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Palestinos atacam túmulo do patriarca deles e do nosso, ficaram malucos

Um grupo de mais de 100 jovens palestinos muçulmanos entraram na Tumba de José, que é o patriarca Yossef, para os judeus, e também o patriarca Yussuf, para os muçulmanos. Pela segunda vez, deram uma marretadas quebrando o concreto que protege o que se imagina ser o túmulo original e atearam fogo no piso de concreto e pedra. Não há praticamente o que queimar ali.

De qualquer modo, não despejaram gasolina sobre o local que destruíram da cobertura superior do túmulo e intencionalmente não danificaram nada mais abaixo que a cobertura moderna.

Não se sabe se José está de fato ali ou não. Nossa crença judaica de que aquele é o túmulo original, anterior até mesmo à escravização dos judeus no Egito, vem do islã e dos poucos judeus que viviam naquela região. Meio milênio de domínio turco-otomano muçulmano sunita sobre o Oriente Médio consolidou todos os túmulos dos patriarcas onde são conhecidos hoje.

Todos os túmulos dos Patriarcas são também mesquitas. Ou são divididos internamente fisicamente ou são divididos por horário: muçulmano e judaico. E ficam em áreas controladas pela Autoridade Palestina. Atacar o túmulo de um dos patriarcas do islã determinando que estão atacando um túmulo de um dos patriarcas dos judeus é de uma asneira teológica gigante.

Entre as grandes cagadas de segurança que vem acontecendo em Israel está o ataque a tiros, perto do túmulo de José, dois judeus hassídicos do movimento Breslaw decidiram ir até o local após as notícias do ataque ao túmulo. Segundo o que eles declararam ao Canal 12 da TV israelense, queriam ajudar a reconstruir o local.

Note bem: Jenin sempre foi uma região complicada. Judeus são mal vindos lá. Nas últimas semanas aconteceram vários confrontos de membros da Jihad Islâmica com soldados e forças de segurança de Israel na cidade e nos subúrbios. Cinco membros da Jihad Islâmica foram mortos, num número indeterminado foi preso e soldados israelenses foram baleados. Apenas um com gravidade. Ou seja, a cidade de Jenin é uma área conflagrada neste momento.

Aí os hassídicos que só a Deus devem, “acham” que é o momento correto de ir para lá. Tudo bem. Vão ser detidos pelas forças de segurança de Israel antes de chegarem à Jenin. Só que não foram detidos. Segundo o IDF o grupo de religiosos passou por um posto de controle que estava vazio. Como é? Posto de controle vazio no acesso a uma cidade conflagrada? Isso mesmo. Quem declarou foi o IDF e não o autor deste artigo de opinião. Está publicado em todas as mídias israelenses.

Em Jenin, um ou mais palestinos, não se sabe, meteram bala nos ortodoxos judeus. Os dois foram atingidos, sem gravidade e conseguiram usar os celulares para avisar e serem resgatados de lá. Como eles acreditam piamente em Deus, desta vez o Todo Poderoso Senhor da Guerra estava do lado daqueles dois seus adoradores.

Grupos de judeus ortodoxos e ultra-ortodoxos de várias linhas diferentes costumam visitar o Túmulo de José. Mas só podem ir lá num evento programado, escoltados por soldados do IDF e com a proteção de policiais da Autoridade Palestina. Isso acontece apenas uma vez por mês.

Nesta segunda-feira, dia 11, um homem palestino foi lá no Túmulo de José sozinho, durante o dia, e jogou uma pedra na parede, fazendo questão de que um amigo filmasse no celular e postasse no Instagram. A imagem deste post é um quadro desta filmagem.

Opinião de José Roitberg – jornalista e pesquisador

José Roitberg

José Roitberg é um jornalista brasileiro e pesquisador em história, formado em Filosofia do Ensino sobre o Holocausto, pelo Yad Vashem de Jerusalém.