Adiada execução de rapaz judeu no Irã: entenda o caso
Da forma como as notícias sobre este caso estão sendo divulgadas, e sem as pessoas lerem os textos, o que é normal, infelizmente, fica parecendo que o “rapaz” vai ser executado “por ser judeu”. Desde o início acompanhamos este caso. Ele foi condenado à morte por ser culpado por um homicídio, e não por ser judeu ou por ter qualquer relação com alguma questão religiosa além da criminal.
O que se sabe de concreto é que ele emprestou dinheiro (não se sabe quanto) a um iraniano muçulmano (não se sabe se amigo ou conhecido dele). E o muçulmano não quis pagar. Ele foi cobrar a dívida e o muçulmano puxou uma faca e o atacou. Na briga, o rapaz judeu tomou a faca do agressor e o matou.
Aqui no Brasil seria algo normal: gente que não paga dívidas e quer matar quem emprestou. Também seria considerado “legítima defesa” sem qualquer questionamento. Mas lá no Irã, pela Sharia (a lei islâmica), é diferente.
Se um não muçulmano matar um muçulmano, será condenado à morte. Não existe outra pena. Mas, a família da vítima, pode anular a pena de morte, e somente ela. A justiça e o estado não podem anular a pena de morte em caso de homicídio.
Mas, pela Sharia, se um muçulmano assassinar um não muçulmano, não é considerado crime. São dos “direitos humanos islâmicos” em sociedades onde “TODOS SÃO DIFERENTES PERANTE A LEI. Sendo assim, o devedor SABIA que poderia matar o judeu sem ser processado ou condenado, imaginando que se livraria da dívida.
A pressão internacional foi grande e a justiça adiou a execução, e tem uma linha dura lá que se posicionou contra a justiça, pois ela agiu fora da competência dela. Vamos ver o que vai acontecer.
Só nos primeiros cinco meses de 2024, o Irã já executou 256 sentenças de morte, uma média de 1,8 execuções por dia e nenhuma ONG de direitos humanos questiona ou sequer se importa.
Opinião de José Roitberg – jornalista e pesquisador
Imagem ilustrativa oficial iraniana: não é preciso procurar “carrasco” oficial no Irã. Os enforcamentos são públicos, todos querem participar, é uma festa. Neste caso, vários membro de uma família de vítima ajustam a corda no pescoço do condenado. Barbárie normal na sociedade iraniana.