Presidente do Líbano corta a mão do Hezbollah
O deputado libanês Mark Daou (cristão) em resposta à pergunta de um jornalista: “estamos numa nova era no Líbano e não há obrigação de incluir ministros do Hezbollah e do Movimento Amal no novo governo.”
O Hezbollah está zangado: descobriram que um primeiro-ministro já tinha sido eleito sem terem anunciado a sua escolha. O primeiro-ministro Nawaf Salam foi eleito sem a ajuda deles. O presidente do país tem o direito de propor um primeiro ministro a ser referendados em votação pelo parlamento de 128 cadeiras. Em seu primeiro ato, Joseph Aoun (na foto) removeu o primeiro ministro xiita colocado lá pelo Hezbollah anos atrás, apresentou o nome do presidente da Corte de Haia, aquele que é trocentos por cento contra Israel e agora sabemos ser, não apenas libanês, mas xiita. E foi aprovado rapidamente por 68 votos (53%), nenhum do Hezbollah, nenhum da Amal que somam 30 cadeiras.
Para deixar MUITO CLARO: As 30 cadeiras xiitas do Hezbollah e Amal controlavam o governo libanês. Agora passaram a ser oposição e a sociedade libanesa vai aproveitar a chance de ouro que Israel lhes deu para se livrarem do jugo do Hezbollah, acrescida da quebra total do Hezbollah na Síria e do recuo do Irã, que estava ali do outro lado da fronteira e hoje retrocedeu 1.400 km para suas próprias fronteiras.
Disse o presidente do bloco “Lealdade à Resistência”, Muhammad Ra’ad (membro do Hezbollah): “Expressamos pesar pelo que aconteceu. Nossa mão estendida para um acordo, como aconteceu na eleição do presidente, ficou órfã.” Em tradução livre, oferecemos nossa mão e depois ela foi cortada! “Mais uma vez, há aqueles que conspiram para provocar o cancelamento e a exclusão (dos membros xiitas do parlamento)” acrescentou Ra’ad e ele está certo. Vão ser varridos na próxima eleição.
Este é um dos indicadores do declínio do poder político do Hezbollah no Líbano.
É verdade que Nawaf Salam, o primeiro-ministro designado, não é sionista, mas a nova situação política no Líbano indica uma erosão significativa do poder do Hezbollah, que estava habituado a lançar mão de tudo e era quem nomeava os governos no Líbano.
Espera-se que Salam deixe o Tribunal Internacional de Justiça em Haia e chegue amanhã (14/jan) a Beirute.
Salam era o candidato preferido dos sauditas. Tanto o novo presidente como o primeiro-ministro libaneses foram nomeados a pedido dos sauditas. Podemos esperar uma influência crescente da Arábia Saudita sobre o que está a acontecer no Líbano.
Ontem, dia 12 o general Kurilla, o comandante do CENTECOM norte-americano esteve em Riad e hoje 13/jan, em Israel. É óbvio que é o general Kurilla que está negociando os termos dos acordos. Certamente Kurilla está finalizando os detalhes da ofensiva terrestre dos iemenitas sunitas contra os houtis, que vai ser apoiada pela força aérea saudita e o novo quadro político pró sunita no Líbano e na Síria.
Não podemos esquecer que logo ao ser anunciada a pausa de 60 dias na guerra contra o Hezbollah, um dos parlamentares cristãos libaneses publicou: “Será que seremos o último país a aderir aos Acordos de Abraão com Israel”? Talvez não. Os investimentos sauditas seriam muito bem vindos no Líbano.