Polícia turca prende 15 membros do Estado Islâmico com planos para atacar igrejas e sinagogas
Vejam só a repercussão das ações daquele defenestrado político sueco político Rasmus Paludan, de 41 anos. Ele é líder do partido de extrema direita “Stram Kurs” (“Linha Dura”). Em abril de 2022 ele queimou publicamente um exemplar do Corão em protesto contra a imigração de muçulmanos para a Suécia (coisa que, diga-se de passagem) acontece há 50 anos).
O resultado foram vários veículos incendiados, inclusive um ônibus e 17 presos. Na ocasião, Paludan estava orgulhoso e prometeu repetir. E repetiu, recentemente no dia 21 de janeiro, em uma manifestação da qual participaram ele, um amigo e uma pessoa que filmou e postou nas mídias sociais, protegidos por pelo menos um policial que aparece nas imagens.
Dois dias depois, Erdogan disse que não iria mais aceitar a entrada da Suécia na Otan, o que é apenas uso de uma oportunidade para pressionar. O país, Suécia, que abriga pouco menos de um milhão de muçulmanos, quase 10% da população, não é culpado pela ação de uma pessoa.
Todavia, a polícia turca descobriu que em seu território uma célula do Estado Islâmico, denominada Província de Khorasan (ISIS-K), e que o líder jihadista do grupo determinou ataques de represália contra os consulados da Suécia e Holanda, e também contra igrejas cristãs e sinagogas na cidade de Istambul. As informações são atribuídas ao chefe de polícia de Istambul e publicadas pelo jornal diário Hurriyet.
Atacar sinagogas na Turquia porque um católico radical sueco queimou uma cópia do Corão é apenas antissemitismo. Colocar os judeus no centro de acontecimentos dos quais não fazem parte ou participaram é antissemitismo raiz. Logo após as notícias da Suécia a comunidade judaica turca publicou uma nota repudiando a ação lá no norte da Europa.
O ISIS-K é a organização que está em guerra aberta contra o Taliban no Afeganistão, tendo praticado ataques suicidas devastadores por lá.
A prisão de 15 turcos membros do ISIS-K deve levar a outras informações importantes. Até hoje não ficou clara a posição turca sobre o Estado Islâmico. Os turcos sempre foram acusados por Teerã de serem os alavancadores do Isis, permitindo a entrada e saída de muçulmanos radicais não só por seus aeroportos como cruzando a fronteira turca para a Síria. Mas não existem provas disto.
Por outro lado, faz parte da história real da guerra que o Estado Islâmico exportava petróleo do norte do Iraque, através de centenas de caminhões tanque que atravessavam a fronteira turca. Em certa ocasião, uma das primeiras missões contundentes da força aérea russa na Guerra da Síria foi atacar e destruir uma concentração com talvez mais de 150 caminhões carregados de petróleo aguardando na fila a liberação para a entrada na Turquia. Não é notícia pública se essa exportação ilegal continuou depois disto. Nunca foi notícia pública para onde ia este petróleo na Turquia, se era comprado lá mesmo ou exportado para algum porto e qual seria o comprador. É um dos mistérios que falta esclarecer sobre a Guerra da Síria.
Em 2003 a Al Qaeda realizou um ataque suicida multizona em Istambul, cujos alvos foram o consulado da Inglaterra, a sede do banco britânico HSBC e duas sinagogas. 28 pessoas morreram nestes ataques.
Uma das sinagogas atacadas em 2003 é a principal sinagoga sefaradita turca, a Neve Shalom (Vale da Paz – na foto), inaugurada em 1951, com capacidade para 2.000 pessoas. Ela é um alvo recorrente. Em 6/set/1986 terroristas palestinos armados abriram fogo dentro da sinagoga, durante um casamento, matando 22 judeus. Em 1/mar/1992 uma bomba foi colocada do lado de fora por dois homens, explodiu e não causou danos significativos ou vítimas. Em 2003 foi usado um carro bomba, causando grandes danos, mas a sinagoga estava vazia no momento do ataque.