Guerra de GazaIsrael

Eliminados: comandante militar do Hamas e o da brigada de Khan Yunis

Seguindo informações da ISA (Agência de Segurança de Israel) e das FDI, a FAI (força aérea israelense) conduziu um ataque que eliminou Rafa’a Salameh, comandante da Brigada Khan Yunis do Hamas e Mohamed Deif, o comandante da ala militar do Hamas, denominada de “al Qassan”, na área de Khan Yunis.

Salameh era um colaborador próximo de Mohammed Deif, Comandante da Ala Militar do Hamas, e um dos principais arquitetos do Massacre de 7 de Outubro. Ele se juntou à organização terrorista Hamas no início da década de 1990 e mais tarde foi nomeado comandante do Batalhão Khan Yunis – Al Qarara do Hamas, sob o comando de Mohammed Sinwar. Salameh desempenhou um papel significativo no sequestro do soldado das FDI Gilad Shalit. Durante a Operação Margem Protetora em 2014, Salameh comandou o apoio ao combate e as estratégias defensivas do Hamas.

Em 2016, Salameh sucedeu Mohammed Sinwar como comandante da Brigada Khan Yunis. Nesta função, supervisionou operações terroristas na área de Khan Yunis e foi responsável pelo lançamento de projéteis em direção ao território israelense.

Salameh também comandou dois túneis terroristas ofensivos neutralizados durante a Operação Guardião dos Muros em maio de 2021, onde 18 terroristas que tentavam se infiltrar no território israelense foram eliminados.

COMO OS DOIS COMANDANTES ESTAVAM NO MESMO LUGAR?

Mohamed Deif precisa ser entendido como comandante geral das forças armadas do Hamas. Ele permanecia no subsolo e não utilizava comunicações por rádio ou celular, com o justo receio de ser localizado pelo monitoramento eletrônico. Mas precisou se encontrar seu subordinado Salameh para passar novas ordens relacionadas com o novo formato de guerra de guerrilha urbana em Khan Yunis. E o encontro foi marcado.

Uma notícia divulgada nem por Israel, nem pelo Hamas, mas pela Arábia Saudita, da conta de que um dos comandados de Salameh havia se tornado informante da ISA e entregou à Israel o local, data e horário do encontro. Segundo ainda os sauditas, Israel utilizou a inteligência de monitoramento eletrônico e a inteligência humana (no caso, aquele agente), para confirmar que o encontro estava em andamento.

Aparentemente Deif considerou que sair da toca era seguro, pois o encontro foi marcado numa área humanitária e os comandantes do Hamas imaginaram que Israel não iria atacar numa área humanitária. O jornal NY Times publicou que Salameh já tinha sido localizado e estava sendo monitorado. A decisão de não elimina-lo foi no aguardo de um encontro dele com Deif, o que de fato aconteceu.

Os aviões da FAI lançaram duas bombas de 250 kg e uma bomba destruidora de bunkers de 2.500 kg no local do encontro, pois Israel não sabia se poderia a haver uma instalação subterrânea. Este tipo de bomba penetra de 10 a 20 metros de profundidade, dependendo do solo, antes de explodir. De fato, nada sobrou do local. Na imagem do post, o antes à direita e o depois à esquerda. Os sauditas afirmaram que o Hamas está com os restos mortais e Deif e Salameh, mas não assumiu a morte deles.

Esta foi a explosão da bomba antibunker no ataque que matou Deif e Salameh. O número de vítimas foi muito grande mas o Hamas nada disse. Captura de vídeo publicado desde Kan Yunes nas mídias sociais.

Dos comandantes do Hamas que estavam vivos no dia 7 de outubro, restam apenas Mohamed Sinwar (que nomeou o filho para substituir Salameh) e mais dois, um deles do batalhão de Rafah.

Passadas mais de 48 horas do ataque que eliminou Deif e Salameh, o Hamas não foi capaz de disparar um só míssil. Mas existem informações de o Hamas está caçando o informante entre suas fileiras. Muita confusão e desorganização para o lado terrorista.

Por Daniel Barembein – jornalista, direto de Israel
e José Roitberg – jornalista e pesquisador

José Roitberg

José Roitberg é um jornalista brasileiro e pesquisador em história, formado em Filosofia do Ensino sobre o Holocausto, pelo Yad Vashem de Jerusalém.