Prorrogado por 10 dias prazo para apresentação do novo governo em Israel
Era esperado. Bibi Netanyahu pediu a extensão regimental de 14 dias para apresentar o governo. O presidente Herzog aceitou, mas concedeu apenas 10 dias. Portanto, o novo prazo para apresentação e voto no Knesset do novo governo termina a meia-noite do dia 21 para 22 de dezembro, absolutamente dentro de Chanucá, que se inicia ao pôr-do-sol do dia 18.
A oposição, que já não contém mais elementos da esquerda política, criticou a decisão do presidente de Israel e disse que ele não deveria ter aceitado o prazo. Note que é regimental pedir, mas também é regimental conceder ou não.
A extensão de 10 dias está sendo vista como para serem aprovadas no Knesset leis que permitam a criação de novos postos criados no governo e mudança de funções, inclusive no judiciário, como dar ao ministro da segurança o comando direto da polícia, retirando-o do comissário de polícia. A que os policiais estão denominando de “politização da polícia”, para eles, inaceitável.
O ex-primeiro-ministro Yar Lapid está chamando o novo governo pretendido de “insano”.
As demandas intolerantes estão aumentando. O UTJ – Judaísmo Unido pela Torá. quer proibir a reza e qualquer cerimônia religiosa não ortodoxa no Kotel. Isto não se refere apenas às mulheres na região igualitária do Arco de Robinson, mas todas elas, inclusive bar-mitvás não-ortodoxos. Eu sempre vou escrever que o Agudat Israel, o bojo do UTJ é um partido ortodoxo antissionista desde sua fundação em 1913, e não há nada que mude isso.
Entre as demandas fora de qualquer razoabilidade no mundo moderno, o UTJ exige que o número de praias segregadas, só para homens e só para mulheres, aumente (como se eles fossem pegar sol de nadar…), e EU SEI QUE O LEITOR NÃO VAI ACREDITAR, MAS ESTÁ EM TODAS AS MÍDIAS ISRALENSES NO ANOITECER DO DIA 12/DEZ: o UTJ simplesmente exige que Israel não produza energia elétrica do pôr-do-sol de sexta-feira (início do Shabat) até o pôr-do-sol do sábado. Obviamente também não poderia haver geração de energia elétrica em 9 de Av e outras datas religiosas voltadas ao jejum. O mais insano, e aí preciso usar o termo do primeiro-ministro atual, é que a notícia é dada de duas formas: nas mídias ligadas aos religiosos, o Likud concordou com esta barbaridade. Nas mídias não ligadas aos religiosos, o Likud AINDA NÃO CONCORDOU.
Desligar a eletricidade durante 24 horas, todas as semanas não vai acontecer. Parece improvável que o UTJ não saiba o que são geladeiras. pois deveriam guardar seus alimentos nelas. Parece provável que o UTJ não tenha noção sobre processos industriais que precisam operar 24 horas por dia, senão as máquinas estragam. Não sei como classificar se provável ou improvável que o UTJ não se importe com pacientes em hospitais. Creio que não se importam, pois viver o morrer, para eles, é apenas o desígnio de deus e não de um respirador ou de uma cirurgia de emergência.
Estes retardados (sem querer ofender as pessoas que tem desabilidades mentais), não conseguem entender que o respirador pode ser a vontade de Deus! Que a cirurgia de emergência pode ser a vontade de Deus!
Se alguém conseguir imaginar deixar Israel sem comunicação entre as pessoas, polícia e exército por 24 horas, precisa ser trancado num hospício. Uma exigência destas é tão absurda, tão anormal e tão insana, que talvez seja a pedra que faltava para não haver a possibilidade de acordo com o Likud.
O Avi Maoz, secretário homofóbico (designação que ele porta com orgulho) da identidade judaica declarou que “qualquer forma liberal da religião é a escuridão e tem que ser expulsa.” Não disse de onde, mas como escrevi há duas semanas, ele pretende expulsar GLBTs, Reformistas e Liberais de Israel. Eu espero que o leitor compreenda isso, apesar de ser incompreensível, mas mais adequado ao que sempre se falou.
Aquele “mito” de que todos são judeus e todos são aceitos, parte do liberalismo judaico e não a ultra-ortodoxia judaica. Agora está muito claro. Pessoalmente, prefiro a posição do rabino-chefe de Bnai Brak, durante a pandemia, quando ele acreditava que os ortodoxos estavam sendo mais vitimados que todas as outras pessoas do mundo, simplesmente por desconhecer a existência do mundo. Disse ele publicamente e publicadamente que os reformistas, liberais e conservadores não são punidos por Deus, em cada uma das obrigações, das mitzvot que não cumprem “porque Deus não se importa com eles”.
Por favor, percebam a diferença. Para o principal rabino da UTJ, somos judeus, mas Deus está pouco ligando para nós. Para o Avi Maoz, do partido Noam e para as dezenas de milhares que seguem os rabinos que lhe dá sustentação teológica, nós somos a escuridão a ser removida. Acredite nisto !!!
A liderança do UTJ declarou que os seus jovens poderão servir às Forças de Defesa de Israel, caso todos os soldados passem a estudar a Torá.
A posição de Maoz como “secretário” da Identidade Judaica vem acompanhada de quinze cargos que ele poderá nomear emponderando membros de seu partido e uma verba de 25 milhões de dólares.
Noam, Dery e Smotrich já fecharam questão para impedir a imigração de judeus não ortodoxos para Israel, mas precisam alterar a Lei do Retorno e Bibi declarou que esta lei não será alterada.
Os jornais israelenses dizem que todos os acordos assinados com os partidos ortodoxos são PROVISÓRIOS. Curiosamente praticamente nada se fala sobre o assunto desde antes do último shabat, do dia 9/dez. A única nova notícia é que o Advogado Geral afirmou que não vai se opor ao condenado por fraude Dery, assumir dois anos como Ministro do Interior e outros dois anos como Ministro das Finanças em rotação com Smotrich.
Esperava-se que já no dia 11, começasse a investida de novas leis no Knesset, mas o dia 12 já terminou e nada aconteceu. Faltam apenas 9 dias para terminar o prazo. Permanecesse na esfera do provável, que ele não consiga apresentar o governo e novas eleições sejam convocadas.
Na área econômica em Israel existem dois ministérios, para acomodar mais acordos de apoio. O Ministério da Economia como nosso antigo Ministério da Indústria e Comércio, regulamentando também o trabalho.
O Ministério das Finanças implementa a política econômica e fiscal do governo e controla o orçamento anual.
Opinião de José Roitberg – jornalista e pesquisador
Imagem: ilustrativa – Menorah do Knesset de Jerusalém, foto de Ronaldo Gomlevsky