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Entendendo o Domo de Ferro e os alarmes dos últimos dias

Tem muita IA (Inteligência Artificial) no sistema do Domo de Ferro em Israel. Quando o computador detecta o lançamento de um míssil lá na Faixa de Gaza este já voou por uns 300 a 500 metros. Em frações de segundo o computador calcula a trajetória provavel do míssil inimigo. Se for cair numa área com população israelense o Domo lança e controla o míssil interceptador, aciona as sirenes de alarme no alvo e também os alertas nos computadores de comando. Todas estas ações a partir da detecção do ataque precisa de 2 segundos apenas.

Mas não para um míssil, e sim para 20 ao mesmo tempo. Os sinais digitais dos alertas de alvos são compartilhados 2 ou 3 segundos depois pelos apps das pessoas. Tudo absolutamente automático sem intervenção humana. Ou seja, o tempo de reação total será basicamente o mesmo para um disparo ou 20 disparos. E é só. Cada bateria só tem 20 mísseis e precisa ser recarregada por caminhão com guindaste (que ficam próximos aguardando).

Ao longo dos anos já foram deflagrados alarmes errados, até mesmo durante um treinamento com metralhadoras pesadas pelo Hamas dentro de Gaza. Sensores de ruído confundiram os fortes disparos com o lançamento de mísseis. Mas sabe-se que isso foi corrigido. Apenas questão de programação dos computadores. Simples mesmo.

Sendo assim, apesar de nenhum míssil ter atingido locais como Yad Mordechai, Bror Chail, Tel Aviv, Rishon Le Tzion, Jerusalém, Beer Sheva e outros, deve-se assumir que SIM havia mísseis que iriam atingir estas regiões e foram abatidos. Yad Mordechai é tão perto de Gaza que ao ouvir o alarme nem precisa correr, pois se o míssil não tivesse sido derrubado ia chegar junto com a sirene.

É estranho dizer isso, mas Israel é o local mais seguro do mundo para vc ser bombardeado pelo inimigo. O resumo do combate mostra isto. A operação foi denominada “Breaking Dawn” o que vai soar estranho para os leitores da Saga do Crepúsculo, por ser um dos títulos. O termo em inglês significa o início do amanhecer, ainda de madrugada quando os primeiros raios de luz começam a quebrar a escuridão da noite.

Foram 66 horas de combates. A Jihad Islâmica de Gaza (dissociada e por vezes inimiga do Hamas), lançou 1.100 mísseis contra alvos civis em Israel. São petardos não guiados destinados a atingir qualquer ponto de cidades israelenses. Um total de 380 destes mísseis iriam atingir alvos com população israelense e foram abatidos pelo Domo de Ferro. Este aspecto é extremamente importante e a mídia internacional e brasileira ignora. Palestinos morreram e judeus não, então a guerra é assimétrica. Até parece que Israel é culpada por poder se defender. De fato, 380 mísseis iriam cair entre os cidadãos israelenses.

A taxa de acerto do Domo, prevista para 95% foi de 96%. Isto significa que 15 mísseis que iriam atingir alvos urbanos não foram abatidos e de fato explodiram em Israel causando apenas ferimentos leves em algumas pessoas.

Duzentos mísseis lançados pela Jihad Islâmica eram defeituosos e caíram dentro da fronteira palestina. Alguns, como um que foi filmado por repórter palestino que documentava o ataque, fez uma curva em U e atingiu uma mesquita. Parece meio estúpido dizer isso mas 15 mísseis do Jihad causaram danos em Israel enquanto 200 mísseis do Jihad causaram danos na Faixa de Gaza. E todos os danos, mortes e feridos pela sua própria incompetência, os muçulmanos sunitas do Jihad Islâmico lançaram na conta do Estado Judeu.

Sendo assim, 605 mísseis lançados contra cidades israelenses erraram completamente o alvo mas caíram e explodiram em Israel. Uns poucos, no mar. O saldo final foi de 36% dos mísseis lançados foram contra alvos israelenses, 19% sequer ultrapassaram a fronteira de Gaza e o restante 45% não atingiriam qualquer alvo em Israel.

Por seu lado, Israel atingiu e destruiu 140 alvos do Jihad Islâmico na Faixa de Gaza e eliminou a liderança do movimento, o que se trata de um grande favor para o Hamas e para a Autoridade Palestina, incapazes de eliminar estes perigosos rivais.

O objetivo dos Jihadistas é morrerem em combate para atingirem o paraíso ao lado de Mamoé. Portanto, matá-los é realizar a missão deles.

Ufanistas e alguns assalariados divulgam isso como uma vitória de Israel. Mas é uma vitória dos mortos. Todos os grupos Jihadistas estão constituídos para uma rápida substituição de lideranças mortas sem solução de continuidade.

Trocar cinco ou seis líderes é fazer subir uma nova geração, mais resiliente, com mais vontade de vingança e também de morrer e ascender espiritualmente. Trocar um líder é imediato. Refazer estoques, reconstruir bunkers, instalações e fábricas é um processo demorado.

Israel deve fazer o que fez. Deve se defender sempre e mandar para pqp todas as pessoas na mídia que afirmam que quando os judeus se defendem estão atacando. Tivessem os 380 mísseis atingido cidades israelenses, estes mesmos, os que acusam Israel de atacar quando se defende iriam estar comemorando em festa.

O Jihad Islâmico ter disparado um míssil contra Jerusalém (foi abatido) é de uma irresponsabilidade total. Alguém pode imaginar o que aconteceria se um míssil destes atingisse a mesquita de Al Aqsa ou o Domo da Rocha?

Pelo lado do Jihad Islâmico a astúcia de seus novos líderes foi tão espetacular que convocaram a imprensa em Gaza e declararam a vitória, afirmando ainda que seus mísseis derrubaram todos os mísseis do Domo de Ferro que Israel lançou contra os civis palestinos em Gaza. Todos os 200 mísseis próprios, mais os que Israel de fato lançou foram colocados na conta dos judeus.

Essa declaração foi uma das mais contundentes em Novi Língua, do Ministério da Verdade em Gaza, situação que George Orwell jamais imaginou para a guerra fictícia contra a Eurásia, mas que a realidade sublimou.

Aliás, a saber, o custo mínimo, para Israel, das 380 interceptações apenas, foi de 38 milhões de dólares em 66 horas.

Opinião de José Roitberg – jornalista e pesquisador.

Imagem: Israel inventou uma forma tecnológica caríssima de se proteger contra mísseis. É o único país capaz disto. Não fosse o Iron Dome, Kipat Barzel, Domo de Ferro, as cidades israelenses teriam sido atingidas milhares de vezes por mísseis nos últimos anos. Foto IAF por Yonatan Zalk.

José Roitberg

José Roitberg é um jornalista brasileiro e pesquisador em história, formado em Filosofia do Ensino sobre o Holocausto, pelo Yad Vashem de Jerusalém.

Um comentário sobre “Entendendo o Domo de Ferro e os alarmes dos últimos dias

  • Precisamos criar em Israel um reinado Israelita através da dinastia de Reis de Israel. Enquanto houver um resquício de liderança “greco romana” Israel não terá autoridade para determinar uma ação ampla, pacífica e definitiva.
    A leitura de Platão em muitos países Inclusive em Israel impede o mundo de respirar. H’Shem deu ordens a Israel para criar um reinado Israelense para ter força contra os inimigos. Outra forma de governo é covardia e trabalha contra Israel.

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