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Judeus em todo o mundo celebram a festa de Lag BaOmer

Ao cair da noite desta segunda-feira , 8 de maio até o início da noite da terça-feira, 9 de maio os judeus celebram o Lag BaOmer.

Lag BaOmer é o 33º dia dos 49 dias entre as festas de Pessach e Shavuot (Pentecostes).

Lag Baômer celebra a vida e os ensinamentos de dois dos mais notáveis Sábios da história judaica: Rabi Akiva e Rabi Shimon bar Yochai.

Akiba era um homem pobre e ignorante que somente aos 40 anos começou a estudar Torá e, graças à sua habilidade, esforço e perseverança, tornou-se um dos maiores sábios e professores da história do povo judeu.Ele chefiou uma academia de estudos da Torá que alcançou mais de 24.000 alunos em Israel.Uma epidemia dizimou os alunos do Rabino Akiva ao longo do período da contagem do omer e só acabou no dia 18 de Iar (mês judaico), no 33º dia daquele relato do ano de 134.

Lag Ba Omer também marca o Yortzeit (aniversário da data hebraica de falecimento) de Rabi Shimon Bar Yo’hai, o mais notável dos alunos do rabino Akiba, e a quem se atribui a autoria do Zohar – o texto fundamental da Cabalá.

A prática de se acender fogueiras e velas em Lag BaOmer resulta de um antigo costume – que perdura até o dia de hoje – o de se acender uma grande fogueira próximo ao túmulo de Rabi Shimon bar Yochai, em Meron, ao norte de Israel.

A peregrinação anual de Lag BaOmer ao Monte Meron em Israel já atraiu meio milhão de visitantes todos os anos.

Em 2021 aconteceu o acidente que terminou em tragédia ,quando pelo menos 45 pessoas – principalmente judeus ultraortodoxos, morreram em uma confusão quando mais de 100.000 pessoas se reuniram em um espaço destinado a apenas 15.000.

Depois um projeto fracassado do ano passado, um novo esboço foi concebido para acomodar os muitos visitantes do próximo evento.

Uma investigação policial preliminar revelou que alguns dos participantes escorregaram nas escadas, criando uma “avalanche humana” que esmagou membros da multidão. O desastre de 2021 foi marcado como um dos mais pesados ​​já registrados. O novo esboço inclui novos grandes complexos para melhorar a segurança. Cada visitante é obrigado a deixar a área dentro de cinco horas para dar lugar a outros que esperam para escalar a montanha. Isso faz parte do esforço para aprender com os erros do passado e criar um ambiente mais seguro para todos os participantes.

Os organizadores do evento fizeram mudanças significativas este ano, incluindo a construção de um grande palco para música e dança ininterruptas, disponibilização de tendas climatizadas para oração e estudo e permissão para distribuição de alimentos e bebidas na montanha, que havia sido banido nos dois anos anteriores. Além disso, uma área separada foi designada para as famílias das vítimas do desastre de Meron.

AS FOGUEIRAS TEM ORIGEM NO DIA-A-DIA DO TEMPLO

É curioso como muitas das coisas normais do dia-a-dia judaico se tornaram tradições místicas. É bem documentado no Tanach, sobre o funcionamento ainda do Primeiro Templo (Bait YHWH – Casa de YHWH) que o sistema do Templo de anunciar que se iniciava o sétimo dia, o shabat, o dia do descanso ao pôr-do-sol era determinado por um sacerdote encarregado. Quando ele considerava que o Sol tinha se posto, ele acendia uma fogueira na parte mais alta do templo. Havia então, dentro de Judá para o Sul e dentro de Israel para o Norte uma rede de pessoas postas junto a fogueiras. Quando a primeira linha via a luz das chamas na direção de Jerusalém, acendia sua fogueira e assim a informação do início do shabat era passada por todo o reino de Judá e Israel. Tratava-se de algo prático, semanal e não algo místico.

Evidentemente ninguém vai encontrar no Tanach qualquer informação sobre medida das horas do dia. Pôr-do-Sol, nascer do do Sol, vênus, e a própria lua eram utilizados para definir momentos maiores. E o ser humano procedia assim em toda a pré-história, idade do bronze e Era bíblica, para todos os povos do planeta. É absolutamente provável que este método de definir o horário do shabat tenha existido desde o momento das 12 tribos no deserto, apesar de não ser descrito.

Antes de Jerusalém a capital foi Shomron e a Arca da Aliança ficou em vários locais diferentes, junto com os sacerdotes, ao longo de séculos, se bem que não tenham restado descrições do que era feito nestes locais nem listas nominais dos sacerdotes.

Imagem: “Holiday Lag BaOmer”de Mushail Mushailov. Crédito: Mushail Mushailov, CC BY-SA 4.0, via Wikimedia Commons

Marcia Salomão

Publicitária, com formação em publicidade, propaganda, marketing e relações públicas, Atua nas áreas de produção editorial e assessoria de imprensa.