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Rússia vende dezenas de aviões de combate SU-35 para o Irã

O jornal Times de Israel entrevistou Zohar Palti, ex-chefe da divisão de inteligência do Mossad. O especialista afirmou que o Irã está a dias ou semanas de conseguir enriquecer urânio a 90%, o necessário para produção de bombas atômicas. No mesmo dia, o Canal 12 da TV israelense afirmou que o Irã vai receber 24 aviões de combate SU-35 da Rússia e que pilotos iranianos já estão sendo treinados.

Apesar de notícias ruins, não existe uma ameaça imediata. Palti disse que o anúncio recente de um segundo grupo de centrífugas chegando ao enriquecimento de 60%, além das centrífugas de Natanz que já o fazem desde 2019, determinam que a linha vermelha final está prestes a ser cruzada. A próxima etapa do processo é chegar aos 90%. Mas entre conseguir a primeira grama de urânio 235 no nível militar e os vários quilogramas necessários apenas para uma bomba nuclear demora. O enriquecimento é feito átomo por átomo num processo bem conhecido e que os cientistas iranianos dominam com maestria.

Desde 2008 Bibi Netanyahu afirma que a última linha está prestes a ser cruzada e todos sabem que vários tipos de ataques já foram realizados contra o programa nuclear iraniano, não só por Israel, mas também pelos grupos opositores sunitas iranianos. A posição da última linha veio sendo empurrada para distante nestes ataques, mas um dia o mundo vai chegar nela.

Também no mesmo dia o Irã divulgou uma pequena produção de ficção científica onde destruía as principais cidades israelenses com bombas atômicas, demonstrando o desejo de o fazer, mas talvez para tentar convencer a todos que o objetivo deles é Meca, na Arábia Saudita e não Jerusalém. Evidentemente, um ataque nuclear múltiplo contra Israel, também inviabilizaria o projeto palestino e expulsar os judeus e assumir todo o território. Mas ninguém fala sobre isso.

Os aviões de combate Sukhoi SU-35 (na foto) são o top da produção aeronáutica militar russa, apesar de dois ou três deles terem sido abatidos sobre a Ucrânia. É um caça de superioridade aérea e ataque ao solo, introduzido em 2007, e custa 65 milhões de dólares a unidade. Pode voar a até 18.000 metros de altitude (a aviação comercial voa a 10.000), atinge 2,25 vezes a velocidade do som (2.390 km/h) e seu raio de ação (ida e volta sem abastecimento no ar) é enorme, em torno de 2.000 km. Como referência, a distância em linha reta de Teerã a Tel Aviv é de 1.560 km. Sua principal característica é a supermanobrabilidade através de empuxo vetorial de seus dois jatos (uma peça móvel na saída das turbinas pode mudar o ângulo da saída do jato). Mas esta característica não pode ser utilizada em voo supersônico.

Há um enorme cardápio de mísseis e bombas guiadas e não guiadas e um sistema de radar e computador capaz de rastrear, travar e atacar 15 alvos ao mesmo tempo no céu, se bem que a chance disso acontecer no combate moderno é zero. Mas o SU-35 não possui nenhuma característica Stealth (não detectáveis pelo radar).

A venda faz parte do acordo de troca Rússia-Irã, onde a Rússia recebe drones e mísseis terra-terra e devolve aviões de combate. Se isso for concretizado, serão os únicos aviões modernos em posse pelo Irã.

Portanto, apesar de ser uma arma formidável o piloto do SU-35 só vai saber que um F-35i israelense o alvejou quando o míssil estiver a caminho. E é preciso sempre lembrar o vizinho Afeganistão é inimigo jurado do Irã, não só através do governo Talibã, mas também através o Estado Islâmico que está lutando contra o governo Talibã.

Imagem: Sukhoi Su-35 da força aérea russa em voo, por Aleksandr Markin, Wikimedia CC 2.0.

José Roitberg

José Roitberg é um jornalista brasileiro e pesquisador em história, formado em Filosofia do Ensino sobre o Holocausto, pelo Yad Vashem de Jerusalém.

Um comentário sobre “Rússia vende dezenas de aviões de combate SU-35 para o Irã

  • A
    Noch a bleide (Schwartze) goy! Erbarme dich, lieber Allah!

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