Centro judaico português suspende confirmações de ascendência
A comunidade judaica do Porto, Portugal, anunciou no domingo que suspenderia as confirmações de ascendência para pedidos de cidadania até novo aviso depois que o rabino-chefe do Porto Daniel Litvak foi preso na quinta-feira passada por suspeita de ajudar o oligarca russo Roman Abramovich a obter a cidadania portuguesa à qual ele não tem direito legal.
De acordo com relatos da mídia portuguesa, também foi aberta uma investigação sobre a decisão de conceder a cidadania ao milionário franco-israelense Patrick Drahi, nascido em Marrocos.
Litvak foi libertado da custódia na sexta-feira e indiciado por aceitar subornos, lavagem de dinheiro e evasão fiscal. Somas significativas de dinheiro de fontes questionáveis foram descobertas em sua conta bancária.
A comunidade do Porto (Comunidade Israelita do Porto – CIP) divulgou um comunicado de imprensa no qual afirmava que Litvak era uma autoridade religiosa reconhecida pelo Rabinato Chefe de Israel e que os processos penais contra ele se baseavam “em inacreditáveis denúncias anônimas”.
O anúncio dizia que Abramovich pagou à CIP 250 euros para pesquisar seu pedido, mas que os dirigentes da CIP foram submetidos a buscas por conta de contatos “que nunca tiveram” com cartórios. Segundo a comunidade, é tecnicamente impossível desviar recursos da CIP.
Por isso, a CIP disse que decidiu que não está mais interessada em trabalhar com o governo português para certificar a ascendência de judeus sefarditas que solicitam a cidadania portuguesa.
Cerca de 57.000 descendentes de judeus sefarditas receberam cidadania desde que a lei foi implementada em 2015, segundo dados oficiais.