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Shemá Israel

As vítimas do Holocausto não são apenas os mortos assassinados pelos nazistas na Europa da Segunda Guerra Mundial. São também a grande maioria dos resistentes judeus que por terem se indignado e se revoltado, tiveram para não morrer, que começar a matar. Passaram, em suas consciências a carregar o fantasma da violência que não iniciaram mas que da qual tiveram que se utilizar em nome da garantia de sua própria existência. Fantasma este que lhes ficou marcado na mente para o resto de seus dias e que lhes acompanha até o dia de hoje e os acompanhará enquanto durarem suas vidas.

Estamos chegando ao Dia Internacional em Memória das Vítimas do Holocausto que será celebrado em 27 de janeiro. Aqui, desta minha tribuna livre, quero saudar os judeus e os não judeus que resistiram a Hitler.

Que, no mais das vezes, com mãos nuas, com pedaços de pau e lançando pedras e bombas caseiras em seus algozes, conseguiram salvar suas próprias vidas e prolongar as vidas de seus iguais, naquele tempo, tratados como sub-raça quando nada mais representavam do que,apenas gente com características culturais e sociais específicas e diferenciadas.

Enfim, que o exemplo da vida vivida por estes resistentes judeus, nas cidades, nos guetos, nos campos da morte, nas florestas, nos bosques, nos exércitos aliados, boicotando os passos do inimigo assassino e impedindo-o de vencer, seja lembrado para todo o sempre, vez que serviu como prova de que o algoz canalha pode ser enfrentado e vencido, mesmo que represente a esmagadora força de um estado criminoso, dominado por criminosos, cuja política era executada também por criminosos.

Que a data de lembrança que se avizinha, também nos sirva para estimular nossas consciências para que cada um de nós, independente de etnia, da cor da pele, de cultura, de religião e de hábitos e opções, jamais permita a humilhação de um ser humano por outro, agindo sempre através de um comportamento que respeite e faça respeitar as diferenças, sejam elas quais forem, estivermos onde estivermos mesmo que para alcançar tal objetivo tenhamos que enfrentar forças gigantescas que estiverem agindo no erro e contra as liberdades do ser humano.

Nós de MENORAH, estamos reunidos, rezando pelas almas de todas as vítimas do Holocausto que foram assassinadas e pelas outras vítimas do Holocausto que se salvaram, ainda que para isto, tivessem que eliminar o inimigo nazista criminoso.

ESCUTA Ó ISRAEL: ADONAI É O NOSSO D’US, ADONAI É UM!

Na foto, Ronaldo Gomlevsky, em Varsóvia, no Memorial aos judeus que foram assassinados e que combateram nas ruas do Gueto de Varsóvia.

Ronaldo Gomlevsky

Ronaldo Gomlevsky é jornalista, advogado e empresário.