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Israelense-americano culpado por milhares de ameaças de bomba vai se ferrar

Condenado a 10 anos de prisão em Israel, com pena comutada para 7 pela Suprema Corte, o criminoso confesso, que mesmo assim é protegido pelo sistema judicial israelense e tem seu nome embargo para divulgação pela mídia (aliás a mídia não sabe quem é mesmo), depois de sair da prisão foi para a Noruega.

E lá está preso aguardando o desfecho de um pedido de extradição feito pelos Estados Unidos. Vamos por partes. Israel não extradita pessoas, normalmente, ainda mais se tiverem dupla cidadania. Mas como os crimes telemáticos foram cometidos desde Ashkelon contra instituições judaicas norte-americanas e o então menor de idade é também cidadão americano, e muito burro, vai ser pesadamente condenado nos EUA. Relembre e entenda este caso bizarrícimo.

Logo no início do governo Trump começaram a pipocar, primeiro dezenas, depois centenas de ameaças de bomba contra escolas judaicas, clubes JCC, e sinagogas, por todo o país. A esquerda judaica foi rapidíssima e decretou: “os antissemitas que votaram no Trump fascista sairam dos esgotos e estão caçando judeus! Antissemitismo sem precendentes!” E o mundo judaico acreditou. O FBI não. Após mais de 2.000 ameaças telefônicas uma operação conjunta do FBI com o diretório de cyber proteção dos EUA, localizou a origem num computador no quarto de um rapaz judeu em Ashkelon. Foi preso.

A esquerda judaica calou-se. Muitos até hoje nem acreditam. Não eram trumpistas, não eram facistas, não eram nazistas. Era um moleque judeu israelense imbecíl, mas com muita noção do certo e do errado, tendo escolhido e implementado ações difíceis, para praticar o errado. E como era um adolescente judeu israelense, aí é que o maior número possível de acusadores se calou mesmo. A família disse que ele se trancava no quarto e não sabiam o que ele fazia lá. O advogado surgiu com um laudo de que o jovem era enquadrado dentro do espectro autista e por isso não deveria ser sequer julgado. Mas isso não colou, apesar do advogado continuar alegando a mesma coisa.

Quais foram os crimes?

O condenado admitiu ter efetuado pouco mais de 2.000 ameças falsas de bomba por telefone, contra hospitais, escolas, companhias aéreas e centenas de instituições judaicas por “estar entendiado”: em bom portguês, por estar de saco cheio. Então, todos os outros merecem se danar, na visão dele.

Cada telefonema, realizado por um serviço on-line de acesso à linha telefônica que permitia disfarçar a voz, foi definido como pelo menos um crime, dependendo do que foi dito. Foi condenado por centenas de acusações de extorsão, disseminar falsa informação para causar pânico, crimes de informática e lavagem de dinheiro, entre outras. A condenação foi muito leve para o caso: 10 anos de prisão e multa de 16 mil dólares. O juiz deve ter ficado com pena da condição de “autista” do réu.

Na época do julgamento, as companhias aéreas de vários países que tiveram voos desviados por ameaças de bomba feitas pelo criminoso, tentaram junto a justiça israelense, cobrar do réu os custos extras de combustível. Coisa que a família, evidentemente não poderia pagar. Alguns dos países que precisaram fazer decolar caças para escoltar os aviões sob ameaça e departamentos de polícia nos EUA, Canadá e Austrália, também pretendiam cobrar os custos altíssimos das repostas às ameaças falsas.

Por que o criminoso de altíssimo nível intelectual é burro?

Porque ao ser libertado tendo a pena diminuida de sete anos integralmente cumprida, ao invés de ficar em Israel viajou para a Noruega, onde não sabiam quem ele era (devido ao segredo de justiça), se apresentou ao judiciário lá, expôs o caso, pediu asilo político e foi imediatamente preso. O gênio das ameaças telefônicas nem pesquisou para saber se a Noruega tinha tratado de extradição com os EUA. Tem. E desde 2017, o nome dele estava na lista de pedidos de extradição norte-americanos.

A justiça americana não é, de forma alguma, leniente com seus cidadãos. As penas que aguardam este estropício, são mericidas e podem bater um recorde mundial. Entrevistado pelo Canal 12 da TV israelense, o canal da esquerda judaica, o advogado alegou que o cliente já cumpriu a pena dele. Claro que sim: pelas acusações e crimes praticados em Israel. Agora vai ser julgado pelos crimes gerados em Israel cotnra os Estados Unidos.

Outros países impactados como Austrália, Nova Zelândia, Canadá e Inglaterra não parecem estar interessados no caso. Entre os crimes pelos quais não foi julgado em Israel esta a oferta, através de um portal ilícito, já fechado pela justiça, chamado AlphaBay de um “Serviço de Ameaça de Bombas para Escolas por Email”, custando 30 dólares, com um adicional para ser enviado em nome de alguém que o cliente quisesse comprometer. Simpático, não é.

A polícia israelense também encontrou centenas de fotos e vídeos de pornografia infantil no computador dele. Amor de pessoa. E não parece ter sido julgado e condenado por isso em Israel.

De acordo com o departamento de justiça dos EUA as penas máximas que poderão ser aplicadas são: 20 anos de prisão para CADA crime de ódio; 10 anos de prisão para CADA ameaça de bomba; e cinco anos de prisão para CADA informação falsa que levou a pânico ou perseguição e intimidação de pessoas. Mesmo que seja codenado a 6 meses de prisão em cada acusação, serão 1.000 anos.

A Liga Anti Difamação da Bnai Brith norte-americana apoia o departamento de justiça nos indiciamentos.

Imagem ilustrativa: para quem não sabe o que é, trata-se de um telefone típico dos anos 1970.

José Roitberg

José Roitberg é um jornalista brasileiro e pesquisador em história, formado em Filosofia do Ensino sobre o Holocausto, pelo Yad Vashem de Jerusalém.