Mundo

Chiune Sugihara- o herói japonês que salvou mais vidas que Schindler

Chiune Sugihara nasceu no Japão em 1900,tornou-se, em 1939,o vice-cônsul do Império Japonês em Kaunas, Lituânia. Mal Sugihara havia assumido o cargo, a Alemanha nazista invadiu a Polônia, o que resultou em um expressivo fluxo de imigração de judeus dali para a Lituânia.

Antes da guerra, a população de Kaunas, na Lituânia, era de 120.000 habitantes, havendo trinta mil judeus que tentavam ao máximo acolher e ajudar os refugiados que chegavam. Com o aumento do território ocupado pelos alemães a vida dos judeus da Lituânia virou um inferno. Já a esta altura, era tarde demais para conseguirem sair. É neste momento crítico, cerca de 1940, que entra na história a figura de Chiune Sugihara.

O governo soviético, tendo ocupado o país, instruiu a todas as embaixadas que o abandonassem.

Enquanto a maioria delas partiu imediatamente, Sugihara conseguiu estender a sua estada ali por um período de 20 dias – tornando-se, junto com o cônsul da Dinamarca, um dos dois últimos representantes diplomáticos internacionais em toda a Lituânia.

Neste período, os dois cônsules expediram tantos vistos de saída quantos puderam, inclusive, contrariando diretamente regras de seus superiores, colocando em risco suas carreiras e famílias. Escrevia os vistos nos passaportes dia e noite sem ceder para as pressões políticas e burocráticas que pairavam sobre ele. Quando o consulado foi fechado e ele recebeu ordem de evacuar continuou escrevendo sem parar.Quando não havia mais tempo, assinou e carimbou folhas em branco e distribuiu para os judeus que faltavam na esperança de poder salvá-los também.

O Yad Vashem, o Centro Mundial de Lembrança do Holocausto em Israel, estima que Sugihara tenha assinado entre 2.100 e 3.500 vistos, salvando mais pessoas do que Schindler.

Este diplomata japonês salvou 5 vezes mais judeus do que Oskar Schindler

Segundo relatos de sobreviventes, pouco antes de embarcar, emocionado Sugihara disse: “Por favor, me perdoem, não posso mais escrever e desejo o melhor a todos.”

Ao seguir a própria consciência, ao invés de ordens com as quais não concordava, Sugihara entrou para a história como um exemplo humanitário.

Em 1941, sob ocupação nazista, Kaunas foi palco de um dos mais cruéis massacres de judeus, trucidados nas ruas pelos lituanos acompanhados pela polícia e por militares lituanos.

A desobediência valeu a Sugihara uma brusca interrupção de sua brilhante carreira diplomática. Dispensado pelo governo, ele teve que contentar-se com um trabalho de tradutor.

Apenas em 1985, 45 anos depois de seu ato heroico, o ex-cônsul foi considerado justo entre as nações, a mais alta honraria concedida pelo Yad Vashem, e uma árvore foi plantada em sua homenagem. Aos 85 anos, ele estava muito doente para receber o prêmio pessoalmente. Morreu no ano seguinte. Em sua lápide, está gravado seu primeiro nome: Chiune. Coincidência ou não, essa palavra, em japonês, quer dizer mil novas vidas.

Em 2010, Menorah visitou o Japão para colher informações sobre comunidade judaica do país e visitou o Parque Colina da Humanidade que foi criado em sua cidade natal Yaotsu-cho para homenagear Chiune Sugihara. A foto é do Monumento Vistos pela Vida que comemora a escrita destemida dos vistos pelo diplomata.

Marcia Salomão

Publicitária, com formação em publicidade, propaganda, marketing e relações públicas, Atua nas áreas de produção editorial e assessoria de imprensa.