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Governo de Israel prevê 1/3 da população com ômicrom em três semanas

Isto significa mais de três milhões de casos. Mas o ministro da saúde israelense deixou claro que não se deve criar um cenário apocalíptico.

Neste momento, o que se sabe sobre a variante ômicrom é que todos vão contrair. Os vacinados, com qualquer das vacinas parecem estar isentos de consequências graves ou sequelas, demonstrando, mais uma vez, que as vacinas funcionam.

Lembram que as primeiras definições quando eram aprovadas ainda como emergenciais ou estudo, diziam: para evitar a morte dos pacientes. Obviamente, estatisticamente, os casos fatais de pessoas com três doses de vacinas são conhecidos, recebem uma hiperexposição, mas são a exceção e não a regra.

Para os não vacinados restam as palavras do presidente Biden, no dia 16 de dezembro de 2021: “Para os não vacinados será um inverno da morte”. Isso foi ao vivo na CNN, publicado em todo o mundo pela agência AP – Associated Press, pela France24, Al Jazeera e outras, com repercussão zero.

Dá para imaginar o sauceiro que teria existido se tivesse sido o Trump a dizer aquilo? Absolutamente nenhum setor da sociedade acusou Biden de nada por ter dito que os não vacinados vão morrer.

E aparentemente as notícias mostram que as mortes e internações de casos graves dos últimos dois ou três meses, são majoritariamente de não vacinados. Em alguns países chegam a formar 70 a 90% dos casos de internação devido as variantes delta e ômicrom.

Ao mesmo tempo Israel iniciou, nesta domingo 2/jan/2022 a administração do comprimido Paxlovid, da Pfizer em pacientes. Seus nomes foram abertamente revelados. Tratam-se de Simcha Newmark, 32, de Jerusalém e Ora Rosenzweig, de Ramat Hasharon, que estão em quarentena residencial. O medicamento, com instruções muito completas lhes foi entregue em casa. Ninguém vai comprar nas farmácias.

Na caixa do medicamento, na foto oficial da Pfizer neste post, pode-se ler “Apenas para uso emergencial”. Neste dia 3/jan a Pfizer já produziu 180.000 doses, 70.000 delas alocadas para os EUA. Até o fim de janeiro a empresa espera elevar para 250.000 doses o número destinado aos Estados Unidos. A FDA o autorizou para pessoas acima de 12 anos de idade.

Ao mesmo tempo o ministério da saúde de Israel aprovou e comprou o primeiro lote do remédio rival da Merck, Molnupiravir, não aprovado pelo FDA para menores de 18 anos de idade a um preço absurdo de 700 dólares por paciente, ou seja, 4 mil reais. A administração é de 40 comprimidos, oito por dia durante cinco dias. Já está autorizado na Inglaterra e Dinamarca.

Entendendo: a variante ômicrom não é menos letal que a variante alfa inicial; ela tem contágio muito maior e veloz. A baixa da letalidade neste momento (isto pode mudar em semanas) é devido ao contágio de já vacinados. Na população não vacinada que em Israel passa de 1,6 milhões de pessoas, nos EUA, mais de 120 milhões de pessoas (todas por não aceitarem as vacinas por variados motivos), a variante ômicrom não só vai contagiar um número gigante de pessoas, como as vai matar, igualzinho à alfa. A diferença é que no momento existem já, pelo menos dois comprimidos para quem contraiu a doença.

Outros países com taxa de vacinação inferior a 50%, como a Rússia, vão sofrer. No Brasil a população respondeu ao apelo da vacina melhor que na maioria dos países do mundo. 78,2% da população tem uma dose e 67,5% da população tem duas doses.

José Roitberg

José Roitberg é um jornalista brasileiro e pesquisador em história, formado em Filosofia do Ensino sobre o Holocausto, pelo Yad Vashem de Jerusalém.