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A pandemia ainda não acabou, a vontade de se vacinar, parece que sim

Acompanhamos diariamente a covid-19 em Israel e no Brasil. Sabemos, e nossos leitores também sabem, que desaparecendo a massificação de notícias negativas na TV e tendo sido liberado o uso de máscaras, fica a impressão que acabou. Mas não acabou.

Os números pequenos de mortes (exceto nos EUA) hoje parecem abençoadamente agradáveis. Os mesmos algarismos, dois anos atrás apontavam para a tragédia. Acostumamo-nos? Sim nos acostumamos.

Há cerca de dois meses que o número de casos graves em Israel se mantinha ligeiramente acima de 100. Nossa! É isso mesmo? Nem dava para perceber (apesar de noticiado). Hoje, caiu para 81. Isso porque alguns faleceram e alguns deixaram de serem graves. Mas este é o tal do número com o qual nos acostumamos e achamos pequenininho, hoje.

O número que fica assustador é o de casos em Israel. O somatório chegou a 4.138.523, numa população de 9.506.100. A matemática é simples: 43,5% da população israelense já teve contato com o vírus. Isso é estatística, pois neste momento não é possível reduzir do total de positivos, as pessoas que positivaram mais de uma vez. Comparativamente, no Brasil, 13.9% da população já positivou. Qualquer um vai dizer que a testagem é pequena no Brasil e grande demais em Israel, mas são estes os números existentes. Qualquer outro seria “achismo”.

Depois da Omicron, o vírus que mutava duas vezes por semana simplesmente se acalmou? Parou de se comportar como vírus? Será que a vacinação gigantesca no mundo de fato impôs a barreira que se esperava para a proliferação? Parece que sim. Mas o que acontece na China e na África, com baixíssima incidência de casos, foge à compreensão e ninguém foi capaz de explicar “cientificamente”.

O núcleo antivaxer em Israel, seja por motivos religiosos ou outros motivos pessoais, se manteve intacto desde o fim do ano passado. Você viu ou soube, de alguma campanha publicitária em qualquer país, voltada para o público antivaxer? O já esquecido passaporte sanitário, uma campanha jurídico-policial, não deu em nada. Sendo assim, a empacada na vacinação em Israel, que antes era considerada a melhor e mais rápida do mundo, ficou desta forma, levando em conta que três doses é considerada vacinação completa e a quarta é para um público especial

Primeira dose: 6,709,610 (70,6%) 2.796.490 de não vacinados

Segunda dose: 6,140,539 (64,6%)

Terceira dose: 4,494,003 (47,3%) 2.215.607 que inicialmente se vacinaram, não completaram o esquema vacinal. Ou seja, cientificamente, 52,8% da população israelense estaria vulnerável.

Quarta dose: 812,003 (pessoal médico e pessoas com comorbidades acima de 60 anos)

Ainda não houve discussão pública sobre o que leva as pessoas a não completar o esquema vacinal. Não parece ter existido qualquer pesquisa sobre isto, então fica-se num vazio para entender qual é a realidade destas pessoas.

O número de casos apurados no mundo é de 529 milhões, com 6,29 milhões de mortes (apenas 1,19% de letalidade).

Estados Unidos teve 84 milhões de casos e 1 milhão de mortes (1,19% de letalidade).

Israel teve 4,138 milhões de casos e 10.852 mortes (0,26% de letalidade).

Brasil teve 31 milhões de casos e 667 mil mortes (2,1% de letalidade).

José Roitberg

José Roitberg é um jornalista brasileiro e pesquisador em história, formado em Filosofia do Ensino sobre o Holocausto, pelo Yad Vashem de Jerusalém.