Galinha que põe ovos apenas de fêmeas já existe em Israel
Nós consumidores não sabemos que cerca de sete bilhões de pintos machos são simplesmente abatidos em todo o mundo nas granjas dedicadas ao mercado de ovos anualmente. É isso mesmo? Quase o mesmo montante da população humana? É muito pinto. E muito prejuízo.
A primeira pergunta é simples: não dá para eles crescerem e serem ao menos abatidos para consumo? Segundo os especialistas da área, não é economicamente viável pois as raças para abate e postura são diferentes e o frango de raça de abate não seria bom para consumo. E só se sabe o que sai do ovo depois de nascer.
A segunda pergunta é mais simples ainda: será que as pessoas que não tem o que comer reclamariam de comer frangos machos de raça errada? Esta ninguém faz aos especialistas. Melhor comer o “frango errado” que frango nenhum.
Mas é assim que funciona a indústria dos ovos. Muito trabalho científico já foi realizado nesta área. Três startups israelenses estão trabalhando nisto com abordagens muito diferenciadas. A eggXYt criou um sistema automático que que pode mostrar o sexo dentro do ovo, permitindo chocar ovos de fêmeas poedeiras e quem sabe, vender os ovos de machos, ou inutiliza-los antes do pintinho nascer. Solução mais palatável.
A outra startup, a SooS Technology, criou algo digno de ficção científica do século 21. Ops, já estamos no futuro, não é. Um sistema de IA (Inteligência Artificial) não só identifica o que tem dentro do ovo, como edita o DNA de macho para nascer uma fêmea poedeira. Esta tecnologia está sendo testada já em linha de produção numa fazenda no estado de Nova Iorque. Isso é o máximo! Ou não?
Tem uma terceira, a Huminn. Esta parece estar trabalhando já na segunda metade do século 21. Criaram uma galinha editada (precisamos acostumar com o termo). Esta ave, chamada Golda, põe ovos com o DNA dela, o DNA editado. Os ovos ficam por algumas horas expostos a uma luz azul de comprimento de onda muito específico. A luz atua no DNA e o ativa. Se o DNA for de fêmea, nada acontece e o ovo vai ser chocado e nascerá uma fêmea. Mas se o DNA for de macho, ele simplesmente é “desligado”, ou seja o embrião não vai se desenvolver e o ovo está muito apto para consumo.
O cientista que criou esse sistema chama-se Yuval Cinnamon e o projeto é conjunto com a CIWF, uma organização britânica pelo bem-estar dos animais. Nosso Yuval “Canela” judeu israelense, pode ser um dos nomes que vai mudar a segurança alimentar da humanidade.
Imagem: captura de vídeo de divulgação da Huminn.