Morre um dos quatro criadores de Woodstock. Sabia que três eram judeus?
O Festival de Woodstock, de 1969, foi um ponto de inflexão nos Estados Unidos em relação a cultura hippie, a Guerra do Vietnã e alteração do comportamento social das pessoas que não estiveram lá na lama, na cerveja e afogadas em drogas.
Nós de Menorah não sabíamos que dos quatro organizadores do festival, três eram judeus. Essa informação chega através dos vários artigos de necrológio de Michael Lang, 77, falecido no sábado 8/jan/2022, vítima de uma rara forma de um linfoma não-Hodgkin, num hospital em Nova Iorque onde estava internado.
Michel Lang foi entrevistado em 2019 pela revista Billboard: “Eu agendei as três principais bandas daquele momento – Jefferson Airplane, Canned Heat e Credence Clearwater Revival. Isso nos deu credibilidade e de repente outras bandas a direita e esquerda do espectro musical nos procuraram para participar.” Lang acrescentou: “Em 1969 as pessoas vieram para três dias de paz, música e experiência comunitária…Woodstock mudou a vida deles no aspecto de como se relacionar com outras pessoas.” E isso mudou os Estados Unidos. Em 1971 Lang criou o próprio selo, a Sunshine Records e produziu 40 álbuns até 1974.
Os outros três criadores de Woodstock foram Artie Kornfeld (1942), promotor da indústria musical, Joel Rosenman (1942) e John Roberts (1945-2001) empresários e financiadores do festival. Roberts era o único não-judeu e foi quem entrou com a maior parte do capital. O custo foi de 3,1 milhões de dólares e a receita com ingressos, de apenas 1,8 milhões. Roberts só zerou o investimento em 1980, com os direitos do filme e da trilha sonora do evento.
O anúncio colocado no Wall Street Journal, em 1968, que atraiu Lang (1944-2022) e Kornfeld, identificava Roseman e Roberts como “Jovens com capital ilimitado procuram por ideias de negócios.”