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Milhares de pessoas protestam na Alemanha contra a extrema-direita

Milhares de pessoas saíram às ruas em toda a Alemanha neste fim de semana, enquanto o país entra na segunda semana de protestos contra o partido de extrema-direita Alternativa para a Alemanha (AfD).

Cerca de 100 mil pessoas se reuniram em frente ao Bundestag, somente em Berlim, disse a polícia, com até 200 mil contadas pelos organizadores em Munique, na Baviera. Também foi relatada uma participação significativa nas cidades que representam tradicionais redutos de votação da AfD no leste da Alemanha, como Leipzig e Dresden.

Os cartazes nos protestos sublinharam a responsabilidade particular da Alemanha em enfrentar a extrema direita, dada a história sombria do país sob o domínio nazi, que levou ao Holocausto. “Nunca mais é agora” e “Agora podemos ver o que teríamos feito na posição dos nossos avós”, diziam alguns cartazes.

Após a publicação do relatório, foram imediatamente feitas comparações com a Conferência de Wannsee de 1942, também em Potsdam, na qual altos funcionários nazis formularam a “Solução Final para a Questão Judaica”.

As principais organizações jurídicas na Alemanha condenaram veementemente os planos extremistas, alertando que a reunião não deveria transformar-se numa “segunda Conferência de Wannsee”.

A série de manifestações segue-se a um relatório do meio de investigação Correctiv que revelou que membros da AfD, bem como da conservadora União Democrata Cristã (CDU), o principal partido da oposição, se reuniram com extremistas de direita em Potsdam no início de novembro. A discussão delineou o seu plano de “remigração” – um eufemismo de extrema direita para a expulsão de imigrantes e minorias.

Os principais políticos alemães, incluindo o chanceler do país, Olaf Scholz, que se juntou a uma das manifestações, disseram que qualquer plano para expulsar imigrantes ou cidadãos constitui “um ataque contra a nossa democracia e, por sua vez, contra todos nós”.

A AfD, segunda colocada nas pesquisas nacionais, confirmou a presença dos seus membros na reunião em questão, mas negou que as suas propostas de remigração incluam cidadãos alemães naturalizados.

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Protestos de milhares de pessoas nas ruas da Alemanha. Reprodução do Twitter (X)

Marcia Salomão

Publicitária, com formação em publicidade, propaganda, marketing e relações públicas, Atua nas áreas de produção editorial e assessoria de imprensa.