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Ben & Jerry’s processados por trabalho infantil – são hipócritas

O jornal The New York Times publicou um artigo investigativo onde descobriu um processo trabalhista contra a mega empresa de sorvetes que teria enganado seus consumidores. Após a publicação o Departamento de Trabalho dos Estados Unidos abriu uma investigação.

A Ben & Jerry’s decidiu boicotar Israel encerrando suas atividades lá, afirmando que o Estado Judeu não está de acordo com as diretrizes sociais que norteiam a empresa desde o início. Obviamente nada a ver com as preferências políticas da CEO Anuradha Mittal, que defende abertamente os palestinos e não vê terrorismo nas ações palestinas: apenas as ações dos judeus israelenses são terroristas, como ela tuitou recentemente e você pode constatar abaixo. Ela é detentora da dúbia honra de ser a “antissemita do ano de 2021”.

O portal mexicano La Pagina Judia, afirma que atrás da mesa de Mittal, no escritório dela na Ben & Jerry’s existe um poster palestino de “combate”. Mittal não se apresenta como especialista em sorvetes superfaturados, mas como especialista em direitos humanos e fundadora o Oakland Institute, uma ONG norte-americana que tem duas pautas principais: ecologia e preferencialmente erradicação do Estado de Israel. Talvez vejam um mundo mais equilibrado sem a existência dos judeus, ressalvados o Ben e o Jerry, dois dos mais ricos self-hating Jews dos EUA (judeus que se auto odeiam e com isso odeiam os outros chamando suas atitudes de humanistas). Menorah não conseguiu confirmar se existe o não poster na sala de CEO do sorvete caro, mas as posições dela abertamente contra Israel, retuitando postagens de propaganda contra Israel e os judeus é abertamente conhecida nas mídias sociais e podem ser vistas por todos. Ela se orgulha disso.

Tudo que ela publica no Twitter, leva a marca POTUS, “President of United States”, para que a presidência seja notificada da publicação. Neste caso ela começa com: “Silêncio torna os Estados Unidos cúmplices e permite e impunidade do apartheid em Israel”. Existe uma máxima comunista: quem se cala em relação aos oprimidos está com os opressores. O texto de Mittal é um exemplo perfeito disto. Os judeus que apanharam, foram roubados, expulsos, queimados vivos, torturados, confinados em guetos e assassinados aos milhões e alvo de terroristas palestinos sempre serão os opressores e devem pagar por isso. Na lista dos notificados do post esta a antissemita do congresso norte-americano, a democratas Illhan Omar da Somália. Mittal é da Índia.

A boçalidade do humanismo de esquerda é tão estúpida que odiar os judeus é uma ação positiva, meritória e que deve ser recompensada. Inclusive financeiramente.

O caso levantado pelo jornal de Nova Iorque é simples e guarda muitas semelhanças com a recente operação contra os trabalho escravo nas vinícolas no Brasil. Não havia nenhum trabalhador escravo nas vinícolas, como o delegado que cuida do caso já declarou publicamente. Os escravos estavam nas fazendas de plantação de uvas. Ora, não tem vinho sem uvas. Mas as plantações não pertencem às vinícolas e sim aos seus proprietários, pessoas físicas e jurídicas diferentes. Obviamente ninguém que saboreia o vinho ficará satisfeito em saber que escravos prepararam a terra, adubaram, plantaram e colheram as uvas. Ou será que o consumidor não se importa?

Lá no sorvete milionário americano o jornal descobriu crianças trabalhando na produção do leite que é comprado pela Ben & Jerry’s. Ora, não tem sorvete sem leite. Essa indústria do agro norte-americano utiliza, ao que parece, muitos imigrantes ilegais mexicanos e da América Central. Mas isso será investigado. Além do trabalho ilegal e não documentado, será necessário constatar se há ou não trabalho infantil. O leitor ficará surpreso, como eu autor fiquei, ao saber que a lei norte-americana permite o trabalho legal de pessoas a partir dos 16 anos de idade em qualquer atividade agrícola “que não seja de risco”.

Mais surpresos ainda ficaremos todos nós ao saber que a indústria do leite possui uma taxa de acidentes que é o dobro da média industrial norte-americana. Parece que a relação com as vacas, aparelhos de ordenha e outros equipamentos necessários causa acidentes considerados “normais” da indústria. Por isso, se houver jovens entre 16 e 18 anos incompletos trabalhando em atividade agrícola de risco, isso será ilegal de forma tipificada.

Em que pese ainda mais, desde o início das suas operações, os sorvetes Ben & Jerry’s terem um sobrevalor premium, ou seja, é artificialmente mais caro. A empresa consegue fazer o consumidor pagar mais caro pelo produto afirmando que isso é devido aos compromissos sociais e ecológicos de toda a produção e lida com os trabalhadores.

Ou seja, se os fornecedores utilizam mão-de-obra infantil ou ilegal, os consumidores do sorvete foram iludidos, enganados por anos e pagaram a taxa humanista para hipócritas.

Igual aconteceu ao longo de todo o processo para boicotar Israel que a empresa perdeu, ela prefere ser lacônica e permanecer calada. Após a divulgação do artigo no jornal de Nova Iorque a empresa emitiu um curto comunicado declarando ser “absolutamente contrária ao trabalho infantil”, mas não ousou dizer que não praticava.

A matéria investigativa pode levar a outro processo ainda mais sério contra a Ben & Jerry’s. A empresa possui certificação “B”. É um selo privado (não governamental) afirmando que uma empresa possui “elevados padrões de performance social e ambiental”. Na renovação deste selo, em 12/jan/2023 na seção “Procedimentos”, a empresa declarou que nem ela nem os fornecedores dela empregam menores de 15 anos ou menores relacionados a outras normas vigentes”. Mentir em um documento nos EUA é crime.

Opinião de José Roitberg – jornalista e pesquisador

Imagens: a do topo do post é um meme com o sabor “antissementa” para o sorvete, baseado em foto de divulgação do sorvete de menta. A outra imagem é um print de tela do twiiter da Mittal.

José Roitberg

José Roitberg é um jornalista brasileiro e pesquisador em história, formado em Filosofia do Ensino sobre o Holocausto, pelo Yad Vashem de Jerusalém.