Filme israelense cutuca o tabú: morreram mesmo seis milhões de judeus no Holocausto?
A resposta sempre foi absolutamente conhecida por todos os estudiosos do Holocausto: NÃO! Calma, este não é um artigo revisionista do Holocausto. Decorre que aproveitando a pandemia, o cineasta David Fisher decidiu por o galho no vespeiro e produziu o documentário “The Round Number” (O Número Arredondado).
Foi procurar a primeira publicação do número seis milhões e a encontrou, pois foi primeira página de jornais. Entrevistou os principais pesquisadores do Yad Vashem e das universidades israelenses e é claro, pela verdade, todos disseram ser um número arredondado.
Até hoje não se sabe o número exato e provavelmente nunca se irá saber. O número de trabalho do Yad Vashem é de pouco mais de 5.835.000 VÍTIMAS IDENTIFICADAS. E isso é o mais importante da questão. São pessoas cujos nomes constam em listas e relatórios nazistas e também em testemunhos de sobreviventes.
Alguns pesquisadores honestíssimos judeus dizem que não se pode afirmar se estes são todos, ou se há mais. Pois duas listas importantíssimas foram tornadas públicas nos últimos 20 anos: a lista dos judeus transportados pela companhia ferroviária alemã (empresa privada que jamais recebeu ordens para destruir suas cópias, enquanto as cópias das listas em poder da SS foram queimadas) e a surpreendente lista de retirada de populações pela União Soviética ante o avanço alemão. Enquanto na lista das ferrovias, centenas de milhares de nomes, sobrenomes, sexo, idade, cidade de destino e origem foram introduzidos no arquivo do Yad Vashem, a lista soviética removeu algumas dezenas de milhares de nomes do arquivo, inclusive um casal, um dos irmãos de minha avó e a esposa (que ninguém da família sabia o nome, mas consta na lista soviética), removidos junto com todos os judeus em idade apta para o trabalho que estavam na emblemática Chernovtiz, na Bessarabia.
Deste casal minha família só os tinha em uma foto geral enviada ao Brasil antes da guerra. A certeza deles terem sido mortos era de 100% até o ano de 2018. Na lista eles foram enviados para trabalhar numa fábrica de munições no Tajiquistão, onde passaram a guerra, tiveram três filhos e depois mudaram seus sobrenomes se mesclando a população soviética. Este é só um exemplo da dificuldade de apuração de um número preciso, apesar de haver um diretor encarregado disto no Yad Vashem.
Ainda não assisti The Round Number, mas irei. O filme já está proibido na Alemanha e será execrado por boa parte dos judeus do mundo, que aferrados estão aos seis milhões. Vão declarar que um judeu afirmar que não morreram seis milhões de judeus no Holocausto é a vitória dos Revisionistas do Holocausto. Mas veja bem, não são seis, mas 5,835 milhões. E é disto que trata o filme.
Eu sempre tive minha própria ideia do motivo de arredondar para seis. Falar nos eventos cinco milhões oitocentos e trinta e cinco mil e tantos mortos é contraproducente e desagradável. Mas então usar um número arredondado para cima, portanto podendo não ser verdadeiro foi correto e é correto manter isto? Com certeza o David Fisher discute exatamente isto.
REVISIONISMO DO HOLOCAUSTO
A partir daqui os revisionistas vão adorar o que vou escrever e os judeus vão detestar. Quando estive em Israel no ano de 2008 participando do curso de Filosofia de Ensino sobre o Holocausto no Yad Vashem, no segundo dia de aulas e tive que interromper o excelente major Sinai (espero que ele esteja bem) com o seguinte atrevimento: “Sinai, eu vim fazer um curso sobre o Holocausto e não sobre o Revisionismo do Holocausto”. Tenho certeza de quem em nenhuma outra turma alguém se atreveu a falar isso.
E o major Sinai, sempre muito tranquilo respondeu: “Gostei. Yossi, vou ser absolutamente franco com você e com o restante da turma. Os revisionistas do Holocausto se fazem em cima dos erros que a primeira geração de pesquisadores do Holocausto e sobreviventes ainda jovens criaram sobre detalhes. Acredito que nenhum erro foi intencional, como forma de propaganda e eles acreditavam no que diziam. Vários erros foram introduzidos por filmagens do exército norte-americano quando libertaram campos de concentração. Interpretaram naquele momento o que viram. Mas viram errado. Alguns exemplos. Cabeças encolhidas de judeus, como as dos pigmeus da África eram objetos falso de decoração bizarra alemã. Retiramos da exposição do museu quando construímos este novo. Abajures feitos com pele humana tatuada. Isso, cabeças e tatuagens aconteceu apenas no campo de Dachau em Munique. Foi a esposa de um sargento da SS que os fez. Há sim uma ou outra tatuagem de judeu, mesmo que os judeus sejam proibidos de se tatuar, mas a maioria era de presos políticos não judeus. Também retiramos do museu. Sabão feito com gordura de judeu. Assim que foi criada a tecnologia comercial de busca de DNA humano em amostras, criamos um projeto enviando dezenas de amostras de várias destas barras de sabão (apenas em Israel são 24 mausoléus com elas), para laboratórios na Europa e EUA que não sabiam do que se tratava. Não havia DNA humano em nenhuma delas. Isso foi em 1994. Emitimos um comunicado mundial e ninguém tomou providência alguma. O único museu que parou de exibir as barras de sabão tidas como de gordura de judeus é aqui o Yad Vahsem. O número seis milhões entra neste mesmo caso. Nosso número de trabalho é de 5.835.000 e poucos judeus assassinados absolutamente identificados. Parte do milhão e meio mortos a bala da Estônia, Lituânia-Latvia, Bessarabia e Ucrânia está incluída. Da outra parte só temos os números dos relatórios alemães, sem nomes. Portanto, o número verdadeiro pode ser um pouco maior que seis milhões. Outro subsídio aos revisionistas é o filme “Night and Fog” (Noite e Neblina) do cineasta francês Alain Resnais, uma obra de arte com 32 minutos dos primeiros filmes originais sobre o Holocausto que o mundo viu em 1956, mas que introduziu vários elementos inexistentes colocando o áudio da locução dele interpretando imagens que eram outras coisas.”
Eu escrevi assim pois tenho isso gravado em vídeo. Gravei todas as aulas, com autorização. Sendo assim, encerrou a questão o major Sinai, enquanto não adequarmos o ensino do Holocausto à absoluta verdade, estaremos pagando pela munição que os revisionistas disparam contra nós.
Num outro exemplo, quase todas as pessoas tem a certeza de que o termo Holocausto foi criado para sintetizar o genocídio dos judeus pelos alemães nazistas e pelos aliados deles. Mas o termo aparece dezenas de vezes em artigos de jornais da época da Primeira Guerra Mundial a partir de 1916.