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Desvendadas atividades nucleares ocultas do Irã

AIEA divulga relatório que desvenda atividades nucleares ocultas do Irã.

O órgão de supervisão nuclear da ONU confirmou que o Irã executou atividades nucleares secretas com material não declarado em três locais que já estão sob investigação há bastante tempo. O relatório da Agência Internacional de Energia Atômica, requisitado pelo Conselho de Governadores da agência, formado por 35 países, possibilita uma pressão dos Estados Unidos, Reino Unido, França e Alemanha para que o conselho indique que o Irã está infringindo suas obrigações de não proliferação.

A AIEA afirmou que o Irã já teria urânio enriquecido a 90% suficiente para construir nove bombas atômicas. Todavia não deu nenhuma estimativa da quantidade em quilogramas que afirma o Irã possuir. As bombas pequenas de tecnologia atual são estimadas conter entre 30 e 42 kg de urânio. Em 25/fev/2025, num relatório anterior, a AIEA falava de 4 bombas e que o Irã teria 272 kg de urânio 60%. O informe dizia ainda que 92 kg de 60% podem ser enriquecidos para 42 kg de 90%.

Com base nos resultados do relatório, as quatro potências devem propor uma resolução para o conselho aprovar durante sua reunião em 9 de junho. Seria a primeira vez em quase duas décadas que o Irã seria oficialmente classificado como inadimplente.

O Ministério do Exterior do Irã declarou que o relatório tinha “motivação política” e afirmou que Teerã adotará “ações adequadas” em caso de qualquer tentativa de sanções contra o país, segundo a imprensa oficial.

Teerã, que declara abertamente seu objetivo de aniquilar Israel, defende a posse da tecnologia nuclear para propósitos pacíficos e refuta as alegações das nações ocidentais de que está em busca de desenvolver armas nucleares. No entanto, tem enriquecido volumes cada vez maiores de urânio a um nível que só pode ser empregado em armas nucleares. Antes deste informe da AIEA a estimativa era do Irã possui em torno de 92 kg de urânio 90%, somente.

Paralelamente o Irã recebeu a última proposta norte-americana que prevê a desativação e desmontagem completa das milhares de centrífugas de enriquecimento de urânio iranianas. O enriquecimento passaria a ser feito no território de um terceiro país, completamente supervisionado, garantindo não só o combustível nuclear necessário para a geração de eletricidade, como os isótopos radioativos de uso médico.

Dias antes da declaração da AIEA, uma rede de TV iraniana colocou no ar uma entrevista com um cientista que diz ser o top do programas nuclear. Ele foi muito correto em suas descrições sobre o que é necessário para produzir uma bomba atômica e declarou que ele jamais recebeu a ordem para construir uma, e que se recebesse, iria começar imediatamente.

Para os descrentes o cientista do Irã disse: “Nós produzimos detonadores dos foguetes antitanque RPG e dos mísseis antitanque TOW (clone iraniano de arma americana), de última geração. Produzimos os detonadores de drones e mísseis balísticos. Como podem imaginar que não somos capazes de produzir os detonadores de bombas atômicas?”

No segundo ataque israelense ao Irã, a unidade que produzia estes detonadores foi destruída por Israel. Ela ficava numa instalação que constava como “desativada” desde o primeiro acordo nuclear assinado pelo presidente Obama. O relatório atual da AIEA confirma, portanto, que o Irã usa várias outras instalações “desativadas”, mantidas em operação no programa nuclear.

O maior desafio para o Irã não é produzir armas nucleares, mas conseguir atingir Israel com uma delas.

Explicando nossa imagem

É uma simulação de explosão no ar de uma bomba atômica (pequena) de potência maior a que destruiu Hiroshima no Japão, na Segunda Guerra Mundial, sobre Tel Aviv. É fundamental notar que as cidades japonesas eram construídas majoritariamente em madeiras leves e as divisórias internas das casas e cortinas, principalmente de papel. Um ataque incendiário, anterior ao ataque nuclear, tendo Tóquio como alvo, matou 100.000 pessoas em uma só noite. Tudo pegou fogo, pois era construído com materiais inflamáveis. Em Hiroshima, o principal prédio de concreto. Exatamente abaixo do ponto onde ocorreu a explosão, o Ponto Zero, está lá até hoje como memorial. Ver as imagens de Hiroshima e Nagasaki e imaginar o mesmo grau de destruição nas cidades contemporâneas é incorreto.

A simulação é uma plataforma científica desenvolvida apenas para isso que pode ser consultada em https://nuclearsecrecy.com/ – o cálculo é baseado numa bomba moderna com 40 kg de U-235 90% e potência de 20 kton. Em Hiroshima foram 64 kg de urânio e uma potência de 16 kton.

Raio da bola de fogo: 222 m (0,16 km²) – circulo amarelo interno menor
Tamanho máximo da bola de fogo nuclear; a relevância para os danos no solo depende da altura da detonação. Se tocar o chão, a quantidade de precipitação radioativa aumenta significativamente. Qualquer coisa dentro da bola de fogo é efetivamente vaporizada. Altura mínima de explosão para queda residual negligenciável: 182 m. O fallout radioativo, a precipitação radioativa que é levada pelo ar, só acontece com a explosão abaixo de 182 metros de altitude e é máxima se a explosão for diretamente no solo. Portanto, uma explosão de 20 kton (equivalente a 20 mil toneladas de TNT) acima de 182 metros não criará uma “chuva radioativa” em outras regiões.

Raio de dano severo da explosão (20 psi): 0,76 km (1,82 km²) – próximo círculo vermelho
A 20 psi de sobrepressão, edifícios de concreto fortemente construídos são severamente danificados ou demolidos; as fatalidades se aproximam de 100%. Frequentemente usado como um parâmetro para danos severos em cidades. Altura de explosão ideal para maximizar esse efeito é de 494 m. Ou seja, para danos criar danos maiores, não haverá chuva radioativa.

Raio de radiação (500 rem): 1,31 km (5,42 km²) – círculo verde
Dose de radiação ionizante de 500 rem; provavelmente fatal, em cerca de 1 mês; 15% dos sobreviventes eventualmente morrerão de câncer como resultado da exposição.

Raio de dano moderado da explosão (5 psi): 1,72 km (9,26 km²) – próximo círculo vermelho
A 5 psi de sobrepressão, a maioria dos edifícios residenciais desmorona, os ferimentos são universais e as fatalidades são generalizadas. As chances de um incêndio começarem em danos comerciais e residenciais são altas, e os edifícios tão danificados estão em alto risco de propagação de incêndio. Frequentemente usado como um parâmetro para danos moderados em cidades. Altura de explosão ideal para maximizar esse efeito é de 848 m. Todas as pessoas que estiverem fora das edificações morrerão ou terão queimaduras de terceiro grau. Ruas obstruídas por veículos, destroços e feridos. Impossibilidade dos serviços médicos de emergência de lidarem com o número de vítimas. Dificuldades para os bombeiros chegarem aos locais incendiados.

Raio de radiação térmica (queimaduras de 3º grau): 2,21 km (15,4 km²) – círculo amarelo
As queimaduras de terceiro grau se estendem por todas as camadas da pele e muitas vezes são indolores porque destroem os nervos da dor. Eles podem causar cicatrizes severas ou incapacitação, e podem exigir amputação. 100% de probabilidade de queimaduras de 3º grau com este rendimento é de 8,88 cal/cm².

Raio de dano leve de explosão (1 psi): 4,59 km (66,1 km²) – circulo cinza
A cerca de 1 psi de sobrepressão, pode-se esperar que janelas de vidro quebrem. Isso pode causar muitos ferimentos na população ao redor que se aproxima de uma janela após ver o flash de uma explosão nuclear (que viaja mais rápido que a onda de pressão). Frequentemente usado como referência para danos leves em cidades. Altura ótima de explosão para maximizar esse efeito é de 1.270 m.

Número estimado de mortos: 119 mil. Feridos: 187 mil. Segundo a plataforma a média diária de pessoas dentro do círculo cinza a qualquer hora do dia é de 614 mil.

A simulação mostra que é impossível qualquer sistema funcional de resgate e tratamento deste número de feridos, levando em conta que os profissionais de resgate, saúde, policiais e bombeiros vão estar entre a as vítimas. Ademais, os sobreviventes não feridos, também vão precisar de apoio e destino.

Mas, talvez esta simulação faça as pessoas perceberem que Israel não será destruído por uma bomba nuclear iraniana. As bombas grandes que EUA e Rússia possuem em quantidade tem potência de 300 a 500 kton. Existem muitas bombas de hidrogênio que chegam a 2 Mton (dois milhões de toneladas de TNT

300 kilotons é a potência das maiores bombas atômicas do arsenal norte-americano, francês e russo.

Por José Roitberg – jornalista e pesquisador.

José Roitberg

José Roitberg é um jornalista brasileiro e pesquisador em história, formado em Filosofia do Ensino sobre o Holocausto, pelo Yad Vashem de Jerusalém.