Guerra no Líbano pode recomeçar amanhã, dia 18

Gantz vai a TV e diz ser contra a retirada esperada das tropas de Israel, do Líbano amanhã: “ O Estado do Líbano não está cumprindo o acordo. O Hezbollah está se rearmando e voltando a operar na área de fronteira. Israel não pode retirar suas forças do Líbano.” Gantz não faz mais parte do governo.

Israel enfatiza: as Forças de Defesa de Israel permanecerão em 5 pontos “estratégicos” no Líbano. Das demais áreas, nos retiraremos amanhã de acordo com o acordo. Os Estados Unidos concordam. Uma das regiões onde as tropas vão premanecer é no oeste do extremo norte, para proteger Kriat Shemona e Metula.

O jornal libanês “Al-Modon” publica o rascunho das diretrizes do novo governo, que devem ser votadas no parlamento. As diretrizes diferem das anteriores porque não incluem a palavra “resistência”, que supostamente servia como base legal para o Hezbollah.

Posição do governo libanês

A declaração afirma: “Queremos um Estado que assuma total responsabilidade pela segurança do país, proteja suas fronteiras, dissuada agressores e defenda seus residentes”, confirmando o compromisso do Líbano com a Resolução 1701, o armistício de 1949 com Israel e os entendimentos de 2024 que encerraram a guerra.

Também foi mencionado que “o governo se comprometerá a tomar todas as medidas necessárias para libertar todos os territórios libaneses da ocupação israelense e estabelecer soberania sobre todas as áreas do país com seu próprio poder, além de posicionar o exército libanês em todas as áreas de fronteira reconhecidas internacionalmente”.

O texto enfatiza ainda que “reafirmamos o direito do Líbano à autodefesa em qualquer caso de agressão, de acordo com a Carta da ONU, e pedimos a implementação do discurso de posse do presidente sobre o direito do Estado de ter o monopólio das armas, além da necessidade de um debate sobre uma política de defesa abrangente como parte de uma estratégia nacional de segurança”.

Pronunciamento do líder do Hezbollah

Na foto, captura de tela da TV Al Manar, do Hezbollah, de uma matéria onde mostram as principais vias de Beirute embandeiradas com a bandeira amarela do grupo e grande número de banners em praças, canteiros centrais (como este) viadutos e passarelas de pedestres anunciando o sepultamento e conclamando a participação de todos.

Pontos-chave do discurso de Naim Qassem, Secretário-Geral do Hezbollah, categorizados:

Assuntos Internacionais

• A posição de Trump sobre a questão palestina é extremamente perigosa. Ele busca eliminar a Palestina e o povo palestino.
• Netanyahu quer eliminar fisicamente os palestinos, enquanto Trump quer eliminá-los politicamente.

Assuntos Internos do Líbano

• O Hezbollah e Amal facilitaram a eleição do presidente e a formação do novo governo.
• Estamos à beira de uma conquista: em 18 de fevereiro, Israel deve se retirar das terras que ocupou no Líbano.
• Israel não tem direito de manter cinco pontos no Líbano. Isso está estipulado no acordo de cessar-fogo. Deve se retirar total e completamente.
• Não divulgaremos como agiremos, mas todos sabem como lidar com um ocupante caso ele não deixe as terras até 18 de fevereiro.
• O Líbano é responsável por reconstruir o que Israel destruiu no sul do país. Essa é uma responsabilidade do Estado. Cooperaremos e ajudaremos. Não abandonaremos o povo. Prometemos que tudo será reconstruído melhor do que antes.

Questão da Proibição de Voos Iranianos no Aeroporto de Beirute

• O Primeiro-Ministro decidiu impedir a aterrissagem de voos iranianos após a ameaça de Israel de atacar o aeroporto.
• Isso é um problema. Onde está nossa soberania? Somos apenas funcionários a serviço de Israel?
• O avião deve ser autorizado a pousar, e veremos se Israel ousa atacar o aeroporto.
• Houve um protesto pacífico ontem, mas o Exército usou gás lacrimogêneo. Por quê?
• Não há necessidade de criar problemas entre o Exército libanês e o povo libanês.
• Essa questão deve ser tratada com sabedoria. Os aviões iranianos devem ter permissão para pousar aqui.

Os Funerais de Nasrallah e Hashem Safi al-Din

• Este é um funeral excepcional devido ao status das duas figuras. Peço ampla participação no funeral. É uma demonstração de força. O Hezbollah é forte.
• Devemos permanecer de cabeça erguida.
• Peço às pessoas que não disparem tiros para o alto durante o funeral, para preservar sua dignidade e força.

Avaliação

Obviamente, Naim Kassen não disse uma vígula sobre o ataque de membros ou aderentes do Hezbollah a duas picapes da UNIFIL, no trajeto para o aeroporto de Beirute, quando os quatro soldados (não nominados) foram espancados e precisaram correr para não serem linchados. Um precisou de atendimento médico. As duas picapes foram incendiadas. Kassen se referiu a isso como “protesto pacífico na região do aeroporto”.

Ao final do cessar-fogo, deveriam estar realizadas três ações básicas assinadas e concordadas:

1) Israel retira todas as suas tropas do território libanês (não vai acontecer).

2) O Hezbollah entrega suas armas e se retira para o norte do Rio Litani (não está nem perto de aconter e o Hezbollah pretende agira como após a resolução da ONU 1701, quando Israel cumpriu sua parte e se retirou e o Hezbollah não cumpriu nada e nada lhe acontenceu. Estão imaginando que será a mesma coisa desta vez.

3) O exército do Líbano ocupa todas as posições anteriores do Hezbollah ao sul do Rio Litani (também não está nem perto de acontecer).

Mas já sabemos que a partir de amanhã apenas Israel será acusado de violar os termos do acordo ao manter-se em cinco localidades no Líbano e o Hezbollah deverá atacar. Se isso acontecer, espero que a IAF promova a demolição do túmulo majestoso de Nasrallah, que está em final de construção em Dahie, em Beirute, com o enterro dos restos mortais dele marcado, inexplicavelmente, para o dia 23. Caso os combates retornem, este enterro não irá acontecer.