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Lockheed Martin se junta ao projeto do Raio de Ferro para o mercado norte-americano

Anunciado pela israelense Rafael em 2012, com a certeza de que seria empregado militarmente já em 2013, o Raio de Ferro (Iron Beam), o canhão antiaéreo de raio laser israelense agora tem previsão operacional para 2024, apesar do IDF estar tentando adiantar para 2023, ou seja, para daqui alguns meses apenas.

Desde 2012 a tecnologia já funcionava. Agora verifique a evolução dos computadores de 2012 para cá e imagine como o canhão e seu computador de mira e disparo foram atualizados e a velocidade em que operam. O top, caríssimo em 2012 era o Intel I7-3770 (geração 3) com 4 núcleos, 8 linhas de processamento simultâneo e velocidade de 3.5GHz consumindo 77W. Hoje é o I9-13900 (geração 13) com 24 núcleos (8+16), 32 linhas de processamento simultâneo e velocidade de 5.8GHz consumindo 125W. Imagine o que uma arma computadorizada ganha de capacidade operacional.

É muito provável que o adiamento da entrada em uso operacional se deveu não só ao incremento de hardware, mas a possibilidade de IA (Inteligência Artificial) propiciada pelas novas CPUs e memórias ultra velozes. O Domo de Ferro é uma unidade de radar, computador e mísseis totalmente automática, com IA, e testada exaustivamente em combate.

E se sabe que o modelo apresentado em 2012 tinha a potência de 1Kw, enquanto o modelo em teste nos EUA em 2019 era uma unidade de 10Kw. Não seria errado imaginar que a de 2023 será ainda mais potente.

A grande diferença é que um disparo de laser custa um dólar em óleo diesel do gerador elétrico do canhão enquanto um míssil do Domo de Ferro atual já está na faixa dos 100 mil dólares. Um disparo do Domo custa o mesmo que cem mil disparos do Raio!!!

E o Domo precisa ser recarregado em operação lenta após 20 disparos. O Raio continua atirando enquanto houver eletricidade fornecida pelo gerador. Muda toda a equação da artilharia antiaérea.

O Raio de Ferro pode atingir qualquer coisa que esteja no ar, inclusive projéteis de morteiros e artilharia.

A Lockheed Martin é simplesmente a maior indústria militar do mundo. Para ter uma ideia, são produtos dela: os aviões de combate F-16, F-22 e F-35; os aviões de transporte Hércules; helicópteros Sikorsky e os sistemas de controle de tiro do Apache (da Boeing); mísseis balísticos intercontinentais; o míssil antitanque Javelin; blindados diversos; os mísseis terra-terra e artilharia de precisão mais modernos dos EUA etc.

No acordo a empresa declarou que vai criar versões para o mercado interno americano e para a OTAN.

Imagem: esta foi a primeira foto do Iron Beam onde é possível verificar o tamanho do canhão. É uma foto oficial do Gabinete de Primeiro Ministro de Israel, quando então Naftali Bennett, no cargo, visitou a Rafael para conhecer a arma – foto de Amos Ben-Gershom, GPO.

José Roitberg

José Roitberg é um jornalista brasileiro e pesquisador em história, formado em Filosofia do Ensino sobre o Holocausto, pelo Yad Vashem de Jerusalém.