Visitas do ministro Itamar ben Gvir ao Monte do Templo são um pecado, disse o rabino-chefe sefaradita de Israel Yitzhak Yossef

Surpreendente? Nem tanto. Isso demonstra a diferença total de entendimento sobre a religião judaica entre os judeus de origem árabe, como Yossef, Dery e os deles, e os judeus de origem europeia.

A quase totalidade do Povo Judeu não sabe, ou não quer saber, que a proibição dos judeus irem ao Monte do Templo, também conhecido por Esplanada das Mesquitas não é nem nunca foi, desde junho de 1967, um ato emanado dos palestinos, dos muçulmanos ou da Jordânia, mas de setores da ortodoxia judaica. Quase sempre existiam placas assinadas ou pelo rabinato -chefe de Israel ou pelo rabino-chefe da cidade de Jerusalém proibindo os judeus de irem à Esplanada das Mesquitas.

E isso nunca impediu nenhum judeu com vontade de conhecer ou de afrontar os muçulmanos a subir lá.

Yitzhak Yossef foi ainda mais longe e disse que bem Gvir, o atual ministro da segurança nacional não só é um pecador como levou outros a pecarem: os que o acompanharam.

Na visão dos judeus árabes, apenas um judeu purificado, tendo se lavado no Mikve e em algumas situações, lavado suas mãos com cinzas podia entrar no Templo de Jerusalém (o que não se aplica a nenhuma sinagoga). Decore, que os Yossef e os que o seguem não conseguem enxergar que a Esplanada das Mesquitas não é o Templo de Jerusalém. Talvez por nunca terem ido lá.

Portanto, acham, imaginam, que um judeu indo lá de qualquer maneira está profanando o Templo, que evidentemente não existe. Aliás, não existe um Templo místico lá, mas duas mesquitas nada místicas. Aliás muito sólidas. Talvez o mais estranho seja Yossef considerar que a área muçulmana é de ingerência dele, quando não é.

Sendo assim, quem quiser o obedecerá enquanto a quase totalidade do Povo Judeu não estará nem aí para mais um exercício de poder vazio da família iraquiana Yossef fundadora do partido Shas. Ah, o ben Gvir não está dando a mínima também.

Opinião de José Roitberg – jornalista e pesquisador

Imagem: sempre que vai a Israel, o Ronaldo Gomlevsky vai até a Esplanada das Mesquitas, sem ter tido qualquer problema. Eu já fui duas vezes e é um local que transmite uma sensação de paz impressionante. Nós sempre entramos no Domo da Rocha. Foto do arquivo de Menorah.