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Número de casos graves de covid-19 em Israel é o maior até o momento

Nas mídias sociais existem algumas fake news declarando que tudo está bem na quinta onda da pandemia com o Omicron em Israel é que “ninguém morreu”. A verdade é que 900 israelenses faleceram na quinta onda até este domingo, dia 6/fev/2022.

Nem nos meses da inexistência de vacinas, o número de casos graves foi tão grande quanto neste último domingo, chegando a 1.263, contra 1.229 no sábado. Em dezembro, quando existiam apenas 75 casos graves, existia uma sensação de que estava tudo bem, que a pandemia tinha acabado. E as pessoas relaxaram.

A Omicron é tão mortal quanto a cepa inicial da covid-19, mas o vírus mutou e infecta muito mais pessoas. Em regiões do Brasil e dos EUA o índice já passou de 3. Isso significa que cada 100 pessoas infectadas contaminam outras 300.

A Omicron “parece” menos fatal apenas entre os que tem vacinação completa com  duas doses mais reforço. Os dados divulgados neste domingo, no Brasil, dão conta de que 70% dos internados no RJ e 83% dos internados em São Paulo não possuem vacinação completa.

As pessoas também estão “imaginando” que a vacinação em Israel atingiu um nível de excelência, mas pela verdade, ela falhou. São apenas 64% da população com primeira dose, meio milhão menos de pessoas com segunda dose, e ou 1,2 milhões menos com a dose de reforço. Os números simples são claríssimos: a dose de reforço foi aplicada apenas em 48% da população em Israel. Mas a falência da vacinação em Israel não se deve a ter políticos negacionistas comandando o país. Muito pelo contrário, todos os líderes do país, inclusive os ultra-ortodoxos se vacinaram publicamente ou não e conclamaram a todos a se vacinarem.

Esta queda da procura pela vacina em Israel a cada nova fase não era esperada e mostra um fortalecimento das diversas ideias e teorias antivaxers, lamentavelmente.

Com comparação, o Brasil já ultrapassou 82% do total da população com primeira dose e mais de 74% do total da população com segunda dose. A dose de reforço já foi dada a mais de 30% da população total o que significa pouco mais de três vezes a população total de Israel e contando com um presidente negacionista. Talvez isso demonstre que nenhum brasileiro que deixou de se vacinar, o fez por ser um “bolsonarista”.

No universo de 2,5 milhões de não vacinados totais em Israel a Omicron já com subvariantes BA.1 e BA.2 ainda existe muito espaço para contaminação, casos graves e mortes. O melhor exemplo são os Estados Unidos, com mais de 96 milhões de pessoas que se recusaram a serem vacinadas e está amargando mais de 3.000 mortes diárias, sem que a mídia brasileira se importe e sem absolutamente ninguém culpar o presidente Biden.

Os últimos estudos em Israel e na Europa apontam que BA.2 mutou para ser três vezes mais contaminante que a Omicron básica. Nada acabou. Omicron não é vírus feliz. Tivesse sido a primeira cepa, o mundo teria entrado num cenário verdadeiro de catástrofe.

José Roitberg

José Roitberg é um jornalista brasileiro e pesquisador em história, formado em Filosofia do Ensino sobre o Holocausto, pelo Yad Vashem de Jerusalém.