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Grupo pró-palestino publica mapa de todas as instituições judaicas de Boston

Sob o título “Líderes sionistas e poderosas ONGs” um coletivo ativista pró-palestino publicou na Internet um mapa completo figurando todas as instituições judaicas da área da Grande Boston, nos EUA suas ligações (segundo o grupo ligado ao BDS – Boicote, Desinvestimento e Sanções contra Israel) com grupos judaicos, polícia, universidades, fundações e outras organizações. Foram publicados também os nomes e endereços de diretores e funcionários.

A maior parte dos dados, como os nomes, razões, endereços físicos e virtuais, nomes dos diretores são informações públicas e publicadas. Já os nomes dos funcionários empregados das instituições judaicas são informações privadas.

A publicação expôs um gigantesco e longo trabalho de levantamento de informações sofrido pela comunidade judaica de Boston, que aparentemente nada percebeu, até ser surpreendida.

O grupo se intitula “The Mapping Project” (O Projeto de Mapeamento). No site deles existe um calhamaço antissemita que transcende o próprio mapa onde constam 482 instituições judaicas e 1.361 supostas ligações que elas possuem.

O pior são as explicações do grupo pró-palestino que, mais uma vez, joga por terra, e imaginação da esquerda judaica de que se posicionando contra Israel serão poupados do racismo antissemita.

Simplesmente o objetivo do coletivo pró-palestino foi “EXPOR o apoio institucional local à colonização da Palestina e revelar como o apoio pelo sionismo cria conexões e outros males à sociedade como a gentrificação, o complexo prisional industrial e o preconceito e discriminação social contra pessoas com desabilidades.” Para ter uma noção de onde chega a estupidez do Mapping Project, ele coloca a Harvard Medical School, nesta categoria, como se fosse uma instituição judaica, alegando que ela “abusa dos corpos de negros para supostos fins de estudo”. Inacreditável!!!

“Este mapeamento coletivo serve para revelas as entidades locais e suas redes de contados permitindo criar a devastação, assim nós vamos desmantelá-las”, publicou o grupo.

Todas as instituições e empresas de Boston que possuem ligações comerciais com instituições judaicas foram acusadas e trabalhar “pela normalização com Israel”. E a normalização, a paz, é impossível, inexistente e precisa ser combatida pela ala radical palestina e os apoiadores dela.

O Projeto ainda define várias instituições as quais acusam de serem “imperialistas norte-americanas contra o estado de Massachusetts”. Como entender isto? Criaram o “imperialismo interno”? Precisaríamos de Nelson Rodrigues ou João Saldanha para elucidar.

ENTENDEU LEITOR? Estes imorais e safados antissemitas mesmo, pró-palestinos, sem querer estar contra as pessoas com esta desabilidade, acusam os judeus pelo preconceito na sociedade contra as pessoas com deficiências físicas, acusam os judeus pela existência de prisões nos EUA, e acusam os judeus pela urbanização moderna que existe em todos os países do mundo onde são compradas áreas degradadas das cidades e lá, novos bairros são reconstruídos. É demais da conta, não é.

Não é não. Os judeus também foram acusados de serem e apoiarem os supremacistas brancos norte-americanos. É de uma boçalidade a toda prova.

Jeremy Burton, diretor executivo do Conselho de Relações Comunitárias Judaicas da Grande Boston, declarou que o grupo pró-palestino decidiu culpar os judeus por tudo de ruim que existe na cidade. E isto é antissemitismo estrutural católico, sequer muçulmano.

Jeremy também deixa claro que todas as instituições da esquerda judaica, várias sinagogas antissionistas e as instituições judaicas antissionistas como a J Street, foram englobadas num saco só como sendo sionistas, supremacistas brancas, preconceituosas e um mal para a sociedade.

Para este tipo de grupo pró-palestino, composto por muçulmanos, católicos, anglicanos, protestantes, ateus ou marxistas, judeu bom é judeu… Não é o que você pensou. Para eles, judeu bom é judeu não existente onde os racistas querem existir.

Com informações da JTA, The Times os Israel, Teh Jewsih Journal e outros

imagem, captura de tela do The Mapping Project na Internet

José Roitberg

José Roitberg é um jornalista brasileiro e pesquisador em história, formado em Filosofia do Ensino sobre o Holocausto, pelo Yad Vashem de Jerusalém.