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Nova barreira de segurança de alta tecnologia ao longo da fronteira jordaniana


O projeto, previsto para começar em junho, deve levar 3 anos para ser construído e vai custar mais de 1 bilhão de dólares.

O gabinete de segurança anunciou no domingo a aprovação do plano do Ministro da Defesa, Israel Katz, para construir uma barreira de segurança de alta tecnologia ao longo da fronteira oriental com a Jordânia para fortalecer a presença israelense no Vale do Jordão.


O projeto contará com um sistema de defesa em múltiplas camadas de 425 quilômetros de extensão de Hamat Gader, no norte de Israel, até as Dunas de Samar, ao norte de Eilat.


Combinará uma barreira física com sensores avançados, unidades militares móveis e infraestrutura de comando. Espera-se diferente do sistema que foi construído no entorno da Faixa de Gaza e foi varejado pelo Hamas em mais de 140 pontos diferentes.

O plano também prevê o fortalecimento da presença israelense no Vale do Jordão, que faz parte da Judeia e Samaria, através do estabelecimento de “centros de missão nacional”, incluindo academias pré-militares e estruturas de serviço civil nacional.


Oficiais disseram que fortalecer a fronteira deterá os esforços iranianos de contrabando de armas para Israel e para criar uma nova frente de terror via Jordânia.


“Esta é uma medida estratégica que fortalecerá a segurança nacional, reforçará nosso controle no Vale do Jordão, garantirá a soberania de Israel por muitos anos – e desferirá um golpe nos esforços do Irã para transformar a fronteira oriental em uma frente de terror,” declarou Katz.


O trabalho começará em dois segmentos prioritários totalizando 80 quilômetros, enquanto o planejamento continua para o restante da cerca. O projeto está sendo coordenado por uma equipe interministerial liderada pelo diretor-geral do Ministério da Defesa, o Maj. Gen. (res.) Amir Baram.


Atualmente, há uma cerca de arame envelhecida e enferrujada, arrebentada em dezenas de lugares, equipada com sensores ao longo de parte da fronteira que a Jordânia compartilha com Israel e a Cisjordânia. Outras seções estão equipadas apenas com arame farpado.


A nova cerca irá de Hamat Gader, na borda sul das Colinas de Golã, até o Aeroporto Internacional de Ramon, ao norte de Eilat. Uma porção de 30 quilômetros da fronteira com a Jordânia, de Eilat ao Aeroporto Ramon, já foi modernizada de maneira semelhante às barreiras de fronteira de Israel com o Egito e a Faixa de Gaza na década de 2010.


A porosidade da fronteira a tornou um local frequente para o tráfico de armas e drogas. Funcionários dizem que armas que cruzaram a fronteira — provavelmente dezenas de milhares na última década — alimentaram um aumento na violência na comunidade árabe em Israel e foram usadas por terroristas palestinos.

Isso também permitiu que migrantes em busca de trabalho entrassem em Israel ilegalmente. No domingo, dois desses migrantes entraram da Jordânia e chegaram à comunidade de Yardena, ao norte de Beit She’an, antes que os residentes os encontrassem e chamassem o exército. Um incidente semelhante ocorreu no sábado, com um suspeito cruzando a fronteira da Jordânia e chegando ao moshav, também sem ser detectado.

A ideia de reforçar a cerca da fronteira ou construir algum tipo de muro fronteiriço tem sido levantada repetidamente pelo Primeiro-Ministro Benjamin Netanyahu e outros há mais de uma década, embora muitos vejam qualquer esforço desse tipo como irrealista devido ao comprimento da fronteira e ao enorme custo.


O projeto foi revivido após o ataque do grupo terrorista Hamas em 7 de outubro de 2023, que deu início à guerra em curso. O ataque também demonstrou os limites da infraestrutura de fronteira, pois milhares de terroristas romperam a cerca de fronteira de Israel de NIS 3,5 bilhões (US$ 1,1 bilhão), de última geração, com Gaza, assassinaram cerca de 1.200 pessoas e sequestraram 251 reféns.


No final do ano passado, as Forças de Defesa de Israel também anunciaram a formação de uma nova divisão que será encarregada de defender a fronteira do país com a Jordânia.

Em um comunicado, as IDF disseram que a decisão de lançar a nova divisão regional oriental foi tomada após uma análise das “necessidades operacionais e capacidades de defesa na área, de acordo com o planejamento do aumento de forças das IDF, à luz das lições da guerra e da avaliação situacional.”

OBS: Hoje, com vários dos relatórios da investigação conduzida pelas Forças de Defesa de Israel sobre o 7 de outubro, já se sabe que o sistema de muro e cerca no entorno de Gaza, de altíssima tecnologia, eivado de sensores para detecção de escavação de túneis, com vários quilômetros de muralha enterrada a 20 metros de profundidade, tinha como objetivo de projeto impedir a entrada ilegal de pessoas. Não tinha como objetivo impedir uma invasão com explosivos de corte de concreto e metal e uso de escavadeiras para simplesmente colocar as cercas abaixo. Pela notícia oficial, que faz referência ao falido sistema de Gaza, fica a sensação de que a lição não foi aprendida e vão fazer mais do mesmo. O fato de haver dezenas de pontos onde a cerca velha atual está caída, aberta e enferrujada, e o fato de imigrantes ilegais e contrabandistas passarem quando querem demonstra que não existem apenas problemas com a cerca, mas também com todo o sistema de segurança que deveria “tomar conta” da cerca.

O mais bizarro foi que notícia semelhante, de que os trabalhos tinham começado, foi oficialmente publicada há 5 meses atrás… Existem várias fotos da cerca de fronteira com a Jordânia caída ou com buracos enormes desde 2017. Não é novidade para as FDI, Shin Bet, polícia de fronteira e governo.

Imagem: um trecho da fronteira atual com a Jordânia, setor onde só há arame farpado, mostrando enorme abertura, inclusive com marcas de pneus de veículos no solo. Foto de divulgação de Hevel Eliot, do Conselho Regional.

José Roitberg

José Roitberg é um jornalista brasileiro e pesquisador em história, formado em Filosofia do Ensino sobre o Holocausto, pelo Yad Vashem de Jerusalém.