Tem gente em Israel que prefere 8 milhões de reféns a 59
Os que se recusam e os que se apresentam para o serviço militar em Israel travam um combate midiático em Israel, onde a mídia tomou partido: pelos que se recusam. Começou com a “carta dos pilotos”, divulgada por 1.000 reservistas da força aérea exigindo o fim da guerra para o retorno dos reféns e instando outros a não se apresentarem para o serviço, o que é crime em Israel, ainda mais em tempo de guerra. Isso circulou o mundo imediatamente.
Um dia depois, ficou constatado que dos 1.000, apenas 60 tinham idade abaixo do corte compulsório para serviço militar, ou seja, eram idosos que jamais seriam chamados a participar da guerra. A imensa maioria era de serviços em terra, e não eram pilotos ou navegadores. Mais de 150 sequer pertenceram à Força Aérea de Israel. Dos 60 em idade para serem chamados desde a reserva, apenas uma dúzia eram pilotos. Todos os 60 foram rapidamente demitidos pelo atual comando das FDI.
Em seguida, veio uma carta de 250 reservistas da Marinha, e agora uma de cento e poucos militares das tropas de inteligência, principalmente da unidade 8200, a que falhou miseravelmente em 7 de outubro, e agentes do Mossad. Esta terceira carta pede abertamente que Israel se renda incondicionalmente para os reféns serem libertados. A verificação das assinaturas feita pelas FDI a publicada pela mídia israelense mostra que apenas 6 pessoas pertecem ou pertenceram à 8200, as outras não estão em serviço, e muitas assinaturas são anônimas e não se sabe quem são as pessoas. Fraude total. Será que estas pessoas realmente acreditam que o Hamas irá devolver todos, vivos e mortos, se Israel se render?
Como pode alguém com formação militar israelense pretender que o país passe de “não negociar com terroristas” para “negociar com terroristas” e agora “se render aos terroristas”? Essas pessoas têm merda na cabeça. Não existe termo ameno para descrever.
Tudo isso repercutiu amplamente em todas as mídias israelenses. Então seriam 1.400 reservistas, a maioria composta por idosos, que prefere 8 milhões de reféns a 59 reféns. Num universo de 450.000 reservistas em idade de convocação. Os que têm idade apta e se recusam formam um contingente de menos de 0,1% do total. Cadeia neles! Isso, o Shin Bet, a assessora Myara e a Suprema Corte, não enxergam como “ameaça à segurança do estado”…
O que a mídia israelense decidiu INTENCIONALMENTE não publicar é que, ao mesmo tempo, existe uma ação pela internet em que mais de 8.000 reservistas que não foram convocados, neste momento, se apresentam como voluntários para voltar aos combates em Gaza. Então temos um punhado de imbecis traidores que pretendem se entregar ao inimigo e um monte de patriotas corajosos que querem partir para cima do inimigo.
Democracia não é um regime político a ser pautado pela minoria, seja nas ruas, seja nos teclados dos computadores da mídia.
por José Roitberg – jornalista e pesquisador
imagem, foto oficial das FDI, tropas em ação no Corredor Morag, ao norte da cidade de Rafah, na Faixa de Gaza