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F-35 de Israel realizaram 15.000 horas de ataques na guerra

Esta é a primeira foto oficial de um F-35i israelense com o sistema de transporte externo de bombas, desenvolvido em Israel e, segundo informações da Força Aérea, já empregado em vários ataques nesta última guerra. Segundo informação oficial, desde 7 de outubro de 2023, foram 15.000 horas de missões de combate, e ninguém viu. Aliás, este é o objetivo deste avião: não ser visto.

Entenda. O F-35 é um caça-bombardeiro stealth (invisível ao radar), de baixíssimo ruído e assinatura das turbinas, e supersônico. Uma de suas principais características de projeto é transportar bombas e mísseis internamente e não ter tanques de combustível externos adicionais, visando diminuir ainda mais o sinal de radar.

Ao colocar suportes externos com bombas GBU-31 guiadas, que são aquelas enormes de 900 kgs. numa alteração realizada conjuntamente com o fabricante Lockheed, houve um aumento de peso, de arrasto aerodinâmico, com consequente diminuição de velocidade e aumento de consumo de combustível. Mas principalmente, as características stealth devem ter sido muito comprometidas.

A carga militar normal de um F-35 são 4 mísseis AIM 120 para combate ar-ar ou 2 mísseis AIM 120 e duas bombas GBU-31 internamente. Há muita especulação sobre a atual configuração israelense que poderia ser de 4 mísseis e 4 bombas, 2 mísseis e 6 bombas, ou ainda, uma especulação de que seriam 2 mísseis e 4 bombas, e o espaço interno das outras duas bombas, teria sido ocupado por um grande tanque de combustível interno, aumentando o raio de ação do avião, permitindo ir a voltar do Irã sem reabastecimento aéreo. Mas isto representaria apenas, cerca de 20% a mais de capacidade de combustível. Não há aviação inimiga nos teatros de operação atual, portanto, transportar mísseis para combate aéreo, é desnecessário, apenas aumentando o peso e ocupando espaço interno.

Ainda existe possibilidade técnica de todo o espaço interno dos mísseis e bombas ter passado a ser para combustível, aumentando ainda mais o alcance da aeronave, o que parece ser o cenário mais coerente. E isso representaria cerca de 42% a mais de capacidade de combustível. Talvez até um pouco mais, porque um tanque de combustível pode utilizar o espaço ocupado pelas bombas e mísseis e também o espaço livre em volta delas. E neste espaço livre, talvez caibam mais mil litros facilmente. Cada mil litros, mais 10%. Se Israel conseguiu aumentar o tanque do avião em 50%, seria algo espantoso.

Apenas alguns aparelhos foram modificados e não toda a frota. Aliás, Israel acabou de receber mais três aeronaves.

Me arrisco a afirmar que um F-35 equipado desta forma não é stealth. Em Gaza, Líbano e Síria, não precisava ser stealth para não ser visto, porque ou não existem defesas antiaéreas modernas ou elas estavam comprometidas. Além disso, outras unidades, sem as bombas externas, podem atacar os radares remanescentes, antes dos aparelhos equipados com bombas guiadas. E é importante saber que, em uso convencional, estas bombas podem ser largadas a até 15 km do alvo, o que é considerado perto, existindo mísseis mais caros, que podem ser disparados de 60 km a 250 km do alvo, portanto, os aviões que operam estas armas não precisam se aproximar das defesas antiaéreas.

Por José Roitberg – jornalista e pesquisador

José Roitberg

José Roitberg é um jornalista brasileiro e pesquisador em história, formado em Filosofia do Ensino sobre o Holocausto, pelo Yad Vashem de Jerusalém.