RPC produz quatro variantes do Tavor e três variantes da última geração do Galil, inclusive o modelo sniper, para atiradores de elite, tanto nos calibres russos quanto nos calibres da OTAN. A metralhadora de apoio IWI Negev também é produzida na Ucrânia. A IMI, mudou de nome para IWI. O Tavor também é fabricado sob licença na Índia.

Soldado Ucraniano em exercício militar no ano de 2016, na região de Mariupol, com um fuzil FORT 221, que é o Tavor israelense de fabricação local sob licensa. Foto do Ministério da Defesa da Ucrânia.

Portanto, as tropas ucranianas, além de contarem com todos os modelos de pistolas e fuzis soviéticos fabricados pela RPC, também são equipadas com armas individuais de combate israelenses.

A Rafael Advanced Defense Systems é uma empresa governamental israelense. Entre seus produtos de altíssima tecnologia estão os vários modelos do Domo de Ferro (Iron Dome). Pouquíssimo conhecido pelas pessoas, mas publicado abertamente na internet, inclusive nos sites de ambas as empresas, a Rafael comprou, no ano de 2004, a empresa alemã Dynamit Nobel Defence GmbH.Claro que você acertou. É um dos braços militares da empresa fundada no século 19 por Alfred Nobel, criador de uma solução para a estabilidade da nitroglicerina, levando à produção da dinamite e seus acessórios, permitindo a humanidade, literalmente mover montanhas (ou melhor, botar montanhas abaixo).A Dynamit Nobel Defence é uma das duas maiores fabricantes europeias de mísseis contra blindados e mísseis antitanque para soldados de infantaria na Europa. Desde 2004, os projetos da DND se mesclaram à tecnologia de ponta da Rafael e as armas não são sem completamente alemãs, nem completamente israelenses.

Soldado Ucraniano sorridente em meio a um lote das armas antitanque Panzerfaust, fabricadas pela DND-Rafael e enviadas pela Alemanha para Zelensky. É considerada uma das melhores armas antitanque para infantaria, com custo muito inferior ao do míssil Javelin norte americano, e emprego diferente. Foto publicada por combatentes ucranianos no Instagram.

O lote enorme de mísseis antitanque enviados pela Alemanha para a Ucrânia são da DND, portanto da Rafael, portanto do governo de Israel. Foi deixado claro tanto pelo governo israelense quanto pelo governo alemão, que a exportação, venda ou doação destes armamentos, por parte da Alemanha, não necessita de aval do governo Israelense e isso está nos contratos da DND.

José Roitberg

José Roitberg é um jornalista brasileiro e pesquisador em história, formado em Filosofia do Ensino sobre o Holocausto, pelo Yad Vashem de Jerusalém.

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