Israel

Israel e aliados árabes estreitam relações

A queda de Bennett não interferiu na agenda norte-americana, árabe e israelense. A visita de do presidente Biden está confirmada para entre os dias 13 e 16 julho. Biden chega na Arábia Saudita, depois vai para Israel e para Ramallah onde se encontrará com a liderança da Autoridade Palestina.

Aos que vão reclamar do “absurdo” de encontra Abbas, apenas fiquem sabendo que não dá para considerar a realidade como absurda. Fossem amigos de Israel, não precisaria existir negociações e negações sobre a Paz. Só se faz a paz entre inimigos. É preciso conversar.

A exatamente para conversar, está acontecendo no Barhain mais um encontro sem precedentes. Foi criado o Comitê de Direcionamento do Encontro no Negev, uma pré-conversação, antes da chegada de Biden, certamente para apresentar o que os países já decidiram. Estão reunidos no Negev, representantes de altíssimo nível de Israel, Egito, Marrocos, UEA, Barhain e Estados Unidos.

O general Gantz, chefe das forças armadas de Israel, já adiantou que o acordo de cooperação área e militar para a defesa do Oriente Médio contra o Irã, já estaria assinado. A posição dos países que ainda não tem acordo formal com Israel, como Kwait, Catar, Omã e Arábia Saudita não é conhecida, mas o grosso das forças norte-americanas na região estão lá.

Neste momento, não importa se existe, tratados políticos ou não. O que valem são os acordos militares. O de defesa com o Marrocos foi recém assinado algumas semanas atrás.

Já se sabe que enquanto o King Salman, 86, continuar com a coroa na Arábia Saudita, não haverá acordo direito com Israel, apesar do príncipe regente Mohammed bin Salman será favorável e já ter aliviado vários pontos das relações entre os dois países. A definição da Salman sempre foi reconhecer Israel quando a Palestina se tornar independente e Israel sair da Cisjordânia. Ou seja, o rei Saudita também precisa aceitar a realidade.

Pode até ser que daqui a três semanas estejamos falando uma nova e favorável realidade regional. Para Biden seria um trunfo político importante poder declarar que terminou o que “Trump não conseguiu fazer”, apesar de Trump ser o originador dos Acordos de Abraão.

Imagem – Fortaleza Portuguesa de Barém – O império português dominou o local entre 1521 e 1602 – foto de Jayson De Leon – Wiki CC 2.0

José Roitberg

José Roitberg é um jornalista brasileiro e pesquisador em história, formado em Filosofia do Ensino sobre o Holocausto, pelo Yad Vashem de Jerusalém.