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Segundo Relatório – as falhas das FDI


Análise dos relatórios oficiais da comissão de inquérito das Forças de Defesa de Israel sobre o 7 de outrubro de 2023. Imagem: meio pelotão das tropas de reforço das FDI em Sderot, em combate aos terroristas do Hamas ao longo do dia 7

Pontos que destaquei sobre o Relatório Oficial de 7 de Outubro das FDI, sobre a ação das forças armadas e demais grupos no dia do ataque. Existem muitos dados OFICIAS NOVOS, e finalmente, números oficiais que passam a ser indiscutíveis. Muitos são diferentes do que vinha sendo divulgado. O texto é enorme, mas elucidativo. Resumo: aconteceram muito mais ações militares de defesa no dia 7 de Outubro, do que sabíamos.

Com os dados oficias abaixo cai por terra a visão, que algumas pessoas têm, de que as FDI nada fizeram durante o ataque e só começaram a agir 4 ou 10 horas depois.

1) Todas as unidades militares da Divisão de Gaza foram invadidas por horas, e as Forças de Defesa de Israel (FDI) não sabiam disso; 767 soldados enfrentaram 5.000 terroristas. (OBS: Foram mortos 315 soldados e 58 policiais. Outros 353 soldados precisaram ser hospitalizados devidos aos ferimentos. As baixas fatais entre os soldados foi de 41% já as baixas totais foram de 87%. Este número não inclui o número de soldados sequestrados, que faria o número de baixas passar de 89%. Ou seja, a Divisão de Gaza foi dizimada no ataque do Hamas.)

2) O alto comando não tinha conhecimento de que a divisão regional não estava funcionando por quase 10 horas durante o ataque; o exército falhou em construir uma visão geral da situação, e os reforços não chegaram às áreas corretas. (OBS: ainda não está explicado o que o alto-comando fez, quando verificou que não havia mais qualquer comunicação com a Divisão de Gaza).

3) Como resultado de não perceber em tempo real que a Divisão de Gaza havia caído, o Estado-Maior Geral não entendeu a gravidade do ataque e falhou em montar uma imagem precisa da situação operacional. Isso se tornou um grande desafio durante os esforços para bloquear o ataque. (OBS: já foi divulgado oficialmente que o bunker de comando militar em Tel Aviv possuia apenas canais militares de comunicação. Não havia TV nem sinal de Internet civil. Os telefones celulares de quem estavam lá, também não tinham sinal. As notícias que estavam sendo veiculadas pelos canais civis, não foram vistas pelo comando, até um deles sair do bunker para fumar um cigarro e conferir o zap dele. Aí, viu as notícias e avisou aos demais. Mas, não há qualquer informação sobre os procedimentos do comando a partir de então.)

4) As investigações sobre as batalhas descobriram que as FDI falharam em proteger os civis israelenses e não estavam preparadas para um ataque surpresa em grande escala.

5) Às 6h29 do dia 7 de outubro de 2023, o Hamas lançou uma invasão terrestre surpresa em larga escala com mais de 5.000 terroristas, coincidindo com o disparo de quase 4.700 foguetes contra Israel. O ataque matou cerca de 1.200 pessoas em Israel, com outras 251 sequestradas e grande parte da área devastada. A maioria das vítimas eram civis.

6) Por quase 10 horas, a Divisão de Gaza das FDI, responsável pela fronteira com a Faixa, foi derrotada e invadida. Pouco mais de 700 soldados estavam guardando a fronteira de 59 quilômetros de extensão, muitos dos quais foram mortos.

7) A maioria das atrocidades do Hamas foi cometida nas primeiras seis horas do ataque. Durante esse tempo, o Hamas teve controle operacional sobre muitas comunidades fronteiriças israelenses, postos das FDI e rotas principais na região oeste do Negev.

8) Somente nas horas da noite, após o exército inundar a área da fronteira de Gaza com tropas, nomear oficiais superiores para lidar com diferentes locais de combate e esforços massivos de civis e forças de segurança, as FDI recuperaram o controle da área.

9) A limpeza da área dos terroristas remanescentes levou vários dias adicionais.

10) As investigações encontraram três principais pontos de falha que possibilitaram o ataque: o ataque foi uma surpresa sem aviso de inteligência; o Hamas tinha numerosas forças e estava atacando várias áreas simultaneamente; e as FDI tinham muito menos forças e capacidades mínimas disponíveis.

O ataque do Hamas

11) Às 6h29, o Hamas lançou um ataque multifacetado contra Israel, por terra, ar e mar, junto com um intenso disparo de foguetes. Durante o ataque, o Hamas, usando explosivos, violou simultaneamente a cerca da fronteira de Israel em 114 locais — incluindo 37 portões que foram arrombados ou cortados — e neutralizou todas as torres de sentinela das FDI na fronteira, exceto uma, jogando explosivos sobre eles a partir de drones. (OBS: este número enorme de brechas no muro/cerca foi publicado pela primeira vez. Até então, tinha-se em mente uns 20 ou 30 e não 114. O Relatório parece ter omitido que os 12 tanques Merkava, alguns do modelo 4, o mais recente, que estavam ativos ao longo da fronteira, foram todos batidos e tirados de ação por drones largando bombas. Tudo indica que nenhum deles disparou sequer uma só vez).

12) Às 6h37, a Divisão de Gaza declarou “Parash Peleshet”, uma palavra-código que se refere ao cenário de infiltração mais extremo, envolvendo dezenas de operativos do Hamas invadindo Israel, no máximo em oito locais. Essa declaração automaticamente desencadeia um processo de envio de reforços para a divisão, conforme o cenário. (OBS: esta era uma pergunta que eu tinha desde o dia 7 de outubro – então, sim, a Divisão de Gaza sob ataque pesado acionou o alarme geral, apenas 8 minutos após iniciado o ataque. O relatório continua sem mostrar onde este alarme tocou. Mas diz claramente que deveria ter desencadeado um processo automático de envio de reforços. O relatório também não diz onde este pedido foi recebido e quais foram os procedimentos de quem recebeu o pedido, se é que recebeu. A ausência desta informação no relatório da investigação é ruim e não permite que se entenda o que aconteceu. O relatório também não diz que este alarme foi ouvido no Alto Comando. Sabemos que no terreno, os alertas vermelhos automáticos (“seva adom”) estavam ativos e podem ser ouvidos nos vídeos gravados pelo Hamas.)

13) A primeira onda, entre 6h29 e 7h, envolveu 1.175 membros da força Nukhba do Hamas, coincidindo com cerca de 1.406 foguetes, a maioria direcionada a bases e cidades israelenses na área da fronteira de Gaza. Os terroristas estavam focados em atacar os postos de fronteira das FDI e, posteriormente, planejavam alcançar locais críticos no sul de Israel, incluindo a base de Re’im — quartel-general da Divisão de Gaza —, uma base de inteligência sensível e a delegacia de Sderot.

14) A segunda onda, entre 7h e 9h, envolveu cerca de 600 terroristas Nukhba, coincidindo com 937 foguetes. Os terroristas focaram nas comunidades fronteiriças israelenses e, mais tarde, planejaram alcançar locais críticos mais profundos em Israel, incluindo bases da Força Aérea Israelense.

15) A terceira onda, entre 9h e 16h, incluiu cerca de 435 terroristas Nukhba, coincidindo com 1.084 foguetes. Os terroristas estavam lá para fornecer apoio às duas primeiras ondas.

16) Durante a segunda e terceira ondas, a partir das 7h, outros 1.325 membros do Hamas e 580 membros da Jihad Islâmica Palestina, outros grupos terroristas e palestinos não afiliados juntaram-se ao ataque. Junto com a invasão terrestre, oito terroristas do Hamas invadiram Israel usando paragliders, e outros 38 tentaram se infiltrar por mar usando sete lanchas rápidas, pelo menos 16 deles com sucesso. Ao todo, entre 5.000 e 5.600 terroristas invadiram Israel, segundo a investigação.

17) As FDI tinham apenas 767 soldados posicionados na fronteira de Gaza naquela manhã antes da chegada de reforços. No início do ataque, as tropas tentaram defender a fronteira, as comunidades e os postos do exército. No entanto, o intenso disparo de foguetes em alguns casos forçou os soldados a se abrigarem em bunkers, o que dificultou sua capacidade de combater a invasão. (OBS: esta é uma informação absolutamente nova. Então os mísseis disparados pelo Hamas atingiram as unidades militares israelenses.)

18) Na área da cerca da fronteira, as tropas das FDI conseguiram frustrar várias tentativas do Hamas de romper a barreira. No entanto, devido ao ataque generalizado e ao número limitado de forças na fronteira, o Hamas conseguiu violar a cerca em 114 locais. (OBS: existe de fato, divulgado até o momento, apenas um vídeo de uma torre remota com metralhadora .50 disparando contra um grupo de terroristas ainda dentro de Gaza e eliminando a maioria deles. Era de se imaginar que o operador ou operadora remota desta arma tenha dado também o alarme, ou que ele seja automático, mediante o disparo da metralhadora. O relatório não diz nada sobre isso.)

19) A maioria dos 251 sequestros ocorreu antes do meio-dia. Até aquele momento, a maioria dos terroristas que invadiram Israel ou retornou à Faixa ou foi morta nos combates. Várias dezenas também foram capturados. Os combates continuaram em várias comunidades israelenses até a noite, e nos dias seguintes, vários terroristas que estavam escondidos em Israel foram encontrados.

20) As FDI recuperaram o controle da fronteira durante a noite de 7 de outubro.

21) Ao todo, as FDI estimaram que mataram mais de 1.600 terroristas durante o ataque em Israel e capturaram 149. (OBS: o número de mortos é 400 maior que o número que vinha sendo divulgado e o número de capturados é menor, pois falava-se em 200).

Falta de clareza

22) Um dos principais desafios que as FDI enfrentaram na manhã de 7 de outubro foi construir uma imagem precisa da situação em andamento. A investigação descobriu que o colapso da Divisão de Gaza por várias horas criou dificuldades para o Comando Sul e a Diretoria de Operações montarem uma visão da situação, levando a decisões erradas.

23) O ataque do Hamas foi em larga escala, com ataques simultâneos em toda a região da divisão, incluindo em seu próprio quartel-general — na base de Re’im. O comando e controle na Divisão de Gaza, especialmente na região sul, foram significativamente prejudicados. O comandante da Brigada Sul da divisão, Coronel Asaf Hamami, foi morto logo após as 7h, assim como muitos comandantes de companhias e pelotões naquela manhã.

24) Como resultado da visão limitada da situação, as FDI enfrentaram desafios para enviar tropas aos locais corretos no sul de Israel durante o ataque, pois não sabiam o que priorizar. Além disso, muitos dos locais onde os terroristas estavam atacando só foram trazidos à atenção do exército muito mais tarde. (OBS: dependendo apenas da rede militar de comunicações, o comando não tinha como receber informações a partir dos celulares dos soldados. Um erro gravíssimo de avaliação. Se pelo lado do Hamas, eles ativaram milhares de simcards israelenses para poderem usar a rede de comunicação celular em Israel, pelo lado israelense não havia como os soldados se comunicarem com o comando, pela mesma rede. Será que já revisaram isto? Duvido. Sem saber o que estava acontecendo o comando não podia alocar reforços e ordenar ataques. O sistema de defesa ficou tão atrelado a uma comunicação militar top, que quando ela falhou, ficaram batendo cabeças.)

25) A investigação descobriu que, logo após o ataque surpresa, as FDI declararam que estavam em guerra e começaram o processo de inundar o sul de Israel com tropas, começando com forças que estavam em suas bases e em alerta, e depois com tropas em casa e reservistas. As tropas estavam prontas conforme os tempos determinados pelo protocolo das FDI e foram enviadas para a fronteira de Gaza ou para o norte de Israel, pois as FDI inicialmente temiam que o Hezbollah pudesse se juntar ao ataque. (OBS: é a primeira vez que isso foi divulgado.)

26) Paralelamente aos esforços da Diretoria de Operações das FDI para enviar tropas à fronteira de Gaza, muitos comandantes e soldados partiram independentemente para o sul de Israel, mesmo antes de receberem uma ordem oficial. Algumas tropas lutaram em estruturas não orgânicas, ou seja, não com sua unidade habitual. (OBS: isso já se sabia.)

27) As tropas enviadas ao sul de Israel enfrentaram dificuldades para chegar a comunidades específicas e postos das FDI sob ataque, pois foram emboscadas por terroristas nas estradas. Além disso, como muitas forças estavam indo para Gaza a partir do norte, quase todas passaram por Sderot e ficaram presas lutando lá, enquanto o Hamas massacrava civis em outras comunidades na seção sul da fronteira. Sderot também chamou muita atenção por causa de clipes circulando nas redes sociais e transmitidos na televisão, mostrando terroristas do Hamas na cidade, enquanto havia muito menos informações vindo dos kibbutzim (OBS: este é um cenário terrível, divulgado pela primeira vez, mas ainda não existe qualquer imagem que mostre os reforços das FDI retidos ou combatendo em Sderot. Tendo isso de fato acontecido, a manutenção de controle parcial de Sderot pelo Hamas poderia ter tido exatamente está função tática, de impedir ou atrasar o enviou de tropas das FDI para o sul.

28) Entre 7h e 8h, havia 34 áreas sob ataque, mas apenas 11 delas tinham a presença de tropas das FDI. Esse número melhoraria ao longo do dia, com as FDI alcançando todos os locais até as 16h.

29) Além de inundar a fronteira com tropas, as FDI também nomearam oficiais superiores para assumir o comando de cada um dos locais de combate. (OBS: não há qualquer imagem desta “inundação” de tropas das FDI ao longo da fronteira da Gaza.)

30) As tropas enviadas à fronteira que lidaram primeiro com o ataque do Hamas enfrentaram desafios extremos, incluindo o uso de poder de fogo dentro de comunidades israelenses, operar sem inteligência e, em muitos casos, sem comando e controle. Em um pequeno número de casos, as tropas se retiraram do combate e não enfrentaram os terroristas. (OBS: infelizmente parte das tropas seguiu o manual, numa situação que não era prevista em manual e decidiu não usar força mortal dentro de área israelenses, certamente com o receio de serem processados por violação de diretivas e ordens posteriormente, mas o relatório não entra nesta questão. Sabemos que em pelo menos um caso, em Nir Oz, as tropas ficaram horas do lado de fora porque não havia nenhum oficial superior – de major para cima – para autorizar atacar um kibutz israelense e os capitães, tenentes e sargentos, decidiram cumprir suas ordens e aguardar um oficial superior.)

31) Também em alguns casos, alguns oficiais no terreno implementaram o controverso “Protocolo Hannibal”, concedendo às tropas ampla permissão para fazer o que fosse necessário para evitar o sequestro de um colega soldado, incluindo potencialmente colocar sua vida em risco. (OBS: o relatório não é claro sobre o fato de civis israelenses terem sido mortos dentro do Protocolo Hannibal. É preciso aguardar os relatórios detalhadas das 41 batalhas. Mas o relatório é CLARO e afirma que o Protocolo Hannibal se refere a soldados e não a civis.)

Investigação da Força Aérea Israelense

32) A investigação da Força Aérea Israelense (IAF) descobriu que a Força Aérea manteve suas aeronaves de espera (standby) corretamente, de acordo com o protocolo, e até um pouco mais do que o usual.

33) Após a IAF declarar que estava em guerra às 7h10, todos os drones, helicópteros e a maioria dos caças conseguiram decolar no horário. Dois jatos não conseguiram decolar por alguns momentos devido aos intensos ataques de foguetes do Hamas, alguns dos quais miraram bases aéreas israelenses. (OBS: informação completamente nova e diz que bases aéreas foram atacadas e atingidas por foguetes do Hamas.)

34) Ainda assim, o número de aeronaves em espera da IAF não era adequado para um ataque surpresa em larga escala. (OBS: o relat´rio não especifica quantas e quais aeronaves estavam em questão.)

35) Um grande desafio que a IAF enfrentou foi entender a situação atual e onde deveria focar, em meio à possibilidade de um ataque multifrontal contra Israel.

36) Devido à falta de clareza na situação e à ausência de informações vindas do terreno, a IAF enfrentou dificuldades para diferenciar entre terroristas e civis, levando a vários casos em que terroristas não foram alvejados por medo de que fossem civis. (OBS: isto parece lógico e estava em vigor o procedimento de só disparar contra solo, em situação desconhecida sob comando da unidade ou desde o solo. Além disso, existiam e talvez ainda existam, vários protocolos que impediam disparar contra solo israelenses).

37) Em vez disso, ataques de drones foram realizados próximos a suspeitos, para dispersá-los. Em um desses ataques no posto militar de Nahal Oz, 11 soldadas de vigilância foram salvas após um ataque ser realizado próximo a um grupo de terroristas que tentava alcançar uma sala onde estavam abrigadas. (OBS: informação totalmente nova, é a primeira vez que se fala sobre drones israelenses de ataque operando no dia 7 de outubro.)

38) O primeiro ataque de drone, realizado às 7h15 perto de Netiv Haasara, impediu um grupo de terroristas do Hamas de se infiltrar pela fronteira. (OBS: isso aconteceu, 46 muitos após o início do ataque do Hamas. O relatório nada diz sobre o uso de drones para verificar o que estava acontecendo na região.)

39) Às 7h55, caças israelenses executaram um plano de ataque de acordo com as instruções recebidas, que incluía bombardear túneis do Hamas e centros de comando subterrâneos, sob a suposição de que a infiltração estava sendo realizada por túneis. A eficácia dos ataques na invasão do Hamas permanece incerta. (OBS: informação totalmente nova).

40) Às 9h30, o chefe da IAF, Major General Tomer Bar, instruiu as aeronaves a atacar na área da fronteira, tanto para impedir que terroristas entrassem em Israel quanto para evitar que retornassem à Faixa. Pelo menos uma refém sendo sequestrada para Gaza, Efrat Katz, foi morta quando um helicóptero da IAF disparou contra um veículo que transportava terroristas e reféns. (OBS: informação parcialmente nova – o destino trágico de Efrat Katz já tinha sido revelado, mas as ordens de ataque na área de fornteira não. Aparentemente o resultado foi ruim. Talvez surjam mais detalhes).

Conclusões

As FDI realizaram investigações táticas sobre 41 batalhas e incidentes importantes que ocorreram durante o ataque de 7 de outubro. Embora cada batalha tenha seus próprios atributos distintos, as investigações do exército descobriram que há lições sistêmicas a serem aprendidas. O exército chegou às seguintes conclusões após suas investigações sobre as batalhas entre 7 e 10 de outubro:

41) Em 7 de outubro, as FDI falharam em proteger os civis israelenses; não estavam prontas para um ataque surpresa em larga escala; e a bravura de civis, membros de equipes de segurança locais, outras forças de segurança e tropas das FDI evitaram uma catástrofe ainda pior.

42) Em 7 de outubro, as FDI, em todos os níveis, tinham planos em arquivo e ordens aplicáveis às avaliações atuais, mas que se revelaram insuficientes para o cenário que ocorreu. Eventos tão difíceis não foram praticados, mesmo nos exercícios mais complexos realizados.

43) A Divisão de Gaza foi suprimida por várias horas. Esse foi um insight que não foi compreendido em tempo real, mas apenas depois, durante as investigações. Como resultado, desenvolveu-se uma grande lacuna entre a compreensão do Estado-Maior Geral e do Comando Sul sobre a gravidade da situação.

44) As FDI falharam em montar uma imagem da situação operacional, o que se tornou um grande desafio durante os esforços para bloquear o ataque. As soluções, incluindo inundar a área com tropas e selecionar oficiais superiores para assumir o comando em áreas sob ataque, não foram suficientes.

45) As FDI e suas unidades mantinham forças em espera (standby) de acordo com o que havia sido determinado com base em suas avaliações. Mas essas forças em espera (standby) não foram suficientes — em termos de tempo para mobilização, seu efetivo e capacidades — para lidar com o que aconteceu.

46) Muitos israelenses, incluindo civis corajosos, membros de forças de segurança, tropas e oficiais das FDI, trabalharam ferozmente e de forma heroica e lutaram em batalhas difíceis. No entanto, recuperar o controle levou muito tempo, período durante o qual muitas pessoas foram assassinadas e sequestradas.

Por José Roitberg – jornalsita e pesquisador

José Roitberg

José Roitberg é um jornalista brasileiro e pesquisador em história, formado em Filosofia do Ensino sobre o Holocausto, pelo Yad Vashem de Jerusalém.