Décima sétima semana de protestos contra o governo em Israel e qualquer acordo está descartado até o momento.
Beni Gantz que lidera a oposição neste momento e Bibi Netanyahu, o primeiro-ministro foram claríssimos nesta segunda-feira 1/mai. “Eles só dizem, não, não e não”, declarou Bibi. “As negociações não estão progredindo em nenhum assunto, particularmente no Comitê de Seleção Judicial”, declarou Gantz.
O resumo é simples: ninguém arreda o pé. Nenhum lado quer ceder nada. E isso nem pode ser caracterizado como negociação.
Os partidos ortodoxos, pela vez deles, decidiram não pressionar ou talvez até retirar a lei que voltaria a isentar os jovens deles de se apresentarem para o serviço militar que pode redundar não especificamente em servir as forças armadas, mas serem alocados no serviço civil israelense. Decidiram que é mais importante a aprovação do orçamento do governo, pois eles controlam o Ministério das Finanças, do Interior e da Saúde, entre outros e deixar a questão do serviço militar adiada para a ano que vem.
Como publicamos na semana passada, as posições mais moderadas estão partindo dos ortodoxos que estão atendendo as determinações de seus próprios rabinos-chefes preocupados com falas de “guerra civil” e alertando para que isso tem que evitado a qualquer preço.
Mas os manifestantes não religiosos que estão nas ruas, não tem líderes espirituais para lhes ordenar moderação e parecem estar gostando do programa já habitual de todo sábado a noite.
O leitor consegue imaginar o que é baderna na rua e centenas de milhares de pessoas protestando por dezessete semanas seguidas? Já ultrapassou os 4 meses de manifestações. Será que não sabem mais como parar?
É muito provável que caso a reforma judicial chegue a um acordo, as manifestações continuem alegando novas pautas e agendas, sendo que a mais provável será pedir a renúncia do primeiro-ministro. Tudo indica que vamos para semana 18, 24, 30 até algo drástico acontecer.
Opinião de José Roitberg – jornalista e pesquisador
Imagem: Ilustrativa, o primeiro-ministro Bibi Netanyahu cumprimenta os soldados condecorados por terem se destacado no último ano, no dia 30 de abril. Foto de Haim Tzach/GPO