Milícias e proxies são termos errados, diz o Hezbollah
texto integral publicado pelo canal oficial do Hezbollah nas mídias sociais – é muito importante para compreender o que está acontecendo
Por que os termos “milícias” e “proxies” são completamente errados para descrever os combatentes da resistência e grupos como Hezbollah, Ansarullah, Hamas/PIJ e outros grupos de resistência:
A palavra “milícia” não tem origens no árabe, persa ou em qualquer uma das línguas da região do Oeste Asiático, é uma palavra completamente estrangeira.
Uma das definições para o termo “milícia” significa civis armados, mas outras definições também se referem a grupos armados que cometem atos de terrorismo e rebelião. É uma palavra estrangeira, vem dos colonizadores, usada para descrever nossa resistência para menosprezar seu papel, chamá-los de não profissionais quando seguem diretrizes islâmicas.
A palavra é deles e eles brincam com as definições como bem entendem. Não precisamos do vocabulário deles para definir quem somos, caso contrário, ainda possuímos uma mentalidade colonizada onde são eles que decidem a realidade para nós e nos dão os rótulos. Então, por que usar um termo estrangeiro vago quando nós, como muçulmanos, fomos ensinados sobre isso pelo sagrado Alcorão? No Islã, está muito claro: aqueles que lutam pela causa de Allah são mujahideen, aqueles que são mortos pela causa de Allah são mártires. Qualquer outro rótulo usado simplesmente vai contra o que o Islã nos diz.
Alguns podem dizer que é uma palavra neutra e que eles são civis armados, o que torna a definição verdadeira e lógica. Com esse argumento, aqui está uma coisa importante a lembrar. Por que chamamos aqueles que são mortos no campo de “shuhada'”? O que significa mártires? Por definição, eles também estão mortos, assassinados, mas por que os chamamos de mártires? É porque a palavra mártir descreve o mais alto status de morte, de uma maneira nobre. Logicamente falando, sim, eles são mortos e estão mortos, mas não usamos esse termo, chamamos de mártires porque apreciamos seu esforço, por respeito e também é assim que Allah os descreve, aqueles que morrem pela causa de Allah, morrem defendendo, são mortos defendendo, eles são mártires.
Então, tendo isso em mente, sejam eles vivos ou “mortos”, damos a eles a mesma quantidade de respeito, é por isso que nos referimos a eles como mujahideen ou combatentes, não precisamos esperar que eles sejam mortos para lhes dar um status mais elevado de respeito. Então, se usarmos o termo “morto” para um mártir, não estamos apenas errados, pois eles estão vivos de acordo com o que até mesmo o sagrado Alcorão diz, mas isso também diminui seu status e reduz seu esforço e nobre sacrifício. O mesmo se aplica aos lutadores e mujahideen, chamamos-os de mujahideen, não de milícias, reduzindo seu nobre sacrifício e status de algo de alto status para algo inferior, ambíguo e que não dá o devido respeito.
Nos meios de comunicação árabes, o termo “milícia” é USADO PESADAMENTE para difamar os lutadores, desrespeitá-los e pintá-los como pessoas armadas não profissionais, em vez de afirmar que são lutadores de resistência, lutando e resistindo a potências globais e frustrando agendas americanas/sionistas. Há uma razão também pela qual o Hezbollah, o Hamas, as PMF e o Ansarullah nunca se chamam de milícias, mas de mujahideen, você não é mais inteligente do que eles, nem sabe mais do que eles, nem pode falar por eles enquanto está sentado em casa e dizer algo sobre eles enquanto ELES mesmos não usam porque é uma etiqueta estrangeira desrespeitosa. Há uma razão pela qual o inimigo usa essa palavra na mídia contra a resistência. Então, por que usamos uma palavra que alimenta a narrativa ocidental/colonialista e também desafia o Islã?
Quanto ao termo proxy, é muito simples. Os proxies nunca são ensinados a produzir suas próprias armas, então eles dependem de seus mestres para continuar cumprindo suas agendas e nunca morder a mão do mestre, enquanto os aliados são ensinados a produzir seus próprios drones, mísseis e a se tornarem independentes. Veja como o Hamas, o Hezbollah e o Ansarullah são capazes de criar suas próprias armas e foguetes, enquanto os grupos terroristas sírios só receberam armas para seguir seus mestres, ou então o apoio seria cortado completamente.
Observações Menorah
- “chamá-los de não profissionais quando seguem diretrizes islâmicas” – apesar deles estarem fardados, treinados e terem hierarquia militar a mídia ocidental e principalmente a esquerda política insiste em chama-los de “civis”. Lembrem do presidente Lula, na África do Sul, afirmando que Israel luta contra mulheres e criança e que não há soldados lá. É o melhor exemplo. Na época, escrevemos que isso era uma ofensa ao Hamas e ao islã e o texto do Hezbollah confirma isso. Eles querem ser reconhecidos pelo que eles são.
- “No Islã, está muito claro: aqueles que lutam pela causa de Allah são mujahideen, aqueles que são mortos pela causa de Allah são mártires. Qualquer outro rótulo usado simplesmente vai contra o que o Islã nos diz.” – Não querendo Lula, eles se afirmam muhahideen e mártires e não civis!
- “É porque a palavra mártir descreve o mais alto status de morte, de uma maneira nobre. Logicamente falando, sim, eles são mortos e estão mortos, ” – eles se veem como mártires e como poderia dizer a Miriam Leitão, “veja como isso é bom”, para eles. É o que eles desejam.
- “Então, se usarmos o termo “morto” para um mártir, não estamos apenas errados, pois eles estão vivos de acordo com o que até mesmo o sagrado Alcorão diz, mas isso também diminui seu status e reduz seu esforço e nobre sacrifício.” – perceba a realidade do Hamas, do Hezbollah, do Estado Islâmico e de outros deles: OS MORTOS ESTÃO VIVOS! Então por que a esquerda enche o saco de Israel acusando Israel de “matar” os palestinos, se para os palestinos eles não estão mortos, e sim VIVOS?
- “Então, por que usamos uma palavra que alimenta a narrativa ocidental/colonialista e também desafia o Islã?” – perceba como é curioso: nós dizemos que a mídia está contra nós, principalmente por tratar os terroristas islâmicos de forma amena e a leitura deles é que a mídia os desrespeita ao utilizar o formato errado.
Por José Roitberg – jornalista e pesquisador
Imagem: foto publicada no dia 3/nov/2023, pela Agência Brasil, a agência de notícias oficial do governo Brasileiro, dentre o grupo de fotos “Entenda o que é o Hamas”. Segundo o chefe do governo brasileiro, os soldados uniformizados, equipados e armados que sua própria agência estatal de notícias mostrou, não existem e seriam apenas mulheres e crianças desarmadas. A narrativa da mentira por um lado demoniza os judeus, por outro lado ofende os muçulmanos.