A Declaração de Independência do Estado de Israel – 75 anos
Em 5 lyar 5708 (de acordo com o calendário judaico). ou 14 de maio de 1948, data correspondente ao calendário gregoriano do ano de 1948, com o término do Mandato Britânico da Palestina (com início em 1922), a liderança do judaica de Israel proferiu a Declaração de Independência, que proclamava a criação do Estado de Israel.
Um longo processo preparatório, iniciado por partidários do movimento sionista liderado pela famosa figura pública e política Theodor Herzl (1860-1904) no final do século 19, precedeu este evento. O definidor para os sionistas e, ao mesmo tempo, para todo o povo judeu foi o Primeiro Congresso Sionista (1897). De acordo com seus resultados, a Organização Sionista Mundial, liderada por Herzl, foi formada, e o Fundo Nacional Judaico (Keren Kayemet LeYisrael), que deveria adquirir terras para o povo judeu em Eretz Yisrael, foi criado.
O Banco Colonial Judeu (üdische Kolonialbank / Jewish Colonial Trust), criado em 1899 e registrado em Londres, tornou-se o instrumento financeiro para implementar os planos dos membros do movimento sionista. A instituição forneceu certificados especiais (títulos) com um valor de face de £ 1 para a aquisição de terras em Israel. As agências bancárias estavam localizadas em diferentes países do mundo, em particular no Império Russo. O fundo não foi a única instituição envolvida na compra de terras. Já em 1891, a Associação de Colonização Judaica (desde 1924 – a Associação de Colonização Judaica Palestina), criada pelo filantropo bávaro Barão Maurice de Hirsch, começou a fornecer assistência multifacetada ao assentamento judaico na Palestina. Sua atividade foi ativamente apoiada pelo um apoiador do movimento sionista, um descendente da famosa dinastia bancária, o Barão Edmond Rothschild). Mas, a comunidade internacional voltou sua atenção para as questões de reconhecimento do estado judaico independente somente após o fim da Segunda Guerra Mundial e a tragédia do Holocausto.
Em 29 de novembro de 1947, a Assembleia Geral das Nações Unidas adotou, com 33 votos a 13, a resolução nº 181, “O Futuro Governo da Palestina”, que previa a transformação do Mandato Britânico Palestina em Estados Judeu e Árabe (Palestinos) com um regime especial para a cidade de Jerusalém.
Às 4 horas da tarde do dia 14 de maio de 1948, no pequeno museu de arte no Rothschild Boulevard em Tel Aviv, David Ben Gurion,o chefe do Conselho Nacional Judaico, então com 62 anos, levantou-se para discursar. Nascido na Polônia, Ben Gurion emigrou para a Palestina quando jovem em 1906, lutou contra os turcos no Exército britânico na Primeira Guerra Mundial e teve uma carreira de sucesso como organizador sindical e político. Agora ele anunciava a formação do estado de Israel, o primeiro estado judeu independente em 19 séculos de história, lendo a declaração. ‘Em virtude do direito natural e histórico do povo judeu e por resolução da Assembleia Geral das Nações Unidas, proclamamos o estabelecimento de um estado judeu na Palestina a ser chamado de Israel’ (Yisrael em hebraico). A proclamação levou 20 minutos para ser lida, para uma audiência de cerca de 200 pessoas e a cerimônia toda durou 32 minutos. Também foi transmitido na nova estação de rádio ‘Voz de Israel’ em Tel Aviv,o hino sionista, o Hatikvah (‘Esperança’).
Como resultado da declaração da independência de Israel, no dia seguinte, ao amanhecer de 15 de maio, o país se viu invadido por três exércitos árabes – do Egito, Síria e Jordânia – e aviões egípcios bombardearam Tel Aviv. As Nações Unidas tentaram mediar, mas as forças armadas israelenses, rapidamente equipadas pela Tchecoslováquia e da França, provaram sua superioridade e as potências árabes foram forçadas a negociar um armistício em 1949.
Imagem do post, a tradicional foto de David ben Gurion lendo a declaração de independência de Israel colorizada por José Roitberg como homenagem aos 75 anos do Estado de Israel.