Blog do Ronaldo

Frei?

Ontem, recebi do meu querido irmão por afinidade, Jayme Fucs Bar, a cópia da correspondência que mandou para esse tal de Frei Beto.

O frei que certamente deve ser um dos comunistas famosos da Igreja Católica, agora está defendendo a tese de que Jesus era palestino. Jayme deu-lhe uma espetacular aula que sem dúvida, quanto ao frei Beto, vai cair no vazio.

É como oferecer pérolas a porcos. Porcos que além de porcos, são canalhas, pois sabem que mentem, mas continuam mentindo para favorecer uma narrativa que está posta na defesa do indefensável.

Ao invés do “religioso” defender as vítimas de 7 de outubro, tenta contemporizar nas entrelinhas com o Hamas, grupo criminoso, assassino, estuprador, degolador de bebês, sequestrador e terrorista.

Bem, enfim, vamos, aqui embaixo, transcrever o texto do Jayme que é ouro em pó, para que, como o próprio Jayme me disse, fazer com que quem não saiba ou não conheça, aprenda!

Valeu, Jayme Fucs. Muito obrigado!

Boa leitura e feliz aprendizado!

Ronaldo Gomlevsky

Diário de Guerra 40 – Ai Meu Deus – Carta Aberta ao Frei Betto – Jayme Fucs Bar

Em resposta ao artigo de Frei Betto – Natal na Faixa de Gaza. Acesso: Natal na Faixa de Gaza. Artigo de Frei Betto – Instituto Humanitas Unisinos – IHU

Estimado Frei Betto,

lendo seu texto, me senti na obrigação de fazer algumas importantes observações. Gostaria de, se assim me permitisse, apresentar uma versão um pouco diferente, pois infelizmente o senhor desconectou Jesus da sua verdadeira essência e origem.

Goste ou não, Jesus nasceu judeu, filho de mãe judia Maria (Miriam), foi circuncisado como todo judeu e viveu toda a sua vida dentro do povo de Israel. Como ele mesmo declarou: “Não penseis que vim abolir a Lei e os Profetas. Não vim para abolir, mas para cumprir…. (Mt 5,17-19). Realmente Jesus foi um excelente exemplo de um bom judeu!

Não sei se você recorda, ou se procura negar, mas de fato toda a história de Jesus se passou no espaço geográfico, político e social dentro das terras de Israel, e não na Palestina ou melhor Filisteia, que só muito mais tarde deu origem ao nome Palestina.

Talvez você não tenha ciência, mas esse povo filisteu veio das ilhas do mar Egeu, hoje Ilhas Gregas. Eles não pertenciam a essa região (hoje Oriente Médio). Provavelmente abandonaram seu habitat por causa de um grande terremoto ou de causas climáticas.

Esses Filisteus, diferentes dos Judeus, não eram monoteístas e sim tinham costumes e cultura pagã. Emigraram para a costa da área litorânea, que hoje corresponde as cidades de Asdod, Asquelon e Gaza.

No velho testamento você pode ler muito sobre os Filisteus, principalmente no livro de Samuel, onde esses locais aparecem como “terra dos Plistin” (terra dos Filisteus).

Eu sei que você não sabe disso, pois nunca te contaram, mas esse nome Plistin (Filisteu) foi um apelido dado pelos próprios israelitas e é um nome pejorativo que vem da raiz da palavra hebraica POLES, que significa INVASOR.

Quase ia me esquecendo, os Filisteus deixaram de existir durante a conquista dos Babilônios em 604 aC. Eles não têm nada a ver com o povo árabe muçulmano. O termo “povo palestino”, utilizado para designar os árabes da Terra de Israel, aparece pela primeira vez na Carta Palestina da OLP, em 1964.

Portanto, ao contrário de outros povos do mundo que formaram a sua identidade nacional ao longo de muitos séculos, o povo palestino nasceu de repente, dentro de uma necessidade estratégica do que foi o retalhamento das terras do antigo Império Turco pelos ingleses e franceses, que criaram países e novas identidades nacionais inexistentes até aquele momento.

Não somente a Palestina, mas novos países e novas identidades nacionais surgiram como por exemplo a Jordânia, o Líbano, a Arábia Saudita, os Emirados Árabes etc.

Veja, estimado Frei Betto, a complexidade desse conflito deve ser dentro de uma realidade e de fatos históricos e não através de fantasias e deturpações, que têm apenas o objetivo de demonizar os Judeus e o Estado de Israel.

Fico admirado em ver o senhor, uma pessoa culta e digna de muito respeito, cair nesta armadilha e ser parte do grupo daqueles que reescrevem a história, transformando o termo Sionismo em um movimento racista, militarista de ocupação, destruição e extermínio do povo palestino.

Pergunto ao distinto e honrado Frei Betto, que atua nos direitos Humanos. Se todos os povos da humanidade têm o seu direito à autodeterminação nacional, como palestinos, curdos, tibetanos, chechenos, bascos etc., por que os judeus, que são um povo milenar, não teriam também esse direito de autodeterminação nacional?

Eu gostaria que o senhor soubesse que sionismo é o movimento nacional do povo judeu. Esse movimento faz parte de um processo histórico milenar, seus laços entre o povo judeu e a Terra de Israel são inseparáveis há mais de 3000 mil anos! Jesus como judeu é parte de Sion.

Veja o que está escrito em Romanos 11 25-29: “Todo Israel será salvo, como está escrito. Virá de Sion o Redentor!” Não está escrito que virá da Palestina o Redentor (até porque não havia Palestina naquela época).

Frei Betto, “Sion” de onde deriva o nome sionismo, o movimento de libertação nacional do povo judeu, não é nome feio, nem palavrão. Sion aparece nada mais, nada menos que 150 vezes na Torá, definindo o local onde se encontrava a cidade de David, em Jerusalém. Isso quer dizer “cidade de Sion”. Veja como está escrito em Marcos 10:47-48 “Jesus era filho de David, tem misericórdia de mim…”. do hebraico podemos assim traduzir Jesus era filho de Sion (filho da casa de David).

Me desculpa, estimado Frei Betto. Eu não sou cristão, mas me sinto na obrigação de te alertar, pois você transformou a identidade e a origem desse grande e amado judeu Jesus em palestino. Eu considero uma grande ofensa à imagem de Jesus e a todo o seu legado, que ele trouxe e continua a trazer para toda a humanidade.

Portanto querido Frei Betto, Jesus não viveu em Gaza e sim na Terra de Israel. Foi criado e educado em Nazaré, por um outro judeu chamado José (Yosef). Jesus, quando já adulto e com formação e convicções claras, entrou em choque com os anciões dentro da sinagoga de Nazaré. Por isso, como bem se sabe, foi expulso de Nazaré e partiu para a Galileia (e não para Gaza).

Foi na Galileia que ele passou a ser amado e reconhecido pelos seus grandes poderes de ensinamentos, curas e milagres, e se tornou um grande líder espiritual, criando a sua própria sinagoga. Isso tudo em Cafarnaum (Kfar Nahum), na Galileia (e não em Gaza, em Rafia ou Jubalia).

Recordo ao estimado Frei que todos os discípulos de Jesus (Yoshua) eram Judeus e não Filisteus (Palestinos). Todos! Sem exceção! Seus nomes verdadeiros eram nomes judaicos em hebraico ou aramaico, e não nomes filisteus ou palestinos.

É claro que você sabe, mas refresco a sua memória: Pedro era Shimon, Tiago era Yakov, João era Yohanan, Maria Madalena era Miriam Magdala etc. Ninguém tinha nome de Armed, Muhamamd ou Mahmud.

Não sei se sabe, mas os muçulmanos invadiram esse território chamado Israel, vindos da Península Arábica em 632 d.C,, dominando-o por mais de 1300 anos, até a conquista dos Ingleses e Franceses, em 1917.

Frei Betto se me permite, eu tenho uma versão diferente de onde Jesus nasceu nesse Natal de 2023.

Neste Natal, Jesus nasceu nos Kibutzim Nir Oz e Beri, localizados na fronteira com Gaza (Faixa de Gaza). Jesus nasceu, nesse Natal, nesses dois Kibutzim, que vivem no sistema de vida que Jesus sempre pregou com Paz, Amor ao Próximo, Igualdade e Justiça Social.

Jesus, quando abandonou Nazaré e foi viver sua vida junto de seus discípulos na Galileia, teve uma vida totalmente comunitária. A prática desse estilo de vida existe em Israel há mais de 2 mil anos, antes mesmo do surgimento das ideias chamadas socialistas.

Hoje, na modernidade, é o que conhecemos em Israel como kibutz, um estilo de vida que viveu Jesus. Eu, pessoalmente, tenho o orgulho de viver e criar meus filhos e 6 netos nesse especial sistema de vida.

Essas estruturas comunais em que Jesus viveu foram as primeiras sociedades comunais organizadas conhecidas na humanidade.

Cada comunidade seguia o princípio básico de que cada um contribuía em função da sua possibilidade e ganhava em função da sua necessidade.

“Deem gratuitamente, tal como gratuitamente receberão!” (Mateus 10:8).

Jesus com certeza nasceu nesse Natal de 2023, nesses Kibutzim. Sofreu e chorou junto com cada uma dessas famílias.

Jesus nasceu nesse Natal entre escombros das casas onde famílias inteiras foram queimadas vivas. Jesus nasceu entre as mulheres e crianças que foram estupradas e seus seios arrancados. Jesus nasceu ao lado da pobre jovem mulher grávida, que teve seu bebê arrancado de seu ventre. Jesus nasceu ao lado das cabeças que foram decapitadas brutalmente.

Jesus nasceu neste Natal aos gritos de Allahu Akbar (Deus é Grande). Chorou e se envergonhou ao ver usarem o nome de Deus para tanta maldade, ódio, violência e selvageria.

Jesus nesse Natal não nasceu cercado de animais em Belém e sim cercado por 3000 terroristas sanguinários fundamentalistas Islâmicos, que invadiram Israel e massacram civis, crianças, homens, mulheres e idosos, pelo simples “crime” de, assim como Jesus, terem nascidos judeus e judias.

No Natal de 2023, Jesus nasceu nos Kibutzim Nir Oz e Beri. Os magos não estiveram presentes, pois tiveram medo de serem raptados para dentro da Faixa de Gaza, entre inocentes crianças e bebês.

Jesus nasceu nesse Natal em Nir Oz e Beri. Jesus chorou e chorou muito em ver o tanto de ódio que se tem nesse mundo, pelo seu amado povo de Israel. Jesus chorou e continua a chorar até hoje, por ver um mundo que não aprendeu nem mesmo com o Holocausto. Jesus chorou ao ver esse desejo satânico de querer exterminar o seu povo e o seu livre direito de existir!

Estimado Frei Betto, com todo o respeito, o seu artigo tem erros históricos gravíssimos, que vale a pena você procurar estudar e entender essa complexidade que é o conflito no Oriente Médio. Te peço para procurar fontes seguras, para não usar o nome de Jesus em vão.

SAIBA: A faixa de Gaza foi liberada por Israel em 2005, quando foi passado o seu controle para a Autoridade Palestina, com intuito de transformar esse território num exemplo de paz e prosperidade. Rapidamente se travou uma guerra civil entre os grupos rivais palestinos Fatah e Hamas e, em 2007, o Hamas expulsou a Autoridade Palestina, assumindo total controle da faixa de Gaza.

Esse território foi transformado em um estado bélico terrorista islâmico, onde não existe nenhuma regra em suas práticas militares. Na faixa de Gaza, desde 2005, não existe exército de Israel, colonos etc. Esse é um território livre palestino já há 19 anos.

Não sei se você sabe, mas o Hamas não está lutando por um estado Palestino livre e soberano, na qual eu e muitos judeus defendemos. Um estado judeu ao lado de um estado palestino – DOIS POVOS DUAS NAÇÕES.

Vale a pena você procurar ler o que está escrito na plataforma da Hamas. Eles desejam transformar o mundo num estado Islâmico, como forma de conseguir a “Paz Mundial”. Para isso devem exterminar Israel e os judeus no mundo e, depois, os “hereges “cristãos, budistas, indus, ateus, LGBTQ etc. Por isso o genocídio que fizeram em Israel em 7 de outubro de 2023, onde assassinaram mais de 1400 pessoas em 6 horas, foi uma pequena amostra da forma prática que eles “justificam seus meios”, para alcançar os seus objetivos.

Para terminar te faço uma confissão!

Eu sou Judeu e amo Jesus, eu acredito no Jesus, o judeu! Ele foi um grande profeta que veio, assim como os outros grandes profetas de Israel, cumprir as leis da Torá. Jesus, sempre em suas mensagens, procurou trazer a compreensão e a prática da essência judaica, que é a fé no Único e o amor ao próximo. E é nisso, como judeu, que eu acredito! É foi nisso que Jesus, o Judeu, sempre acreditou.

Frei Betto, por favor, entenda uma coisa: nós, como cristãos e judeus, podemos ter diferenças teológicas na forma que entendemos Jesus. Isso não é o problema, pois cada ser humano tem o direito de ter a sua fé. Mas com uma condição: jamais usar nossas crenças para destruição do outro, por ser e pensar diferente.

Te peço um momento de meditação e reflexão. Faça uma prece ao amado Jesus. Nem você e nem ninguém jamais poderão tirar de Jesus a sua identidade Judaica. Jesus, na minha crença, não é o Messias. Mas isso não importa! O que importa é que Jesus é inseparável do povo Judeu, pois sem o Jesus – o Judeu jamais existiria o Cristianismo.

Goste ou não, é um fato nesse Natal de 2023. Jesus nasceu no Kibutz Nir Oz e Beri, e não em Gaza.

Ronaldo Gomlevsky

Ronaldo Gomlevsky é jornalista, advogado e empresário.