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Você sabia que 200 combatentes judeus palestinos da Segunda Guerra Mundial foram perdidos no mar?

O primeiro caso registrado é de março de 1941, do navio foi o do navio Sea Lion, conduzindo 23 comandos da Haganá e um oficial britânico com a missão de sabotar a refinaria de petróleo de Trípoli, no Líbano, país então controlado pela França de Vichy, aliada da Alemanha Nazista. O navio desapareceu no dia 18 de maio. Sete corpos chegaram à praia de Trípoli.

Este fato pouquíssimo conhecido acontece anos antes do envio da Brigada Judaica para combater na Itália junto às tropas do Império Britânico. Ao todo, soldados 560 judeus da Palestina do Mandato Britânico permanecem desaparecidos em combate. Destes, cerca de 200 desapareceram no mar.

Dois outros navios transportando soldados judeus da Palestina foram afundados durante a guerra. O segundo foi o SS Erinpura, navio da Compania Britânica Indiana de Navegação a Vapor, um transatlântico de passageiros utilizado para transporte de tropas. No dia 29 de abril de 1943 ele saiu do porto de Alexandria, no Egito, com destino à ilha de Malta, levando mais de mil soldados, incluindo 140 voluntários judeus da Palestina que se alistaram para servir ao Exército Britânico.

No dia primeiro de maio, o comboio foi atacado por um aviões alemães ao norte da cidade líbia de Bengasi. Um petroleiro foi atingido e afundou matando 10 tripulantes. O SS Erinpura recebeu uma bomba certeira e afundou rapidamente matando 800 pessoas a bordo, inclusive 173 voluntários judeus.

O terceiro navio era o cargueiro a vapor St. Jan, construído em 1907 na Dinamarca e comprado pelo Loyd Marítimo Palestino em 1935. Foi batizado como SS Har Zion (Monte Sion), e tinha uma grande estrela de David pintada na chaminé. Quase todos os tripulantes eram judeus e ele navegava com a bandeira da marinha mercante britânica.

O SS Har Zion foi mobilizado em 1940 e passou a transportar cargas para o exército britânico. Em 29 de agosto de 1940 ele fazia parte de um grande comboio que saiu de Liverpool na Inglaterra rumo a Savannah, na Geórgia (Estados Unidos). Dois dias depois, no meio da Atlântico, foi torpedeado por um submarino alemão matando 36 tripulantes, 17 deles judeus.

A Brigada Judaica de Infantaria do exército britânico ficou ativa entre 1944 e 1945, contando com 5.500 voluntários judeus da Palestina do Mandato Britânico. Apenas 83 foram mortos em combate ou morreram devido a ferimentos. Outros 200 feridos se recuperaram.

Durante a Segunda Guerra Mundial 550.000 judeus serviram às Forças Armadas dos Estados Unidos e 11.000 morreram em combate.

Imagem: Jardim dos Perdidos em Combate no cemitério militar do Monte Herzl em Jerusalém. CC 3.0 foto de Deror Avi.

José Roitberg

José Roitberg é um jornalista brasileiro e pesquisador em história, formado em Filosofia do Ensino sobre o Holocausto, pelo Yad Vashem de Jerusalém.