Coronavirus

Nova variante da Omicron já causa problemas em vários países

Quem é que pode acreditar que a China, com seu mais de bilhão de pessoas tem os números que apresenta, mesmo trancando dezenas de milhões de pessoas em suas casas e sem que se saiba o que aconteceu com elas e com as que positivaram?

A coisa mais estranha do lockdown total de Shangai, o maior porto da China, que ficou quase dois meses paralisado, é que as pessoas positivavam na segunda, terceira, quarta e quinta semana quando estavam em casa, impedidas mesmo de sair e se deslocar. Até mesmo ir às áreas comuns dos condomínios onde moram só era permitido para a testagem diária. Então, onde contraíram o vírus?

O anômalo gráfico oficial da pandemia na China. O último dado divulgado foi do dia 26 de maio, portanto, 47 dias atrás.

Teoricamente, a quarentena de 14 dias, foi definida desde o início da pandemia, como garantia de impossibilidade de transmitir o vírus a partir do décimo quinto dia? Será que algum dia ficaremos sabendo o que de fato houve em Shangai e provavelmente em outras cidades chinesas?

Fora isso, a mutação BA.2.75 já está ativa Índia, Alemanha, Inglaterra, Canadá e Austrália. Não está claro se causa quadros mais sérios que a BA.5 da ômicrom que varreu o mundo, mas a proteínas spike de ligação mutou novamente e se aperfeiçoou, sendo capaz de se inserir nas células mais rapidamente e contornar os anticorpos criados pela vacinação.

Segundo Matthew Binnicker, diretor de virologia da Mayo Clinic no Minesota, “parece que na Índia a transmissão da nova cepa já está exponencial”. Uma progressão exponencial é aquela em que o número de infectados, pelo menos dobra a cada dia.

Talvez isto explique o motivo da Austrália que passou os dois primeiros anos da pandemia com número de mortes quase zerado por dia, hoje esteja no seu recorde, sem que a mídia toque no assunto. Em que pese o índice de vacinados com duas doses lá ser de 84,4%. Veja o gráfico do dia 11/jul/2022.

Não acredite que a pandemia acabou. Cada país tem um comportamento particular.

A Austrália tem 26 milhões de habitantes apenas. Nos últimos 14 dias, meio milhão positivou.

Por falar em mídia, na semana passada um dos canais da velha mídia decidiu que o Brasil é o país com o maior número de mortes diárias naquele e neste momento, apesar dos números e gráficos oficiais, que qualquer um pode consultar na Internet, mostrarem que o índice diário nos EUA do presidente Biden, que não é culpado por nada, seja o dobro do número brasileiro.

Já foram administradas no mundo 12,2 bilhões de doses de vacinas contra covid-19 e 62,1% da população mundial já tomou, pelo menos duas doses ou a vacina de dose única.

QUARTA DOSE FAZ EFEITO

É um tanto bizarro, passados 26 meses do início da pandemia, num momento em que todos já deveriam ter compreendido a necessidade da vacinação, a velocidade de mutação do SarsCov-2 e sua adaptabilidade e a comprovação científica da perda de eficiência dos anticorpos gerados pelas vacinas após o quinto mês, que ainda haja resistência da população às doses de reforço. Pior ainda, continuam existindo pessoas afirmando que o que mata é a vacina e não a doença. Para estas pessoas, não há qualquer argumento dentro do razoável que possa convencê-las.

Aliás, dentro deste grupo está muita gente que tem certeza de que o álcool não é nocivo, que a maconha não é nociva, que a cocaína não é nociva, que o êxtase não é nocivo, que o haxixe não é nocivo, que o LSD não é nocivo, que o crack não é nocivo: o perigo é a vacina, esta sim é nociva.

Um estudo divulgado em Israel nesta segunda-feira 11/jul, afirma que a quarta dose da Pfizer promoveu uma redução na mortalidade de idosos vulneráveis de 72%. O estudo levou em consideração pessoas que vivem em lares de idosos, comparando os que receberam 4 doses com os que receberam apenas 3.

O estudo mostrou ainda que as 4 doses diminuíram a necessidade de hospitalização em 60% e as chances de infecções em 34%.

O universo deste estudo foi bastante grande: 40.000 idosos que vivem em Israel supervisionados pelo programa de proteção dos idosos do Ministério da Saúde. Receberam a quarta dose 24.088 pessoas e recusaram a quarta dose 19.687 idosos, uma percentagem muito similar a da população total de Israel.

José Roitberg

José Roitberg é um jornalista brasileiro e pesquisador em história, formado em Filosofia do Ensino sobre o Holocausto, pelo Yad Vashem de Jerusalém.