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Idosa conhecida como ‘vovó nazista’ é condenada mais uma vez; entenda o caso.

Um tribunal de Berlim condenou no dia 01/04 uma alemã de 93 anos a 12 meses de prisão por negar que judeus foram sistematicamente assassinados por nazistas durante o Holocausto.

Ursula Haverbeck, apelidada de “vovó nazista” já foi condenada várias vezes e cumpriu pena de prisão por dois anos e meio. De acordo com a lei alemã, a negação do Holocausto constitui um crime e acarreta uma sentença de até cinco anos de prisão.

Haverbeck e seu falecido marido eram membros do partido nazista durante a Segunda Guerra Mundial.A dupla fundou um centro de educação, que era uma espécie de formação para negacionistas,agora proibido e ela escreveu para uma revista de direita onde argumentou que o Holocausto nunca aconteceu.

O tribunal regional de Berlim rejeitou um recurso da notória neonazista contra duas condenações por negação do Holocausto em 2017 e 2020. De acordo com a decisão da justiça, as ações de Ursula causa “danos às memórias de milhões de pessoas assassinadas pelo regime nazista”.

Em 2017, a viúva da Renânia do Norte-Vestfália foi condenada a seis meses de prisão porque teria dito em um evento em Berlim-Lichtenrade que o Holocausto não aconteceu. No final de 2020, ela foi condenada a um ano de prisão por negar o Holocausto em uma entrevista que foi publicada online.

Haverbeck foi libertado da prisão em Bielefeld apenas alguns dias antes da segunda condenação em Berlim. Ela estava cumprindo um total de dois anos e meio de prisão desde maio de 2018.

“Você não é uma pesquisadora do Holocausto, você é uma negacionista do Holocausto”, disse o juiz presidente na sala de audiências. “O que você está difundido não é conhecimento, é veneno”, afirmou.

Julgamento ainda não finalizado

A decisão do tribunal regional ainda não é definitiva. A ré de 93 anos, cujo advogado exigiu a absolvição, pode recorrer. O caso iria então ao Tribunal de Apelação de Berlim que teria que lidar com o caso.

Durante anos, os tribunais criminais tiveram que lidar repetidamente com a conhecida negacionista. Em 2004, ela foi condenada pela primeira vez e recebeu uma multa. Mais recentemente, as sentenças foram emitidas sem liberdade condicional. Haverbeck afirmou repetidamente que o campo de concentração de Auschwitz não era um campo de extermínio e que o assassinato em massa não ocorreu lá. De acordo com as estimativas dos historiadores, os nazistas assassinaram pelo menos 1,1 milhão de pessoas apenas no campo de concentração de Auschwitz-Birkenau.

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Marcia Salomão

Publicitária, com formação em publicidade, propaganda, marketing e relações públicas, Atua nas áreas de produção editorial e assessoria de imprensa.