Sobrevivente do Holocausto conduziu a tocha olímpica
Léon Lewkowicz, ex-campeão francês de levantamento de peso e sobrevivente de Auschwitz-Birkenau, conduziu esta semana a tocha olímpica, na passagem da tocha pelas ruas para a Olimpíada de Paris, assim o menino que sobreviveu contra todas as probabilidades, realizou seu sonho.
Para Leon, este é um ponto alto da sua complexa vida. Ele foi enviado para o campo de concentração da Alemanha Nazista na Polônia ocupada, Auschwitz-Birkenau, aos 15 anos de idade, onde sobreviveu e também às horríveis marchas da morte. Ao retornar à França em 1945, seu peso era de apenas 33 quilos. Então ele jurou para si mesmo que nunca mais seria parado na busca por seus objetivos.
Marchas da Morte aconteceram na Polônia ocupada pelos nazistas e também na Alemanha Nazista ao final do ano de 1944 e início de 1945. A SS nazista, que tinha sob sua égide o controle dos campos de concentração, trabalho forçado e extermínio, decidiu matar os prisioneiros de uma forma muito “barata” e impedir que o maior número possível deles fossem libertados pelas tropas soviéticas, vindas do leste e americanas e britânicas vindas do oeste. Simplesmente, no inverno europeu de 1944 para 1945, retiraram os prisioneiros dos campos de concentração onde estavam e os fizeram caminhar até outro campo, por vezes a mais de 100 km de distância. A intenção era de que 80% a 90% dos grupos morressem no caminho, por exaustão e frio, economizando verbas destinadas ao extermínio de judeus, ciganos e prisioneiros políticos. A regra para os prisioneiros era simples: se não aguentasse mais caminhar, bastava sentar ou deitar que um soldado alemão lhe dava um tiro de fuzil na cabeça. A única coisa ingerida pelos prisioneiros durante estas marchas era neve, quando os soldados os mandavam parar. Ainda assim houve quem sobrevivesse.
Léon escolheu ser mais do que sua história pessoal e, aos 19 anos, 4 anos após a marcha da morte, tornou-se o campeão francês de levantamento de peso. Para ele, o desporto não era apenas um refúgio, mas também uma fonte de força física e mental e um ato de resistência e sobrevivência.
Depois de 75 anos, depois de provar ser o homem mais forte da França, Léon sonhava em carregar a chama olímpica – o símbolo da paz, da unidade e do espírito esportivo, e conseguiu!
Com informações publicadas por Sarah Pachter da AISH
Na foto principal, Léon Lewkowicz, com a tocha da Olimpíada de Paris 2024, na frente do Memorial às Vítimas do Holocausto, em Paris. onde estão os nomes de todos os franceses judeus deportados e assassinados, majoritariamente em Auschwitz.