Sobre espiões, vazadores, traidores e imbecis
Artigo de opinião por José Roitberg – jornalista e pesquisador
Nestes últimos dias vivemos um momento sórdido da história dos judeus. Bem verdade, tivemos outros no passado. Você já deve ter escutado que um dia Israel será um país como todos os outros. Mas existem coisas que só acontecem em Israel.
Existe por acaso outro país em que parte de seus cidadãos vai às ruas contra o governo? Sim vários e isso é normal. Existe algum país onde parte de seus cidadãos exige que o país, que é vítima, dê tudo os que os sequestradores querem para libertar possíveis reféns ainda vivos? Não, até porque antes na história moderna nenhum país sequestrou cidadãos de outro país. Nem agora, porque o Hamas é um grupo e não um país. Um grupo terrorista sequestrou 251 homens, mulheres, idosos e criança em Israel, nem todos judeus e ainda mantém 101 em cativeiro ou destino ignorado. E parte do povo vítima, nada exige dos sequestradores, exigindo apenas do governo vítima.
Isso caracteriza alguns milhares de imbecis. Ninguém jamais ouviu em manifestações “Bring Them Home” (Traga-os de Volta para Casa) em Israel ou nos EUA o grito “Porra Hamas liberte nossos irmãos!” É o Hamas que precisa ser pressionado. Nenhum dos imbecis se importa quando o Hamas diz: “Não aceitamos as negociações e não vamos entregar os reféns”, continuam culpando o governo.
E culpam seu próprio governo por não se render incondicionalmente ao Hamas que está destruído no terreno. Como pode parte menor da população de Israel militar ativamente pela sua própria rendição a um etos que afirma pretender matar todos os judeus, do rio ao mar? Como podem judeus em Israel agir desta formar?
Israel não vai se render nunca ao Hamas, tenha certeza disso.
Aí os serviços de segurança da Israel nos apresentam espiões. Judeus azerbaijanos espiões, e árabes israelenses espiões. Não vou perder dois parágrafos aqui. Israel está em Estado de Guerra e existem leis diferentes. Uma delas prevê pena de morte ou prisão perpétua para espiões, que no caso são confessos. Serão condenados à prisão perpétua, tenha certeza disso também. Como pode um imigrante judeu em Israel vender o país para colocar dólares no bolso e imaginar que vai ficar tudo bem? Além de espiões, burros.
Aí temos cidadãos de Israel, no Brasil e nos EUA gritando “Eu disse que era genocida!”. Que país tem seus cidadãos no exterior, todos fizeram serviço militar e cursaram universidades israelenses gritando que seu próprio país é genocida? O curioso é que são tão estúpidos que jamais vão gritar “Meu país é genocida”, mas apenas “Israel é genocida”. Porque não tem a coragem necessária. Eu adoraria ver cada um deles num vídeo selfie queimando sua carteira de identidade e seu passaporte israelense para serem mais coerentes com seus próprios discursos. É quase como se dissessem que preferem que os jihadistas matem judeus que os judeus se defendam e matem jihadistas.
Será que para eles morrer é bom e adequado e matar é horrível? Estes, cidadãos de um país em guerra, que no exterior ou no interior destroem a imagem de seu próprio país se aliando no discurso ao inimigo não são imbecis. São traidores! Existe uma diferença conceitual deste tipo de discurso em tempo de paz e em tempo de guerra declarada e conflagrada.
Existe uma plêiade destes cidadãos israelenses traidores, incidentalmente 100% deles marxistas, e uma coisa em comum no discurso. Jamais se referem ao 7 de outubro e às atrocidades cometidas contra a população dos kibutzim da esquerda judaica, como eles. Me causa asco que eles não tenham nem compaixão pelos seus iguais que foram massacrados, nem necessidade de ir atrás dos que os massacraram.
Jamais se referem a 6.000 mísseis disparados da Faixa de Gaza naquele dia. Jamais e referem aos homens bomba suicidas palestinos dos anos 1990 e 2000. Jamais se referem ao Irã tendo lançado 380 mísseis balísticos com 2.000 km de alcance contra Israel. Jamais se referem aos houtis. E jamais se referem ao Hezbollah: palavra de ordem Israel é genocida e Lord Balfour iniciou a limpeza étnica da Palestina em 1917. Nada mais é necessário de ser entendido.
Já judeus brasileiros que não são cidadãos israelenses e tem a mesma fala e até pior como “quando eu chamei os judeus de ratos eu não pretendia comparar os judeus aos ratos”, são apenas pessoas com cérebro danificado pela patologia linguística dos caderninhos marxistas de terceiro mundo. Formam um amontoado de judeus que defendem que todos os judeus vão embora de Israel. E se isso acontecesse, iriam passar a militar pelo quê? Que todos os judeus fossem embora deste planeta? Talvez. Mas note que “todos”, exclui a eles mesmos, aos que pedem tais boçalidades, de cima de uma prepotência de superioridade moral.
Enfim chegamos aos judeus vazadores. Como é que pode gente escolhida a dedo e aprovada a dedo para estar no gabinete do primeiro-ministro de Israel vazar informações confidenciais para mídias no exterior? No caso dos cidadãos de Israel que apoiam o inimigo e de judeus fora de Israel que apoiam o inimigo a resposta é simples e transparente. São marxistas e o mundo que se dane. Quanto aos espiões a resposta também é simples: grana.
Mas e os do círculo interno do primeiro-ministro? Será que Eli Feldstein, capitão da reserva, ex-porta voz das FDI, na foto, vendeu ou deu as informações ao jornal alemão Bild? Eu ficaria mais tranquilo se ele tivesse vendido.
Além de Feldstein, mais quatro soldados estão presos por vazamento de informações e pasmem: todos são membros da unidade de inteligência encarregada e IMPEDIR VAZAMENTOS. Isso é um murro na boca do estômago da moral do serviço de inteligência das FDI, mais uma vez. E novamente, em Estado de Guerra, as penas a que eles estão sujeitos são mais severas: 15 anos de prisão. Estes soldados presos trabalhavam na apuração do vazamento de informações que eles mesmos promoviam. Inacreditável. Ainda não foi revelado o que vazaram e para quem vazaram. Será que eles tem Edward Snowden como “roll model”?
Neste momento não importa o que foi vazado. Mas o motivo pelo qual estes militares de confiança agiram assim. Até o momento os nomes dos quatro soldados estão sob sigilo judicial. Será que ninguém vai vazar? Mereciam.
Tanto o jornal Bild quanto a revista britânica Jewish Chronicle, publicaram três folhas de bloco escritas a mão, como se tivessem sido encontradas nos bolsos de Sinwar e foi isso que Feldstein lhes disse. Ou seja, “vazou um documento de forma falsa”, pois ninguém sabe (talvez ele) de onde veio aquilo, só se sabe que não estava com o Sinwar. E como o Bild a JC publicaram, viralizou.
Arriscar-se a comprometer o seu país, o seu governo, seus colegas de farda, os reféns e a 15 de prisão em tempo de guerra precisa ter UM MOTIVO IDEOLÓGICO ou uma motivação financeira. Exigimos saber.
Imagem: foto do perfil de Eli Feldstein no Instagram, com um helicóptero militar CH-53 Yasur ao fundo.