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Palestinos recusam um milhão de doses da vacina da Pfizer cedidas de graça por Israel

Por José Roitberg

E esta notícia você não vai ver na Globo. Por que? Por que não interessa a quem afirma ser o arauto anti-fake news mostrar a verdade quando a dita não se coaduna com a linha editorial proposta, estudada e assinada.

A Autoridade Palestina não está recusando um milhão de doses gratuitas, pelas quais Israel pagou cerca de 60 milhões de dólares, por estar pensando no que é melhor para os cidadãos palestinos. A recusa tem a única finalidade de embaraçar o governo Bennett logo em sua primeira semana.

Árabes são vacinados contra a covid-19

Por vários meses houve uma discussão entre os ministros do governo Bibi se deveriam ou não ceder ou vender as doses da Pfizer que Israel não pretende utilizar neste momento à Autoridade Palestina. E os ministros ficaram divididos: uns afirmavam que humanitariamente deveriam ser cedidas, outros afirmavam que pelos Acordos de Oslo, Israel não tem reponsabilidade formal em vacinar quem não é cidadão israelense, outros alegavam que os palestinos não estavam interessados em qualquer ajuda humanitária pois no começo da pandemia já haviam recusado dois aviões de carga com insumos médicos e EPIs doados pela UAE (não colaboraremos para a normalização de Israel com os países árabes, bradou Mahmoud Abbas). Outro grupo de ministros mais a direita afirmava que Israel não pode dar nada aos palestinos.

Sai Bibi, que preferiu não decidir, o que de fato pendeu para o lado dos que não queriam dar nada e entra Bennet. Resolve dar. Pela verdade, o governo de Bibi vacinou com Pfizer mais de 250.000 palestinos que entram em Israel diariamente para trabalhar e receber bons salários, além de outras dezenas de milhares que trabalham em empresas israelenses na Cisjordania. Mas a mídia preferiu afirmar que Israel não vacinou os palestinos, incluindo nesta conta o 1,8 milhões de cidadãos não judeus de Israel.

A primeira remessa de 100.000 doses foi enviada em acordo fechado e sacramentado com a área de saúde da Autoridade Palestina. Chegando lá, parte do lote tinha vencimento para 31 de julho e outra parte para 5 dias depois.

Um cretino fotografou a vacina com vencimento em 5 dias e deflagrou uma campanha mundial afirmando que Israel mandou vacinas fora da validade, ou com validade muito curta, ou ainda que os palestinos “não aceitam vacinas que não vão funcionar”. Vitória para os ministros de Bibi que não queriam ceder nada. Cinco dias de validade em parte das 100.000 doses significava que ainda poderiam ser administradas, dentro da especificação do laboratório por cinco dias. As que não fossem utilizadas, deveriam ser descartadas. A opção de Bennett foi conseguir um uso humanitário para estas doses, ao invés de joga-las fora. Ficou como vilão e não como benemérito.

Todas as 100.000 doses, foram então tratadas como se vencessem em cinco dias e depois de três dias, 90.000 delas foram devolvidas para Israel.

Pelo que se sabe através da mídia, a Autoridade Palestina já comprou e pagou mais de 5 milhões de doses da Pfizer e não recebeu nenhuma. Motivo: a tal questão de precisar ser mantida a 70 graus abaixo de zero, coisa que parece ser inviável até o momento para o sistema de saúde palestino, e também a conhecida e crônica incapacidade da Autoridade Palestina de estruturar campanhas de vacinação.

Se sabe que esta vacina pode ficar 5 a 7 dias em temperaturas de geladeira normal.

A intenção de Israel, que possui os ultracongeladores, era a de enviar as doses para uso imediato de 5 a 6 dias em temperaturas mais altas, provendo os palestinos de uma vacina top e de graça.

Curiosamente a Autoridade Palestina não demonstrou nenhum interesse em adquirir vacinas de temperaturas normais, mais adequadas a sua realidade como as chinesas e a Sputnik russa.

Opinião de José Roitberg – jornalista e pesquisador.

**com informações do Times de Israel, Arutz Sheva, Jerusalem Post e Haaretz

José Roitberg

José Roitberg é um jornalista brasileiro e pesquisador em história, formado em Filosofia do Ensino sobre o Holocausto, pelo Yad Vashem de Jerusalém.