Tesouro judaico da Segunda Guerra Mundial descoberto durante uma reforma na cidade de Łódź
Durante a reforma de um prédio, situado na cidade polonesa de Łódź, enquanto cavavam para isolar as fundações, os trabalhadores se depararam com uma caixa de madeira com mais de 400 objetos antigos, incluindo castiçais, talheres, copos e outros utensílios.
Os objetos, feitos de vidro, metal ou prata, foram escondidos por seus proprietários judeus durante a Segunda Guerra Mundial na esperança de recuperá-los em algum momento, são considerados de valor histórico e religioso.
“Esta é a maior descoberta de objetos judaicos desse tipo nos últimos anos na área de Łódź “, disse Daria Błaszczyńska, a porta-voz do Escritório Provincial de Proteção ao Patrimônio em Łódź.
Ela acrescentou: “Durante a inspeção, foi determinado que poderia haver mais artefatos, então todo o local foi minuciosamente examinado. Como resultado, mais de 70 itens adicionais foram obtidos, incluindo castiçais, um conjunto de higiene de vidro, talheres e um anel.”
Acredita-se que os objetos, foram escondidos por uma família judia no início da Segunda Guerra Mundial para evitar o confisco pelos invasores alemães.
A evidência disso inclui o fato de que alguns dos objetos foram embrulhados em jornais, incluindo fragmentos escritos em polonês, iídiche e alemão, com a data de outubro de 1939 visível.
“Esses itens devem ter sido enterrados às pressas, provavelmente quando os habitantes receberam ordens de se apresentar ao gueto”, disse Bartłomiej Gwóźdź, um arqueólogo que realizou pesquisas no local. “Alguns deles estavam em uma caixa improvisada feita de tábuas finas.”
Os itens foram protegidos e limpos. Posteriormente, serão doados ao Museu de Arqueologia e Etnografia de Łódź.
Cerca de 210.000 judeus passaram pelo gueto de Lodz entre 1940 e 1944. Apenas 877 permaneciam quando foi libertado pelas tropas soviéticas.
CURIOSIDADE
Entre os objetos encontrados existem duas chanukiot (menorá) candelabro de nove posições da festa de Chanucá. Um deles, está visível na foto de abertura deste post. É de prata, para velas, e tem uma ave de asas abertas para baixo atrás do shamash. O outro, na imagem abaixo está sem a base, é para óleo e tem detalhes no que parece metal amarelo ou ouro, e outra ave, dourada, com asas abertas para cima, mas passando muito do nível da cabeça do pássaro.
A primeira ideia é que poderiam ser águias nacionais polonesas, mas o brasão da Polônia traz a águia de asas aberta para cima com a ponta da asa entre a altura do bico e o topo da cabeças da ave. Portanto, nenhuma das duas é o brasão nacional polonês. Por estar sem a base e também com um braço quebrado, além de ser para óleo, é possível que a segunda chanukiá seja mais antiga que a primeira. Ambas são muito exclusivas.
A aposta mais correta poderá ser imaginar que a família tinha sobrenome Adler (águia em alemão), ou simplesmente gostava de pássaros.
Fotos de Bartłomiej Gwóźdź. Reprodução do Facebook.