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Dois dos terroristas mais procurados do mundo eliminados no domingo

Pareceu até uma ação no estilo do filme “O Poderoso Chefão”. Terroristas assassinos de americanos e libaneses cristãos procurados por décadas, eliminados no mesmo dia.

O primeiro foi Salim Jamil Ayyash, um comandante do Hezbollah, morto em um ataque aéreo israelense perto de al-Qusayr, na Síria. Esse sujeito foi condenado pelo Tribunal Penal Internacional à revelia à prisão perpétua pelo assassinato por bomba em 2005 do ex-primeiro-ministro libanês Rafiq Hariri em Beirute. Isso aconteceu pouco depois da realização da conferência Planet Lebanon, no Brasil.

Hariri, muçulmano sunita, era um grande amigo do Brasil e de Israel. Para matá-lo o Hezbollah explodiu a via pública, um quarteirão de asfalto, com bombas colocadas lá durante a pavimentação da via aguardando o momento necessário para um ataque.

Além de Hariri, outras 22 pessoas entre membros da comitiva e transeuntes foram assassinadas. Dezenas de outras pessoas que estavam na rua foram feridas. Até hoje não se sabe o número exato.

Bahaa Hariri, filho de Rafik Hariri, comentou sobre os relatos da morte de Salim Ayyash, que esteve envolvido no assassinato de seu pai, e agradeceu a Allah pela vingança e justiça que vieram à tona.

Havia uma recompensa oferecida pelos EUA de 10 milhões de dólares por Ayyash. Agora, apenas dois dos quatro operativos do Hezbollah acusados de assassinar Rafik al-Hariri permanecem vivos.

Edifício residencial em al Khobar na Arábia Saudita atacado pelo Hezbollah em 1996. Foto Wiki

O segundo foi o Dr. Imran al Mughassil um saudita que é operativo do Hezbollah xiita. Ele era filho de Ahmed al Mughassil, o fundador do ramo proscrito Hezbollah al-Hajaz, na Arábia Saudita. Antes de ser um país, em 1935, o nome da região era Hajaz.

O Departamento de Justiça dos EUA colocou uma recompensa de $5 milhões pela cabeça de Ahmed al Mughassil (Sr.) por seu papel no ataque com caminhão bomba na cidade de Al Khobar, na Arábia Saudita, em 1996, um ataque no qual americanos foram mortos. Em 2015, Ahmed al Mughassil (o pai) foi preso em Beirute após 20 anos conseguindo “desaparecer” e foi entregue à Arábia Saudita, onde ainda está preso hoje.

O ataque de 1996 foi contra um prédio residencial que estava alojando militares da coalizão ocidental que estavam impondo o bloqueio aéreo ao Iraque. Morreram 18 americanos e um saudita e o número de feridos foi impressionante: 498.

José Roitberg

José Roitberg é um jornalista brasileiro e pesquisador em história, formado em Filosofia do Ensino sobre o Holocausto, pelo Yad Vashem de Jerusalém.