Você usa adoçantes? Cuidado! Veja o que diz a pesquisa recém-publicada do O Instituto Weizman em Israel
Ao contrário do que se acreditava, adoçantes não são inertes: eles têm um efeito sobre os trilhões de microrganismos que vivem em nosso intestino de uma forma que pode mudar os níveis de açúcar no sangue de uma pessoa.
Essa é a conclusão de uma pesquisa realizada com seis grupo de voluntários, um para cada adoçante (sacarina, sucralose, aspartame ou stevia) e dois de controle. Após duas semanas de consumo, os quatro adoçantes alteraram a composição e função do microbioma e das moléculas que os microorganismos intestinais secretam no sangue das pessoas.
Cada adoçante afeta à sua maneira e dois deles, sacarina e sucralose, alteraram significativamente a tolerância à glicose – ou seja, o metabolismo adequado da glicose. Tais alterações, por sua vez, podem contribuir para a doença metabólica. Em contrapartida, não foram encontradas alterações no microbioma ou na tolerância à glicose nos dois grupos de controle.
A pesquisa teve uma outra parte, na qual se transplantou microbioma intestinal de parte dos participantes em camundongos. O experimento permitiu verificar que as mudanças no microbioma foram de fato responsáveis pela tolerância à glicose prejudicada.
O estudo da equipe liderada pelo Prof. Eran Elinav dos Departamento de Imunologia de Sistemas do Instituto Weizmann de Ciências foi publicado na revista Cell. Nele se mostra também que os efeitos que esses adoçantes produzem variam muito entre pessoas diferentes.
“Nosso estudo mostrou que adoçantes não calóricos podem prejudicar as respostas à glicose alterando nosso microbioma, e o fazem de forma altamente personalizada, ou seja, afetando cada pessoa de forma única”, diz Elinav. “Na verdade, essa variabilidade era de se esperar, devido à composição única do microbioma de cada pessoa.”
Acrescenta Elinav: “Ainda devem ser determinadas as implicações para a saúde dos adoçantes não calóricos, isso merece novos estudos de longo prazo. Nesse meio tempo, é importante ressaltar que nossos achados não implicam de forma alguma que o consumo de açúcar, que se mostra deletério para a saúde humana em muitos estudos, seja superior aos adoçantes não nutritivos.”